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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Diplopia: o que é?


A diplopia, ou visão dupla, é a condição em que uma pessoa vê duas imagens de um mesmo objeto, o que corresponde mais ou menos ao defeito que na televisão se chama “fantasma”.

Normalmente, cada olho produz uma imagem dos objetos, mas o cérebro as funde e as vê como se fossem uma só. Na diplopia o cérebro não consegue reuni-las e as vê como duplas.

A diplopia é dita monocular se a visão continua dupla num único olho, mesmo se o outro olho for ocluído e binocular se a visão dupla só ocorre quando se está olhando com os dois olhos e desaparece se um dos olhos for ocluído.

Fala-se em poliplopia quando são percebidas três ou mais imagens superpostas, de um único objeto.

A diplopia monocular pode ser causada, entre outras coisas, por astigmatismo, ceratocone, pterígio, catarata, luxação do cristalino, massa tumoral ou edema da pálpebra, olho seco e alguns problemas da retina.

A diplopia binocular pode ser causada por um problema que afete os músculos que controlam o movimento dos olhos e a direção do olhar, tais como estrabismo, lesão dos nervos ou músculos extrínsecos do olho, doenças como o diabetes, miastenia gravis e doença de Graves (uma das formas de hipertireoidismo) e traumatismo dos músculos oculares.

Os nervos cranianos envolvidos são o oculomotor, o troclear e o abducente.

A diplopia consiste quase só no sintoma de ver duas imagens de um único objeto o que, no entanto, causa grande desconforto, mas pode haver também dor de cabeça e, eventualmente, náuseas e vômitos, sobretudo quando o sintoma surge agudamente.

A esses sintomas podem se ajuntar os sintomas da doença causal.

O sintoma da visão dupla na maioria das vezes é relatado pelo próprio paciente. Ao médico cabe diagnosticar em primeiro lugar se a visão dupla que ele alega é monocular ou binocular, pedindo a ele para tapar um dos olhos e, em seguida, o outro. Geralmente o paciente já fez isso por si mesmo e é capaz de relatar o resultado.

No exame físico deve ser feita a medição da acuidade visual, um exame cuidadoso do alinhamento dos olhos em relação às várias posições da cabeça, exames direto dos olhos e das órbitas.

Cabe ao médico diagnosticar a causa do problema, em que grau se encontra e quais músculos oculares que estão afetados.

Uma vez que a diplopia pode ser progressiva, cabe também a ele monitorar a evolução do problema.

A questão pode ser mais difícil nas crianças que ainda não são capazes de explicar o que estão sentindo.

Nesses casos, os adultos que cuidam dela podem notar que a criança pisca os olhos em demasia, tapa um olho com a mão, vira a cabeça anormalmente ou olha de lado.

O tratamento da visão dupla depende da sua causa e varia desde o uso de óculos ou lentes de contato até cirurgias. Se a visão dupla é causada por uma doença sistêmica, impõe-se o tratamento dela.

Outros recursos podem ainda ser tentados como injeções de toxina botulínica, como tentativa de enfraquecer os músculos oculares mais fortes, que se opõem aos demais, buscando com isso criar uma sinergia entre eles. Alguns casos exigirão exercícios de ortóptica.

A diplopia é uma condição reversível na medida em que suas causas sejam sanáveis. Em alguns casos pode haver desalinhamento permanente dos olhos, exigindo correções mais especializadas.

Nas crianças com estrabismo, o prognóstico costuma ser muito bom se a situação for detectada e tratada precocemente.

A prevenção da diplopia está ligada à prevenção das condições ou doenças que são suas causas.

Quando a diplopia persiste por um longo prazo, o cérebro pode compensar as duas imagens suprimindo uma delas, de modo a perceber uma única imagem, fazendo com que um dos olhos deixe de funcionar, com a consequente perda da visão naquele olho.

As diplopias binoculares, por sua vez, podem ser complicações de doenças que implicam perigo de vida, como aneurismas, acidentes vasculares cerebrais e traumatismos.

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