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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Poliomielite
A poliomielite (polio = cinzenta; mielos = medula, ite = sufixo que indica inflamação), também conhecida como paralisia infantil, é resultante de uma infecção viral que afeta principalmente crianças pequenas, mas que pode também acometer adultos. Em geral transmite-se de pessoa a pessoa, por via fecal-oral, mas pode transmitir-se também por secreções bucais da pessoa contaminada. Quando ataca o sistema nervoso pode causar paralisias musculares e deformidades no corpo. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas, mas continua contaminando outras pessoas.
Graças à simplicidade das vacinas atualmente existentes (Salk – 1955; Sabin - 1962) e às eficientes campanhas de vacinação, a poliomielite quase foi erradicada em todo o mundo, embora ainda seja comum em certos países da África e da Ásia. Há tempos atrás, anteriormente às vacinas, os hospitais pediátricos viviam repletos de casos graves, muitas vezes dependendo de recursos mecânicos para sobreviver, sobretudo os chamados “pulmões de aço”, recurso a que muitas crianças lúcidas se viam presas para poderem respirar.
A poliomielite é causada pelo enterovírus poliovírus. Esse vírus é transmitido principalmente por alimentos e pela água contaminados ou pelas fezes e se multiplica na garganta e no intestino.
Daí passa à corrente sanguínea e chega ao sistema nervoso, onde destroi as células motoras e causa paralisia flácida dos músculos por elas inervados. Os músculos mais afetados são os dos membros inferiores, mas também podem ser outros, inclusive músculos da respiração e deglutição, gerando quadros graves e até mortais.
Essa forma de transmissão faz com que os maus hábitos de higiene facilitem a sua propagação. O ser humano é o único hospedeiro da doença.
O período de incubação do vírus (que vai desde a contaminação pelo vírus até a eclosão dos primeiros sintomas) varia de uns poucos dias (dois ou três) até pouco mais de um mês (35 dias). Existem diferentes quadros clínicos de poliomielite, desde formas assintomáticas (cerca de 90% dos casos) até formas paralíticas graves, (cerca de 0,1-0,2% dos casos).
Nas formas não paralíticas da doença, os sintomas mais comuns são febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta, dores generalizadas no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez da nuca e meningite. Na forma paralítica, além desses sintomas, há a flacidez muscular, mais comum em músculos dos membros inferiores.
A poliomielite causa paralisias musculares flácidas, ao contrário de outras paralisias, que são rígidas. A paralisia pode afetar um ou vários músculos e, em consequência, causar deformações corporais várias. Em geral, a sensibilidade é conservada.
O diagnóstico deve ser suspeitado sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo, com diminuição ou abolição dos reflexos tendinosos. O exame do líquor (cultura) e a eletromiografia são recursos diagnósticos importantes. O diagnóstico de certeza será dado pela detecção do DNA viral ou do próprio vírus, ao microscópio eletrônico, a partir de fluidos corporais.
A poliomielite não tem tratamento específico. Nos primeiros dias da doença recomenda-se repouso absoluto e tratamento sintomático para a febre, dores, náuseas, etc. Os pacientes devem ser submetidos a programas fisioterápicos de reforço dos músculos atingidos e de outros compensatórios. Pacientes atingidos nos músculos respiratórios podem depender de pulmões mecânicos para respirar.
A melhor maneira de prevenir a poliomilite é a vacinação. A vacina Sabin (“gotinha”) é de fácil aplicação e bastante eficaz. Ela deve ser aplicada aos 2, 4, 6 e 15 meses e a criança deve receber doses de reforço anuais, até os cinco anos.
No Brasil, há campanhas anuais de vacinação, atingindo crianças dessa idade, as quais praticamente erradicaram a doença entre nós. No entanto, o fato de não haver novos casos não é motivo para descuidar-se da vacinação, uma vez que no mundo globalizado de hoje em dia o vírus continua circulante, muitas vezes de forma assintomática, e só não causa a doença por causa da vacinação.
Uma pessoa que contraia o vírus pode não desenvolver a doença. A doença estabelecida pode causar paralisia flácida (transitória ou mais frequentemente permanente) em um ou em vários músculos e mesmo evoluir para a morte. O indivíduo infectado, sintomático ou não, elimina o vírus pelas fezes e pode contaminar outras pessoas.
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