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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Hiperemese gravídica
Mais da metade das mulheres grávidas apresentam náuseas e vômitos até o 4º mês de gravidez.
Se essas náuseas e vômitos são leves, transitórias e respondem bem a mudanças na dieta ou eventualmente a pequenas doses de antieméticos, podem ser consideradas como uma resposta fisiológica normal do organismo.
Dizemos que há hiperêmese gravídica se as náuseas e vômitos são persistentes e intensos e se não cedem facilmente aos tratamentos usuais.
Em geral essas náuseas e vômitos se iniciam nas primeiras semanas da gravidez e desaparecem totalmente logo depois ou, no máximo, até a 20ª semana.
Em casos raros esse quadro pode persistir durante toda a gestação e ser, então, bastante incômodo.
É comum que os estados de desnutrição e desidratação da paciente exijam sua internação.
A hiperêmese gravídica talvez seja a principal causa de internação no início da gravidez.
Não há uma certeza absoluta sobre as causas da hiperêmese gravídica. Provavelmente ela se deve à concomitância de diversos fatores. São eles:
• Resposta anormal à gonadotrofina coriônica fabricada pelos ovários no início da gravidez.
• Insuficiência adrenal, levando a uma hipersensibilidade à histamina.
• Deficiência de vitamina B6.
• Reação psicossomática.
Estudos mais recentes têm posto em evidência fatores genéticos (filhas de mães que sofreram de hiperêmese gravídica desenvolvem a condição três vezes mais que as outras mulheres) e fatores raciais (a hiperêmese parece ser mais frequente em mulheres ocidentais que entre asiáticas ou africanas).
Alguns fatores colocam a mulher em maior risco de ter hiperêmese gravídica: gravidez gemelar; já ter tido hiperêmese em gestação anterior; genética predisponente (mãe ou irmã que já tiveram hiperêmese); sofrer de enxaquecas ou cinetose (enjoos quando anda de carro, avião ou barco); ter alguma doença do fígado ou da tireoide.
Na hiperêmese gravídica a mulher vomita várias vezes por dia, geralmente quando procura comer ou beber alguma coisa, o que causa um rápido emagrecimento. Costuma acontecer que nem mesmo o antiemético para no estômago e tem de ser injetado por via parenteral ou usado sob a forma de supositórios.
Isso causa um estado de fraqueza que impede a realização das atividades normais do dia.
Tipicamente, há ainda: náuseas, vômitos, perda de peso, desequilíbrios metabólico e nutricional, alteração do paladar, maior sensibilidade do cérebro ao movimento, eliminação lenta dos alimentos do estômago, hemorragia subconjuntival, alucinações, hipersalivação e intolerância a odores.
Enquanto a mulher tem vômitos normais, não há grandes motivos de preocupação. Se, no entanto, eles se tornam contínuos e intensos podem provocar desidratação e depleção de eletrólitos como o sódio e o cloro, por exemplo; perda de vitaminas e causar uma ingestão calórica insuficiente.
Em consequência, pode haver perda de peso, sensação de fraqueza, boca seca, língua saburrosa e hálito cetônico (cheiro de frutas), diminuição do volume urinário, aumento do ácido úrico na urina, aumento da frequência cardíaca e queda da pressão arterial.
Corpos cetônicos, resultantes da oxidação das gorduras, podem ser detectados na urina.
Nesses casos a mulher deve ser internada para repor as perdas e para correção dos demais sintomas. De um modo geral, a hiperêmese gravídica séria deve ser tratada como uma emergência médica.
O que fazer para minorar a hiperêmese gravídica?
• Procure ajuda médica tão logo quanto seja possível. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, mais rápido será o episódio e com menores consequências.
• Evite tudo que piore o enjoo.
• Beba o máximo de líquido que conseguir. Apele para cubos de gelo, picolés e sorvetes para aumentar sua ingestão de líquidos.
• Assim que puder, coma tudo o que suportar.
• Mantenha-se em repouso.
• Tenha calma. A hiperêmese vai passar.
Se os sintomas são intensos e a gestante não se alimenta, a internação é mandatória.
O tratamento requer repouso absoluto e dieta zero enquanto persistirem os vômitos.
Além de hidratação adequada, por via venosa, bem como a administração de glicose, vitaminas, ferro e ácido fólico. Deve-se ainda fazer uma sedação leve e ministrar antieméticos.
A recuperação coscostcostuma se dar em 5 a 10 dias.
Em geral, o prognóstico é bom e não há consequências negativas para a mãe ou o feto, nem para o desenvolvimento da gravidez. Após o episódio de hiperêmese gravídica, a paciente deve ser vigiada mais de perto, visto que ela também pode posteriormente ter pré-eclâmpsia.
Episódios de recém-nascidos com baixo peso, prematuridade ou morte fetal são raríssimos e apenas acontecem em casos muito graves que não tiveram a atenção necessária.
Os quadros graves não tratados adequadamente podem levar à insuficiência renal, mielinólise pontina central (destruição da bainha nervosa de mielina ao nível da ponte cerebral), coagulopatias, atrofias, icterícia, desnutrição, encefalopatias, dentre outras complicações.
Embora geralmente desapareça por completo, a hiperêmese gravídica, no entanto, é tão desconfortável e incapacitante que muitas mulheres relutam com a ideia de terem um segundo filho por temerem a repetição dela.
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