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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Transtorno Obsessivo-Compulsivo




O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) era considerado, até pouco tempo, uma doença rara, pois se levava em conta no estabelecimento de estimativas de sua incidência ou prevalência o pequeno número de pacientes que procuravam atendimento especializado. Hoje em dia, a procura ao tratamento especializado mudou esses índices significativamente.

Jenicke (1990) calculou que ao redor de 10% de todos os pacientes que ingressam numa clínica privada de psiquiatria apresentavam sintomas obsessivo-compulsivos importantes.

A incidência do TOC é maior em pessoas com conflitos conjugais, divorciados, separados e desempregados. É maior também nos familiares de 1º grau (3 a 7%) de portadores de TOC, é igual entre homens e mulheres e um pouco maior em adolescentes masculinos (75%). O início da doença se dá em torno dos 20 anos, mas não é incomum em crianças.

O TOC é freqüentemente complicado por outros transtornos psiquiátricos, chamados de transtornos co-mórbidos, como por exemplo, o tique nervoso, transtornos depressivos, transtorno ansioso ou mesmo a esquizofrenia. Quando isso acontece há necessidade de tratamento psiquiátrico adicional e que tenha efeito terapêutico sobre o TOC e sobre o transtorno co-mórbido.

Alguns autores recomendam a monoterapia (um só medicamento) quando o TOC é patologia única e a combinação cuidadosa de diferentes terapias apropriadas quando existem condições co-mórbidas.

A maior dificuldade para o tratamento do TOC está, exatamente, em convencer o paciente que o que ele sente é uma doença (que existe em outras pessoas) e que é possível tratá-la. A grande maioria desses pacientes tem constrangimento em relatar seus sintomas à outras pessoas, incluindo aos médicos, com medo de que pensem que ele é "louco".

A terapia comportamental associada à farmacoterapia são consideradas hoje as primeiras opções de tratamento. Foi a resposta parcial aos psicofármacos que nos recomenda a associação de farmacoterapia com terapia comportamental como tratamento de escolha para os sintomas obsessivo-compulsivos. Felizmente, na maioria das vezes essa associação terapia-farmacologia consegue atenuar ou eliminar completamente os sintomas.

Um grande número de substâncias já foram experimentadas no tratamento do TOC, porém, parece haver um consensos, hoje, de que as drogas inibidoras da recaptação da serotonina, como é o caso da clomipramina (Anafranil®), fluvoxamina (Luvox®), fluoxetina (Prozac®), sertralina (Zoloft®), paroxetina (Cebrilim®), e mais recentemente, o citalopram (Cipramil®), são bastante eficazes na redução dos sintomas.

Por outro lado, infelizmente, mesmo depois do advento dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), muitas vezes a melhora do quadro é acanhada ou nula. Apenas 20% dos pacientes ficam inteiramente livres dos sintomas, quando tratados com a farmacoterapia isoladamente e, entre 40 a 60 % obtêm benefícios parciais e variados (Goodman et al.,1992). Essa resposta tímida aos ISRS nos leva a pensar que outros sistemas neuroquímicos possam estar envolvidos, além do serotonérgico.

Na prática, principalmente na prática da saúde pública de nosso país, nem sempre os pacientes estão em condições de procurar uma terapia comportamental. Nesses casos a farmacoterapia costuma ser introduzida inicialmente. Para muitos casos essa poderá ser a única terapia ao alcance do paciente.

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