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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Ruptura do tendão do biceps


O músculo bíceps está na região anterior (frente) do braço. 

Ele é responsável por dobrar o cotovelo e girar o antebraço, colocando a palma da mão para cima.  

O músculo bíceps é formado por duas porções: a cabeça curta e a cabeça longa do bíceps. 

Lesões da cabeça curta são extremamente raras, mas o acometimento da cabeça longa é frequente, sendo causa comum de dor no ombro. 

Frequentemente os distúrbios do bíceps estão associados a lesões do manguito rotador.

Em muitos pacientes, o tendão do bíceps sofre uma ruptura pois apresenta um processo inflamatório crônico. Nestes pacientes encontramos uma história prévia de dor no ombro. 

Nos praticantes de musculação, a ruptura do bíceps está associada ao uso de anabolizantes. 

Com o tendão enfraquecido, ao realizar um esforço como levantar um objeto pesado, o tendão da cabeça longa do biceps pode romper-se completamente. 

 A cabeça curta do biceps mantém-se integra o que permite que os pacientes mantenham a movimentação do cotovelo.

Os pacientes referem dor súbita na região anterior (frente) do ombro. Após alguns dias, podem apresentar um hematoma no braço. 

É comum a perda de força transitória para dobrar o cotovelo e virar o antebraço colocando a palma da mão para cima.

Após algumas semanas, diminuindo o inchaço da lesão é perceptível uma deformidade com um abaulamento na região anterior do braço (sinal do Popeye).


As lesões do bíceps são fáceis de serem identificadas pelo exame clínico, mas devemos em todos os pacientes com suspeita de lesão do bíceps pedir uma ressonância magnética do ombro para verificar se não houve uma lesão do manguito rotador associada.


Na maioria dos pacientes, a dor e a fraqueza para dobrar o cotovelo é temporária. 

 E a deformidade no braço pode não incomodar alguns pacientes, principalmente os mais idosos e com menor atividade física. 

Nestes casos, o tratamento não cirúrgico com gelo, antiinflamatórios e fisioterapia é suficiente.

Para pacientes mais jovens e ativos, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. O procedimento realizado é a tenodese do bíceps. 

A tenodese possui diversos métodos e locais de fixação, não havendo consenso entre os ortopedistas qual o melhor método. 

A fixação do tendão pode ser realizada através de túneis transósseos e fios de alta resistência, parafusos de interferência ou âncoras. 

 As complicações desta cirurgia são raras. 

Após a cirurgia, o ombro pode ser imobilizado temporariamente com uma tipoia. 

A cirurgia bem sucedida pode corrigir a deformidade do músculo, retornar a força e função do braço.

O tratamento cirúrgico também está indicado para os pacientes com lesão do manguito rotador associada.


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