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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Antidepressivos: uma pequena história.





A humanidade tem se defrontado com a depressão há séculos, talvez milênios e muitos tem sido os métodos de tratamento para combater esta doença.

O ópio já foi considerado como um método eficaz de combate a ela na China antiga.

No século XVII os europeus meio que sistematizaram o tratamento e, com algumas particularidades, também usaram o ópio.

Thomas Sydenham misturou ópio com álcool, produzindo o láudano (do latim, louvar), para curar a melancolia e a angústia. Entretanto, após algum tempo perceberam o grande risco de vício e o método foi abandonado.

Fizeram o mesmo com o álcool isolado, mas os riscos eram os mesmos. Ainda assim alguns médicos recomendavam a bebida Borgonha, vinho branco e até mesmo brandy contra a melancolia. Claro que os resultados eram desastrosos com o passar do tempo.

A Cannabis e a cocaína chegaram a ser utilizadas até mesmo em consultórios médicos no século XIX, mas os resultados eram frustrantes.

Há relatos de que a escritora inglesa Virginia Woolf usava barbitúricos para tratar sua depressão.

Já na década de 50 do século XX as anfetaminas subiram ao palco para o tratamento, após o intenso uso durante a II Guerra Mundial, quando eram utilizadas como estimulantes para o combate no front. Entretanto, em pouco tempo foi percebido que eram geradoras de depressão em muitos pacientes e foram abandonadas para esta finalidade.

Na mesma época, a iproniazida, droga utilizada no tratamento da tuberculose foi apontada como tendo propriedades antidepressivas, mas infelizmente possuía toxicidade para o fígado e teve seu uso também abandonado.

Um grande laboratório fez pesquisas com uma substância chamada imipramina, já no final da década de 50 e lançou o produto comercial Tofranil no mercado para o tratamento da depressão. Era a primeira droga da primeira geração de antidepressivos, chamados então de “tricíclicos”, por conta de apresentarem estrutura orgânica com três anéis de carbono.

O Tofranil ainda é utilizado, embora seja relativamente rico em efeitos colaterais como obstipação (ressecamento intestinal), aumento de peso e ressecamento de mucosas.

Atualmente são utilizados os chamados SSRIs, que atuam na sinapse dos neurônios, isto é, no ponto de comunicação entre eles, facilitando a troca de neurotransmissores, como a serotonina, noradrenalina e dopamina.

São mais modernos, mas ainda não isentos de efeitos colaterais, como redução da libido, alterações digestórias, dores de cabeça, agitação e outros sinais e sintomas.

Muito há, ainda, o que entender e pesquisar no campo das depressões.

Aliada aos medicamentos, há que se aplicar a psicoterapia, particularmente a cognitivo e a comportamental ou a junção das duas, para a mais rápida recuperação do paciente portador deste verdadeiro problema de saúde pública.

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