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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Sobre a segurança da vacina da Febre Amarela


A vacina contra a febre amarela é feita com o vírus vivo atenuado e aplicada por injeção subcutânea ou intramuscular na região deltoidea (braço). Em 95% dos casos, uma única dose confere imunidade por toda a vida, a partir de 7 a 10 dias após a aplicação (99% após um mês).

Até há algum tempo, a dose considerada ideal consistia em tomar 0,5 ml da vacina. Atualmente, descobriu-se que uma dose de apenas 0,1 ml (que passou a ser chamada “dose fracionada”, em comparação com a outra, dita “dose integral”) imuniza igualmente à dose integral por, pelo menos, 8 anos.

Algumas considerações a respeito da segurança da vacina contra a febre amarela

A vacina que vem sendo usada atualmente existe desde a década de 1930 e tem se mostrado bastante segura, mas há raros casos em que pessoas chegam a morrer após a aplicação dela. No entanto, isso sempre aconteceu a pessoas que tomaram a vacina fora das recomendações médicas: pessoas idosas ou sofrendo de outras doenças.

Os casos de adoecer de febre amarela após ter sido vacinado são excepcionalmente raros: apenas 12 casos conhecidos em mais de 600 milhões de pessoas em que a vacina foi aplicada desde 1930. Todos esses casos foram registrados dentro dos primeiros cinco anos após terem tomado a vacina, o que demonstra que isso não se deveu ao “vencimento” da vacina. De qualquer forma, é de toda conveniência desenvolver-se uma nova vacina contra a doença, com menos risco de efeitos adversos.

A vacina da febre amarela é recomendada de rotina para pessoas entre 9 e 12 meses de idade que vivem em áreas com risco de transmissão do vírus ou que viajem para elas.

Pode ser utilizada em massa para imunizar toda a população, quando há um surto da doença, como o que ocorre nesse momento no Brasil. Para poder vacinar a maior percentagem possível de pessoas, alguns estados estão aplicando a dose fracionada, advertindo às pessoas que só estão protegidas por oito anos. No entanto, as pessoas que precisem do Certificado Internacional de Vacinação para viajar a países que exigem esse documento têm de tomar a dose integral com 10 dias de antecedência com relação à viagem.

A vacina parece segura também durante a gravidez, mas deve-se seguir a regra geral de não usar nesse período nenhuma medicação estranha à gravidez. No entanto, ela é recomendada para aquelas grávidas expostas a um alto risco de contrair a doença.

Para decidir entre tomar ou não a vacina, deve-se considerar os riscos da imunização e da aquisição da doença. Como regra geral, salvo orientações médicas em contrário, a vacina não deve ser aplicada a crianças abaixo de 9 meses de idade e a mulheres que estejam amamentando, porque o vírus pode ser eliminado pelo leite.

A vacina também não deve ser aplicada a pessoas com baixa imunidade ou que estejam tomando remédios imunossupressores. Deve-se adiar a vacinação de pessoas com febre, até que esta desapareça, e nos casos de doenças agudas ainda sem diagnóstico. Pessoas com doenças crônicas descompensadas devem consultar um médico sobre a conveniência ou não de vacinar-se.

Deve-se postergar a aplicação dessa vacina em pessoas que fizeram uso recente de qualquer outra vacina com vírus atenuado (sarampo, rubéola, varicela, cólera, etc). O intervalo a ser respeitado deve ser de 4 semanas, no mínimo. Recomenda-se também que as mulheres que tenham sido vacinadas evitem a gravidez por no mínimo 30 dias.

A vacina contra a febre amarela produz poucos efeitos colaterais. Efeitos colaterais graves (incluindo óbitos) são raríssimos. Cerca de 5% das pessoas podem desenvolver sintomas leves como febre, dor de cabeça e dor muscular. A ocorrência de reações no local de aplicação é muito infrequente. Reações de hipersensibilidade são muito raras (cerca de 8 por milhão) e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina. A ocorrência de encefalite também é raríssima (cerca de 8 por milhão) e a maioria dos casos registrados ocorreu em crianças que foram vacinadas com menos de seis meses de idade.

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