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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Cistectomia: o que é?


Cistectomia é a remoção total ou parcial da bexiga urinária, necessária para tratar o câncer invasivo de bexiga e outras raras condições mórbidas. Nos homens, a cistectomia radical para tratar o câncer requer a retida conjunta da próstata e vesículas seminais e nas mulheres do útero, trompas, partes da vagina e, eventualmente, dos ovários.

Em geral, a cirurgia faz parte do tratamento de alguns tipos de tumores malignos de bexiga, mas antes de se recorrer a ela como medida extrema existem outros procedimentos menos mutiladores para tratar o câncer de bexiga, como aplicação tópica do BCG e ressecção transuretral do tumor, por exemplo.

O tipo de cistectomia que deve ser feito (total ou parcial) depende do estágio da doença. Se o tumor é pequeno e está bem localizado, pode ser removido sem a retirada de toda a bexiga. Se o tumor é grande ou dependendo de sua localização na bexiga, deve ser realizada a cistectomia radical (remoção total da bexiga).

Nos homens, em se tratando de tumores invasivos, que acometem a camada muscular da bexiga, devem também ser removidas a próstata e as vesículas seminais. Nas mulheres, quase sempre são removidos também os ovários, as trompas de Falópio, o útero e parte da vagina. Algumas vezes, se faz necessário complementar a cistectomia com a radioterapia e/ou quimioterapia.

Mas há também outras situações em que a retirada da bexiga é necessária, tais como patologias inflamatórias e neurológicas que causem disfunção severa do órgão. Nesses casos, no entanto, normalmente é feita apenas a retirada da bexiga, sem envolver outros órgãos.

Oito dias antes do procedimento, eventuais medicamentos que o paciente esteja tomando e que interfiram com a coagulação sanguínea devem ser suspensos. Medicamentos hipoglicemiantes devem ser suspensos 48 horas antes da cirurgia. No dia do procedimento deve ser observado jejum de 8 horas antes do ato cirúrgico. Líquidos claros podem ser ingeridos até 5 horas antes da cirurgia. Realizado o procedimento, o paciente deve evitar esforços físicos durante os 30 dias seguintes e ingerir bastante líquido.

Em geral a cistectomia é realizada através de uma incisão no abdômen, sob anestesia geral. Em alguns casos, a cirurgia pode ser feita por laparoscopia, quando uma mini câmera é inserida, através de pequenas incisões, permitindo visualizar o interior da pelve. Em caso da remoção total da bexiga, é preciso construir um novo percurso para a urina chegar ao exterior ou a reconstrução de um novo recipiente para o armazenamento e eliminação da urina.

Existem diversos tipos de reconstrução possíveis, os quais devem ser escolhidos juntamente com o paciente. Por exemplo, a bexiga pode ser integralmente removida e substituída por um novo reservatório (neobexiga) feito com tecido do intestino ileal. Nesse novo reservatório são implantados os ureteres e como ele não tem a contratilidade da musculatura da bexiga, a urina deve ser periodicamente removida por cateter.

Se houver alguma contraindicação para retirada da bexiga ou para confeccionar uma nova bexiga, pode-se fazer uma extensão dos ureteres até a pele, usando retalhos do intestino. Nesse caso, faz-se um desvio da urina, sem remoção da bexiga, e o paciente terá de usar uma bolsa coletora externa, adaptada à pele, para aparar a urina que flui de maneira contínua.

Na cistectomia parcial, a bexiga restante pode não ser capaz de reter a urina e motivar uma micção muito frequente.

A cirurgia de retirada radical da bexiga nos homens remove a glândula prostática e as vesículas seminais, o que significa que ele não mais produzirá sêmen. O orgasmo ainda pode ocorrer, mas será seco, sem sêmen. As complicações são as mesmas da prostatectomia (remoção da próstata) radical, além daquelas relativas ao intestino e ao ureter na nova bexiga. Além disso, pode haver também lesões em nervos da região, o que impede a ereção.

Nas mulheres, como há a remoção de parte da vagina, o sexo pode tornar-se desconfortável. Nelas, a capacidade de ter um orgasmo também pode ser afetada.

A taxa de mortalidade dessa cirurgia é de 1%.

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