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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Alergias oculares


Alergias oculares são respostas exageradas do sistema de defesa do corpo (sistema imunológico) a uma determinada substância, que é chamada de alérgeno. Elas acometem os olhos ou as estruturas próximas a eles, como as pálpebras.

Um grande número de substâncias é capaz de produzir reações alérgicas, as quais são chamadas de alergenos. Quase sempre as alergias são desencadeadas por poeira, fumaça, pólen, ácaros, alimentos (camarão, lagosta e outros frutos do mar), medicamentos, produtos de beleza, tintas, solventes, agrotóxicos e inseticidas, por exemplo.

Quando essas reações afetam exclusiva ou predominantemente os olhos, são ditas alergias oculares. As alergias oculares podem afetar qualquer pessoa, mas os portadores de rinite alérgica, asma ou alergias de pele apresentam mais chances de ter o problema.

A Alergia ocular é a principal causa de coceira nos olhos. Embora na maioria das vezes a coceira nos olhos seja leve, em outras vezes ela pode ser muito intensa e incomodativa e até causar lesões na córnea que atrapalham a visão. As alergias oculares mais frequentes são as conjuntivites alérgicas, devidas à exposição a um alergeno.

Os sintomas mais comuns das alergias oculares são olhos vermelhos, coceira, lacrimejamento, ardência, fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) e edema das pálpebras. A conjuntivite alérgica difere da conjuntivite infecciosa, apresenta coceira mais intensa, menos secreção, não é contagiosa e tem uma duração maior que a forma infecciosa. Além disso, a conjuntivite alérgica causa uma reação inflamatória no olho diferente da conjuntivite infecciosa em que há formação de folículos, só visualizados pelo oftalmologista através do microscópio.

As conjuntivites alérgicas são de quatro tipos:


1.Conjuntivite sazonal: é o tipo mais frequente, associada a fatores como poeira e pólen e à rinite ou asma. Costuma ter uma intensidade de leve a moderada e ao exame clínico pode-se encontrar edema da conjuntiva, hiperemia e reação papilar, sem envolvimento da córnea.

2.Ceratoconjuntivite atópica: associada à dermatite atópica.

3.Conjuntivite primaveril (ou vernal): é um quadro mais grave de alergia ocular, sendo mais acentuada nos meses da primavera e do verão. Além de afetar a conjuntiva, acomete também a córnea. Geralmente ocorre em meninos dos 5 aos 15 anos.

4.Conjuntivite papilar gigante: caracterizada pela presença de papilas gigantes na conjuntiva. Ela pode estar associada ao uso crônico de lentes de contato, principalmente as gelatinosas, ou a traumas mecânicos na superfície ocular. A presença de suturas também pode desencadear esta forma de conjuntivite.

As alergias oculares são diagnosticadas a partir dos sintomas, da história médica do paciente e do exame clínico. Às vezes, é necessário o uso do microscópio oftalmológico para determinar o tipo de alergia.

Todos os tipos de conjuntivite alérgica obedecem a um mesmo tratamento básico, com colírios e medicações sistêmicas, embora possa haver especificidades para cada tipo e para cada configuração clínica. O mais importante é evitar o contato com o alergeno, se ele for conhecido.

O tratamento da conjuntivite sazonal é realizado com colírios antialérgicos, associados a lágrimas artificiais. A conjuntivite primaveril ou vernal pode ser tratada de modo semelhante ao empregado nas conjuntivites sazonais. Já nos casos moderados a severos, especialmente nos períodos de crises, o tratamento dessa forma de conjuntivite requer o uso de corticoides tópicos, além das demais medicações.

O tratamento da conjuntivite atópica é realizado com anti-histamínicos tópicos, sendo frequente também a necessidade de usar corticoides. Algumas vezes, além das medicações tópicas, é necessário associar anti-histamínicos ou imunomoduladores sistêmicos. O tratamento da conjuntivite papilar gigante é feito com anti-histamínicos e corticoides tópicos e com a suspensão temporária das lentes de contato por alguns dias ou semanas. Em alguns casos, além do tratamento clínico pode ser necessário remover cirurgicamente as papilas.

Os portadores de conjuntivite atópica apresentam maior risco para o desenvolvimento de ceratocone e catarata. A cerato-conjuntivite vernal, se não tratada adequadamente, pode prejudicar muito a visão do paciente. Casos mais graves, persistentes por longo tempo, podem gerar lesões na córnea, as quais podem comprometer de forma irreversível a visão da pessoa.

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