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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Inflamação dos discos intervertebrais


A discite é uma inflamação dos discos intervertebrais. É bem mais comum em crianças, mas também pode afetar indivíduos adultos.

Ainda não se tem clareza sobre a etiologia da discite. Contudo, muitos acreditam que ela resulta de uma infecção que ocorra em um dos platôs vertebrais e passe a acometer o disco. A origem dessa doença pode ser uma infecção viral ou bacteriana. A bactéria mais comumente implicada na discite é o Staphylococcus aureus.

Frequentemente, a discite está associada a outra doença, chamada osteomielite, uma infecção de ossos ou da medula óssea que pode afetar também a coluna, comprometendo os discos intervertebrais. Pode também ocorrer em consequência de uma doença autoimune.

Os fatores de risco mais importantes são crianças com menos de dez anos de idade, pessoas com doenças autoimunes ou com sistema imunológico debilitado, usuários de drogas injetáveis e pós-operatório.

A inflamação causa inchaço nos pequenos espaços entre os discos intervertebrais, coloca pressão sobre eles e gera a dor e os demais sintomas.

A discite é relativamente incomum e afeta principalmente crianças pequenas. A primeira manifestação clínica da discite é a dor, sobretudo na parte inferior e superior das costas, que pode ser leve ou intensa e que se agrava com a realização de qualquer movimento. Pode ser dor local ou propagar-se para o abdômen, quadril ou pernas.

Alguns pacientes podem apresentar também sintomas radiculares (como fraqueza e dormência, por exemplo), além de febre e calafrios. Outros sintomas podem incluir dor ou desconforto abdominal, mudanças posturais, febre, rigidez ou desconforto nas costas e dificuldade para executar tarefas que exijam mobilidade.

O diagnóstico da discite deve basear-se na história clínica, em radiografias da coluna, que evidenciarão aproximação do espaço discal com o platô da vértebra contígua, ressonância magnética e exames de sangue. Existe a possibilidade de realização de uma biópsia, mas este procedimento não é indicado para crianças. Para jovens e adultos ele é especialmente indicado quando há suspeita do envolvimento desses pacientes com drogas, o que amplia em muito a possibilidade da presença de outros microrganismos além do Staphylococcus aureus.

O médico poderá usar também a cintilografia óssea a fim de examinar internamente os ossos para analisar a vitalidade deles.

O tratamento adequado para a discite tem sido objeto de alguma discussão. A maior parte dos médicos recomenda imobilizar a coluna com coletes e alguns acham que também deve ser feito o uso de antibióticos, pois o mais provável é que haja a presença de uma infecção bacteriana do disco. Também pode-se usar anti-inflamatórios, conforme o caso, bem como analgésicos.

Há a possibilidade do tratamento cirúrgico, mas este só é indicado quando o diagnóstico for inconclusivo, se houver suspeitas de tumor, para descompressão da estrutura neural quando houver abscesso, fraqueza, dormência e alterações da bexiga ou do intestino e, em raros casos, para fundir uma coluna instável.

O médico também pode fazer recomendações quanto a mudanças nas atividades diárias e repouso no leito.

Se a discite for consequência de uma infecção, espera-se que os pacientes se recuperem integralmente. Para os casos que envolvem doença autoimune, essa condição poderá ser mais persistente do que a discite.

Embora rara, a dor crônica nas costas é uma complicação que pode ser associada à discite. O paciente também poderá apresentar efeitos colaterais desagradáveis dos medicamentos.

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