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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Dor miofascial


A dor fascial ou Síndrome Dolorosa Miofascial é uma síndrome caracterizada por dor muscular crônica desencadeada quando um ponto específico do corpo, chamado ponto gatilho, é pressionado. Essa é uma das causas mais comuns de dor musculoesquelética. Pontos gatilho são nódulos musculares ou na fáscia que desencadeiam, quando palpados, dor, endurecimento, pseudo-fraqueza e limitação de amplitude de movimento do músculo. A dor, bastante significativa, pode ser referida a um local à distância do ponto gatilho.

A fisiopatologia da dor miofascial ainda é um mistério. Acredita-se que os pontos gatilho podem se desenvolver a partir de microlesões musculares repetitivas, ou tensão excessiva sobre um determinado músculo ou grupo muscular, ligamento ou tendão, ou por todos esses fatores em conjunto. Parece que a lesão crônica acaba gerando o ponto gatilho que, por sua vez, causa a dor.

A dor pode também estar associada a condições como diabetes, doenças da tireoide, depressão, anemia, doenças reumatológicas e neurológicas, etc, ou ser desencadeada por bruxismo, distúrbios comportamentais ou do sono.

A dor miofascial pode ocorrer em ambos os sexos e é mais comumente observada em atletas e nas pessoas acima dos 30 anos de idade. Ocorre também em qualquer músculo ou fáscia e pode resultar em uma variedade de sintomas locais. Apesar de ser mais comum nas costas, ombros e pescoço, ela também pode aparecer em qualquer outra parte do corpo.

Geralmente, a dor muscular é profunda, em aperto, contínua, mal localizada sobre músculos ou articulações. Dependendo da intensidade e da localização dos pontos gatilho, pode variar desde uma dor leve até outra de forte intensidade. Ela tende a ser despertada ou se agravar com o exercício, embora possa ocorrer mesmo no repouso. Além disso, ocorre rigidez muscular no músculo dolorido, diminuição da amplitude de movimento, exacerbação da dor ao pressionar o ponto dolorido, contração do músculo ao realizar a palpação e alívio da dor ao realizar o alongamento do músculo.

Os nódulos dos pontos gatilho são muitas vezes palpáveis através da pele. A dor sentida pelo paciente pode ser experimentada em local diferente de onde está o ponto gerador (“gatilho”) devido ao fenômeno da dor referida. Além da dor, as pessoas com essa síndrome também podem sofrer de depressão, fadiga, distúrbios comportamentais e outras coisas mais, como em todas as condições de dor crônica.

O diagnóstico da dor miofascial é eminentemente clínico. O diagnóstico depende apenas da história clínica, da avaliação dos fatores causais e do achado dos pontos gatilho, com reprodução da dor ao exame físico.

A dor miofascial tem cura. O objetivo do tratamento não visa simplesmente o alívio da dor mas busca, além da analgesia, a diminuição do desconforto, a melhora da funcionalidade do paciente e da sua qualidade de vida. A tentativa de controle dos sintomas deve ser realizada com terapias farmacológicas (analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares), não farmacológicas (agulhamento, acupuntura, etc), alongamentos e técnicas de liberação miofascial que podem ser realizadas pela fisioterapia e reabilitação.

Além disso, os indivíduos podem também recorrer à crioterapia ou eletroterapia, ultrassonografia ou laser, massagens e auto-massagens. O músculo em causa deve ser mantido em repouso até a melhora total da dor.

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