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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Antipsicóticos


A psicose é um estado mental patológico caracterizado pela perda de contato com a realidade. O indivíduo passa a apresentar comportamento antissocial, pensamento confuso, delírios, alucinações, alterações patológicas dos sentimentos e, por vezes, agressividade. Sem consciência da sua enfermidade, o paciente apresenta uma convicção inabalável em suas ideias, por mais absurdas e ilógicas que pareçam aos demais.

Diz-se que são positivos os sintomas psicóticos que consistem num “a mais” em relação a atividade psíquica normal, como as alucinações, os delírios e a agitação psicomotora e negativos aqueles sintomas que representam um “a menos” em relação ao normal, como a apatia, a depressão, etc.

Antipsicóticos (ou neurolépticos) são medicações capazes de corrigir ou melhorar os sintomas psicóticos. Eles agem mais eficazmente contra os sintomas positivos que contra os negativos. No entanto, nem todos os casos de psicose são tratados unicamente por esse grupo de medicamentos. Muitas vezes pode-se utilizar também antidepressivos.

O uso prolongado de pequenas doses de antipsicóticos pode prevenir as agudizações das psicoses. Os neurolépticos, uma subdivisão dos antipsicóticos, foram os primeiros remédios desenvolvidos para o tratamento de alucinações e delírios e, por isto, são também conhecidos como antipsicóticos típicos.

Os antipsicóticos podem ser classificados em típicos ou de primeira geração e atípicos ou de segunda geração. Essa tal divisão é feita com base no mecanismo de ação. Os primeiros são predominantemente bloqueadores de receptores da dopamina e os segundos são principalmente bloqueadores dos receptores dopaminérgicos e serotonérgicos, o que acarreta diferentes efeitos colaterais, em geral mais brandos nestes últimos.

Os antipsicóticos passaram a ser utilizados na psiquiatria a partir da descoberta de Delay e Deniker, no início da década de 50.

A superatividade da dopamina no sistema límbico cerebral é importante na patogenia da esquizofrenia. O receptor mais importante da dopamina é o receptor dopaminérgico D2. Os antipsicóticos funcionam como antagonistas do receceptor D2, diminuindo a ação da dopamina endógena. Alguns neurolépticos atuais têm a capacidade de atuar também nos receptores serotoninérgico, acetilcolinérgico, histamínico e noradrenérgico.

Os neurolépticos não curam as psicoses. São drogas sintomáticas que mantêm sob controle os sintomas da doença psíquica. Na maioria dos casos, conseguem eliminar surtos de alucinações e ilusões, podendo, até mesmo, influenciar na acepção do seu estado doente.

De um modo geral, os neurolépticos são usados no controle das psicoses. Os neurolépticos atípicos podem melhorar a capacidade de concentração e de fala. Em algumas ocasiões eles, além de agirem antipsicoticamente, também mostram um efeito tranquilizante. Eles não interferem na lucidez ou no intelecto, mas podem, por vezes, sedar o paciente fortemente. Isso acontece principalmente com os neurolépticos mais antigos.

Deve-se evitar o uso de antipsicóticos quando há discrasias sanguíneas, estados comatosos, depressão acentuada do sistema nervoso central, transtornos convulsivos ou quando o paciente apresenta doença cardiovascular grave.

Os efeitos colaterais mais comuns dos antipsicóticos são acatisia, distonias, discinesias e parkinsonismo, especialmente com os antipsicóticos de primeira geração. Outros efeitos colaterais são aumento dos níveis de prolactina, desencadeamento de diabetes, hipotensão ortostática, taquicardia, sedação, sonolência, tonturas, ganho de peso e disfunções sexuais.

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