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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Hipnoterapia


Está cada vez mais divulgada e acessível, mas a hipnose ainda é frequentemente vista nos dias de hoje como algo espetacular, mágico, perigoso até, com base na convicção de que a pessoa fica adormecida, inconsciente, à mercê da vontade do hipnotizador.

Ainda com muitas ideias errôneas e mitos associadas, a hipnose não é mais do que um estado alterado da consciência ou percepção, derivado do afunilamento da atenção – transe hipnótico – frequentemente (mas não necessariamente) com base num profundo e agradável relaxamento.

Reconhece aquela sensação de estar tão absorvido no que está a fazer que parece que tudo à volta “desapareceu”? Naturalmente, no nosso dia-a-dia são vários os momentos em que todos nós experienciamos algum tipo de estado ou transe hipnótico em que permitirmos à nossa mente vaguear ou “sonhar-acordada”.

Ficamos interiormente concentrados de tal forma que nos “desligamos” do que se passa no exterior: é o caso da condução em autoestrada, sem que tenhamos consciência do percurso realizado “em automático” ou o estar de tal forma absorto num livro ou mesmo em pensamentos, que não nos apercebemos de algo que está a acontecer ao nosso lado ou ainda aquele momento “vai/não vai” pouco antes do adormecer.

A hipnose refere-se a um estado alterado de consciência, que se atinge geralmente através da combinação da imaginação e da concentração da atenção e do desejo de envolvimento, disponibilizando-nos para imaginar determinadas situações e reagir-lhes emocionalmente, mesmo sabendo que não são reais (tal como nos emocionamos com um filme, representado num ecrã, se nos deixarmos envolver na sua história).

É um fenômeno natural, mas pode ser procurado, induzido, deixando-nos de facto susceptíveis à sugestão do indutor, se tivermos essa disponibilidade.

Em hipnoterapia este estado é induzido com uma finalidade terapêutica, de especial utilidade em modificações comportamentais desejadas, como deixar de fumar, para o controle de peso, para gestão emocional e controle da ansiedade, como no caso das fobias e pânico, em situações físicas de mal-estar e doença e controle de sintomas como a dor crônica ou ainda numa perspectiva de desenvolvimento pessoal e de fortalecimento do ego e autoconfiança.

Em ambiente de consultório, num contexto de confiança e confidencialidade, o transe hipnótico é induzido pelo terapeuta, levando a pessoa a uma concentração profunda no que está a ser dito, tornando-a assim receptiva às sugestões, desejadas e previamente acordadas em função do objetivo pretendido, sem no entanto perder o controlo da situação.

Isto pode ser feito com recurso a um conjunto de técnicas disponíveis, que incluem por exemplo a regressão de memória - recordação/revivência de experiências passadas - e a dissociação - que favorece a utilização do consciente enquanto observador objetivo da mente subconsciente.

Mas a sua utilização não está limitada ao gabinete e às sessões agendadas: com a ajuda do terapeuta poderá também aprender a fazer auto-hipnose - entrar sozinho nesse estado e a dar-se a si mesmo sugestões positivas, benéficas e desejáveis para si.

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