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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Urticárias


Urticária é uma lesão de pele, cuja principal característica é a formação de urticas ou pápulas (elevações circulares, salientes e bem demarcadas), circundadas por vergões vermelhos (eritema) e inchaço (edema).

As placas de urticária costumam coçar muito. Elas podem surgir de repente, em qualquer região do corpo, e desaparecer espontaneamente para ressurgir depois noutro local.

Em geral, seu aparecimento está associado à ação da histamina, substância liberada pelos mastócitos, células do tecido conjuntivo responsáveis pela dilatação e permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos.

Há casos em que a urticária vem acompanhada por angioedema, um inchaço proveniente das camadas mais profundas da derme que atinge sobretudo pálpebras, lábios, orelhas, pés, mãos e genitais.

Embora pouco comum, o angioedema pode afetar a mucosa da boca e da garganta, a ponto de promover um bloqueio nas vias aéreas superiores e edema de glote (edema de Quinck), complicações graves da doença que põem a vida em risco.

A urticária é um distúrbio bastante comum. Estudos mostram que cerca de 20%, 25% das pessoas já manifestaram pelo menos um episódio da doença na vida. Estudos recentes apontam que, na maioria dos casos, a manifestação da urticária não está correlacionada com um processo alérgico.

Tipos/classificação

Dependendo do tempo de evolução e das características da crise, a urticária pode ser classificada de diferentes formas:

urticária aguda – com duração inferior a seis semanas, constituída por um único episódio transitório e autolimitado, que não deixa marcas nem cicatrizes, mas pode ressurgir mais tarde, em outras áreas do corpo;
urticária crônica – quando a afecção persiste por mais de seis semanas, podendo permanecer ativa por meses ou anos.
A forma crônica pode apresentar-se de duas maneiras diferentes:

urticária crônica induzida – quando os sinais são desencadeados por um agente externo (frio, calor, pressão por roupas muito justas ou elásticos (dermografismo), vibrações, , sol, água, exercícios físicos, entre outros);
urticária crônica espontânea/idiopática – surge sem que se identifique um fator desencadeante, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento. Essa forma da doença afeta mais as mulheres do que os homens . Embora possa manifestar-se em pessoa de qualquer idade, o mais comum é manifestar-se entre os 20 e os 40 anos.

Causas

Ainda não está completamente esclarecida a(s) causa(s) das crises de urticária.

Pesquisas mostram que a forma aguda pode ser desencadeada por estímulos de origem imunológica ou não imunológica. Nas não imunológicas, que incluem a urticária aguda alérgica e a urticária crônica induzida, a erupção cutânea é consequência de uma reação alérgica aguda a agentes físicos, tais como: certos medicamentos (AAS, diclofenaco, penicilina, anti-hipertensivos,etc.), alguns alimentos (frutos do mar, ovos, nozes, leite, chocolate, conservas, etc.), picadas de inseto, ou ainda como reação à exposição direta da pele ao frio, ao calor, a raios solares, à água quente ou fria, e a exercícios físicos. As lesões podem surgir, também, em áreas da pele que estiveram sujeitas à fricção ou foram mantidas sob pressão (dermografismo).

É muito difícil definir o fator desencadeante de grande parte dos episódios de urticária crônica espontânea. Estudos recentes indicam que muitos desses quadros podem estar associados a uma doença autoimune, que se instala quando o sistema imunológico produz anticorpos que agridem o próprio organismo.

Sintomas

Coceira intensa e ardor são sinais que podem preceder o aparecimento das urticas, isto é, de pequenas elevações rosadas, com o centro mais claro, delimitadas por vergões avermelhados e inchaço.

O tamanho das lesões varia muito (de poucos milimetros a muitos centímetros). Elas podem irromper isoladas na pele ou formando placas. Embora desapareçam sem deixar marcas, podem voltar a manifestar-se em qualquer outra região do corpo.

Sintomas como falta de ar e dificuldade para engolir e falar, apesar de raros, são considerados complicações graves, tanto da urticária quanto do angioedema, e exigem atendimento médico imediato.

Diagnóstico

A história clinica do paciente, os hábitos alimentares, o uso de medicamentos e o aspecto das lesões são dados importantes para diagnóstico da urticária. Exames de sangue e testes cutâneos podem ser úteis para identificar a causa e os fatores desencadeantes. Também é importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras enfermidades para orientar o tratamento.

No entanto, nem sempre é possível determinar a causa da urticária crônica. Quando isso acontece, a doença é classificada como urticária crônica espontânea idiopática e apresenta reflexos negativos no comportamento do dia a dia dos pacientes.

Tratamento

A urticária crônica não tem cura, mas as crises podem ser controladas com medicamentos. O objetivo é a melhora dos sintomas que interferem diretamente na qualidade de vida dos portadores da doença.

O tratamento é estabelecido, individualmente, de acordo com as necessidades de cada doente. Medicação de uso local não costuma apresentar resultados eficazes para o controle da doença.

Quando é possível identificar a causa das lesões, como ocorre nas urticárias agudas e nas crônicas induzidas, a primeira medida terapêutica consiste em suspender o contato com o agente desencadeante das crises.

Medicamentos anti-histamínicos (conhecidos como antialérgicos), por via oral, são úteis para aliviar os sintomas, porque inibem a ação dos receptores de histamina. Em algumas situações, pode ser necessário incluir a prescrição de drogas com corticoides em sua fórmula, por períodos curtos, em virtude dos efeitos adversos que podem provocar, e imunossupressores. Casos mais graves, especialmente quando associados ao angioedema, podem exigir a aplicação de adrenalina por via subcutânea.

O tratamento da urticária crônica espontânea idiopática é realizado em etapas, com anti-histamínicos introduzidos em doses que podem ser aumentadas gradativamente. Considerando a resposta do paciente à medicação, outras classes de drogas podem ser introduzidas.

Em dezembro de 2015, a Anvisa aprovou o omalizumabe ( nome fantasia Xolair), um medicamento imunobiológico para o tratamento da urticária crônica espontânea grave e refratária aos tratamentos convencionais. Ele modifica a resposta imune do organismo e pode ser indicado para adultos e crianças acima dos doze anos que, no geral, respondem bem a essa nova medicação que, anteriormente, era utilizada nos casos de asma alérgica grave.

Como o SUS não disponibiliza o omalizumabe para os pacientes, seu alto custo pode inviabilizar sua aplicação no tratamento da urticária.

Recomendações

* Fique atento. Se você já sabe qual é o agente que desencadeia os surtos de urticária, afaste-se dele. Essa é a maneira mais segura de prevenir as crises;

* Evite coçar a pele, particularmente nas áreas em que se desenvolveram as lesões;

* Aplique compressas frias sobre as lesões para aliviar a coceira, que costuma ser o principal sintoma da urticária;

* Leve imediatamente a pessoa para atendimento médico-hospitalar se, além dos sintomas característicos da urticária, ela apresentar dificuldade para respirar, falar ou engolir;

* Verifique se você não é alérgico ao pigmento amarelo chamado tartrazina, ou E102, utilizado pela indústria para dar cor a remédios e alimentos;

* Não se automedique nunca. Siga rigorosamente as orientaçoes médicas;

* Relaxe. Estresse não é causa primeira para o aparecimento da urticária, mas pode piorar os sintomas.

Observação importante: Quando a crise de urticária aguda é desencadeada por alimentos ou remédios, no máximo uma hora depois que foram ingeridos, pode ser sinal de uma reação alérgica que requer atendimento médico de urgência

Fontes:

www.drauziovarella.com.br

www,dermatologia.net – doenças da pele

www.asbai.org.br/revistas/Vol286/urticarias

http//urticaria.org.br

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