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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Aderências


Uma aderência é uma faixa anormal de tecido que se forma após determinados eventos clínicos, traumáticos ou cirúrgicos e que une indevidamente dois órgãos ou tecidos do corpo, como se fosse uma cicatriz, frequentemente causando prejuízos ao funcionamento de um deles ou de ambos. Geralmente é denominada a partir de sua localização como, por exemplo, aderência pélvica, aderência intraperitoneal, aderência intrauterina, etc.

As aderências acontecem como uma resposta do organismo a fatores como cirurgia, infecção, trauma ou radiação. Se um órgão passa por um desses processos, o reparo orgânico por meio das aderências pode ligar um órgão a outro ou uma parte dele a outra parte, gerando prejuízos funcionais.

As aderências podem aparecer como folhas finas de tecido semelhante a um envoltório plástico ou como bandas fibrosas de maior espessura. Esse tecido se desenvolve quando os mecanismos de reparo do corpo respondem a uma perturbação do tecido, como cirurgia, infecção, trauma ou radiação.

As localizações mais comuns das aderências são o abdômen, a pelve e o coração, embora as aderências possam ocorrer em qualquer lugar.

Os sintomas ocasionados por aderências são extremamente variáveis e dependem da localização e do órgão ou órgãos envolvidos. Com o passar do tempo, as aderências ficam mais rígidas e podem aumentar de tamanho, passando a causar problemas que antes não causavam.

Na maior parte das vezes não geram sintomas, mas, dependendo do local em que ela ocorra, pode afetar nervos, vasos ou ductos e causar alguns sintomas, inclusive dor. Mas deve-se ter em conta que nem toda a dor nesses locais é causada por aderência e que nem todas as aderências causam dor.

Em alguns casos, os problemas causados pelas aderências podem se constituir numa emergência cirúrgica como, por exemplo, uma aderência que cause obstrução intestinal. Muitos sintomas às vezes atribuídos a elas são, antes, devidos ao problema que as causou. Em si mesmas, as aderências raramente causam sintomas.

O médico deve levar em grande conta a história médica passada do paciente. Geralmente ele reconhece a existência de uma aderência durante um procedimento cirúrgico como, por exemplo, uma laparoscopia ou um exame endoscópico. Se for o caso, o médico pode retirá-la durante esse mesmo procedimento. Conforme o caso, exames de sangue, radiografias e tomografias computadorizadas podem ajudar a revelar aderências no corpo.

O tratamento das aderências varia dependendo da localização, da extensão e das complicações que estejam causando. É comum que as aderências se desfaçam por si mesmas e, portanto, só será necessária a retirada delas se houver sintomas ou uma emergência. Em caso de necessidade, há duas técnicas para removê-las, escolhidas segundo as especifidade de cada caso: (1) laparoscopia, em que o médico atua por meio de pequenos furos na pele do paciente e (2) laparotomia, em que ele faz uma incisão maior que lhe permite ver e tratar diretamente as aderências.

As aderências normalmente começam a se formar nos primeiros dias após a cirurgia, mas inicialmente podem não produzir sintomas, só o fazendo depois de meses ou mesmo anos, por vários mecanismos, como deslocamento ou repuxamento do órgão, obstrução, restrição do fluxo sanguíneo, levando à morte do tecido, etc.

Algumas medidas podem ser adotadas pelo cirurgião durante uma cirurgia para evitar a formação de aderências:

1.Redução do tempo cirúrgico.
2.Manutenção dos tecidos umedecidos durante a cirurgia.
3.Manuseio suave dos tecidos ou órgãos durante um procedimento cirúrgico.
4.Utilização de produtos para tentar ajudar a prevenir a formação de aderências durante a cirurgia.

As aderências podem não ter qualquer expressão clínica, mas podem gerar sintomas se ocasionam compressão, tração ou obstrução de órgãos. A dor costuma ser o principal deles.

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