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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Sangue na urina: o que pode ser?


O sangue pode aparecer na urina originalmente misturado a ela ainda no aparelho urinário ou como uma contaminação da amostra examinada por um sangramento originado de outros órgãos. A primeira dessas situações é conhecida medicamente como hematúria.

Nas mulheres, as amostras de urina colhidas no período menstrual frequentemente são contaminadas por sangue exógeno.

Geralmente a presença de sangue na urina não é motivo para alarme, mas como pode também ser um sinal de uma condição mais séria, não deve ser ignorada. Afinal, uma urina avermelhada sempre é sinal de que há algo de errado, seja simples ou grave. Pode ocorrer por discretos defeitos nos túbulos renais, que não possuem nenhuma relevância clínica, ou ser devido a um câncer dos rins ou da bexiga, por exemplo. É importante, pois, determinar a causa subjacente à presença de sangue na urina.

A hematúria pode provir dos rins, dos ureteres (os tubos urinários que vão dos rins até a bexiga), da bexiga e/ou da uretra (o tubo urinário que parte da bexiga e a liga com o exterior do corpo). As condições mais comuns de hematúria incluem infecções da bexiga ou dos rins, cálculos nos rins ou bexiga, doenças renais, hiperplasia benigna da próstata, câncer de próstata, doenças hereditárias, alguns medicamentos, tumor na bexiga, rim ou próstata, lesão renal por acidente e exercício vigoroso.

A hematúria, seja ela macroscópica ou microscópica, pode ser persistente ou intermitente, isto é, ser constante ou aparecer e desaparecer de tempos em tempos. Na hematúria dita isolada, o paciente não apresenta nenhum outro sinal ou sintoma além da presença de sangue na urina. Essa ocorrência é rara porque a maioria das doenças que provoca hematúria causa sintomas. Quando ocorre sem nenhum outro sinal, a presença de sangue na urina habitualmente indica uma doença benigna.

Dependendo da quantidade, o sangue na urina pode ser claramente visível (hematúria macroscópica) ou inaparente a olho nu e só detectada ao microscópio (hematúria microscópica). A presença visível de sangue na urina deixa sinais óbvios, sobretudo na coloração da urina. A presença de sangue é o primeiro deles, outro é a cor rosa, vermelha, marrom-avermelhada ou cor de chá.

A hematúria em si não ocasiona sintomas, mas vários sintomas podem aparecer em razão das enfermidades subjacentes. Assim, por exemplo, as infecções da bexiga (cistites) podem causar urgência de urinar, febre baixa, dor, ardor ao urinar e irritabilidade.

Nas infecções renais (pielonefrites) os sintomas podem incluir febre, calafrios e dor na região lombar.

No caso de cálculos renais, a dor abdominal ou pélvica em cólicas pode ser muito intensa e os sintomas podem incluir fraqueza, pressão sanguínea alta e inchaço.

Uma presença transitória de sangue na urina pode aparecer em seguida a determinados procedimentos médicos como biópsia de próstata, por exemplo. A mesma coisa pode acontecer após esforços físicos de grande intensidade, geralmente extenuantes. Esse tipo de sangramento não tem maior significado clínico se o paciente for jovem e saudável e não exige nenhuma investigação mais profunda.

Muitas vezes, o que parece ser sangue na urina é, na verdade, pigmento vermelho oriundo de outras fontes, tais como corantes alimentares, medicamentos ou uma quantidade excessiva de beterraba.

O diagnóstico compreende duas vertentes. Uma delas é constatar a presença de sangue na urina; a outra é descobrir a causa dela. Para isso, são necessários tanto exames de urina como de sangue e de imagem.

Os exames de urina podem incluir uma citologia para procurar células anormais na urina. Os exames de sangue podem mostrar níveis elevados de resíduos metabólicos que os rins deveriam remover e que podem ser um sinal de doença renal. Os exames de imagens podem incluir tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassonografia renal.

A urografia excretora é feita por meio de uma radiografia contrastada do trato urinário. A cistoscopia, feita por meio da inserção de uma pequena câmara no interior da bexiga através da uretra, permite uma visão direta do interior daquele órgão.

Em casos suspeitos de malignidade, uma biópsia pode ser obtida para verificar a presença de células anormais. Se indicada, uma biópsia também pode ser feira nos rins, com a retirada de uma pequena amostra de tecido renal para ser examinada ao microscópio.

Não há um tratamento específico para a hematúria, porque ela é um sintoma de várias condições diferentes. O tratamento deve visar a causa subjacente e, dependendo dela, em muitos casos, nem será necessário tratamento algum. Em outros casos, basta o afastamento de certos produtos químicos industriais ou parar de fumar cigarros.

Se nenhuma causa subjacente for inicialmente detectada, o paciente pode ser aconselhado a ter o teste de urina e a pressão arterial monitorados a cada três meses especialmente se tiver fatores de risco para o câncer de bexiga.

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