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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Hepatite B


A hepatite B é uma doença infecciosa crônica que ataca o fígado, causada por um vírus transmitido principalmente pelo contato sexual ou por agulhas infectadas e que pode progredir para cirrose hepática ou câncer do fígado.

A hepatite B é causada pelo vírus da hepatite B ou HBV, que desencadeia um processo inflamatório crônico. O vírus pode ser transmitido de doentes ou de portadores assintomáticos para outras pessoas através do sangue, saliva, sémen, secreções vaginais e do leite materno. O contágio pode ocorrer por meio de contato sexual (por isso a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível); de agulhas contaminadas; diretamente da mãe para o feto, durante o parto; através de pequenos ferimentos na pele ou nas mucosas e por transfusões de sangue.

A transmissão do vírus HBV é muito mais fácil que a do HIV (vírus causador da AIDS), já que ele persiste por mais tempo fora do corpo e é capaz de sobreviver no ambiente por até uma semana. No entanto, pode ser facilmente destruído por uma lavagem cuidadosa ou através de esterilização pelo calor.

Em 25% dos casos, depois de um período de incubação de 30 a 180 dias, e de infecção de 2 a 12 meses, surge uma hepatite aguda caracterizada por:

•Icterícia
•Febre
•Falta de apetite
•Mal-estar
•Urina cor de vinho ou de coca-cola
•Náuseas
•Comichão
•Urticária
•Rash cutâneo

Estes sintomas podem durar de 2 a 12 semanas e depois disso, na dependência da resposta do sistema imunitário, o doente pode curar-se. Essa forma aguda pode passar despercebida, pela suavidade dos sintomas ou porque a doença permanece assintomática. Por outro lado, se a resposta for muito agressiva, pode ocorrer uma forma fulminante de hepatite B, que culmina na morte. Se a resposta for insuficiente, o indivíduo pode tornar-se portador crônico e ser assintomático durante muitos anos (75% dos casos). Na maioria das vezes, quando esses pacientes procuram o médico já há sinais de insuficiência hepática crônica, como icterícia, aumento do baço, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) e encefalopatia hepática. Dentre esses pacientes, alguns se tornam permanentemente portadores sem sintomas, outros têm uma hepatite não progressiva e apenas em alguns se desenvolve um curso gradualmente evolutivo da enfermidade.

O diagnóstico da hepatite B se faz através da detecção de anticorpos contra a doença. Contudo, deve-se procurar diferenciar aqueles que já tiveram a doença aguda e estão curados daqueles que ainda têm uma hepatite crônica ativa. Para isso, são usadas técnicas elaboradas de detecção de diferentes antígenos e anticorpos que surgem em diferentes estágios da doença. Também deve proceder-se a exames de sangue para determinar o valor das transaminases hepáticas. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma biópsia de fígado, para fechar o diagnóstico.

Não há tratamento eficaz para a hepatite B. A única medida eficaz contra ela é a prevenção pela vacina.

Na maioria dos casos, o tratamento tem o objetivo de aliviar os sintomas e procura evitar possíveis complicações. Não há consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais na fase aguda. Os portadores da forma crônica, por seu lado, nem sempre demandam tratamento imediato, mas quando ele se faz necessário, existem remédios que inibem a replicação do vírus e atuam no controle da resposta inflamatória.

Inicialmente os hepatócitos (células do fígado) atingidos conseguem se regenerar, mas se os danos são repetidos a produção de tecido conjuntivo fibroso leva à cirrose e à insuficiência hepática. A replicação aumentada dos hepatócitos aumenta a probabilidade de ocorrer um carcinoma hepatocelular (câncer de fígado), já que a maioria das mutações genéticas que resultam no câncer ocorre durante a multiplicação celular. A evolução dessa forma da doença depende de fatores como a proliferação do vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.

Uma das maneiras de prevenir a hepatite B é a vacina. Ela é constituída pelos antígenos HBs, sem nenhuma partícula viral. Em virtude de ser muito amplo o espectro de pessoas susceptíveis, a vacina deve ser tomada por todo mundo, em três doses: a segunda dose deve ser dada 30 dias após a primeira e a terceira dose seis meses depois da primeira. Prioritariamente, ela deve ser aplicada a recém-nascidos e crianças que não foram vacinadas ao nascer, a adultos com vida sexual ativa, a pessoas que convivem com pacientes com a enfermidade, a pessoas que necessitam transfusões de sangue frequentes ou que tenham que se submeter à hemodiálise, aos usuários de drogas injetáveis, aos profissionais de saúde, aos doadores de órgãos, aos policiais, manicures e podólogos, aos portadores de HIV e de imunodeficiências e às vítimas de abuso sexual. Em doentes, a única prevenção é a abstinência de comportamentos de risco (sexo promíscuo e uso de seringas partilhadas) e o uso sistemático de camisinhas nas relações sexuais.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Hepatite A


A hepatite A é uma infecção virótica aguda do fígado que evolui para uma cura espontânea em mais de 90% dos casos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são registrados 1,4 milhão de novos casos da doença no mundo, todos os anos. No Brasil, entre 2000 e 2011, foram diagnosticados mais de 138 mil casos de hepatite A. Sua incidência é maior nos locais com saneamento básico precário, por isso a região nordeste do Brasil concentra o maior número de casos de hepatite A, seguida pela região norte.

A hepatite A é causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados com matéria fecal contendo o vírus da hepatite A (VHA). Esse vírus pode sobreviver fora do corpo por até quatro horas e resiste a temperaturas de até 20 C negativos. Outra forma de transmissão do vírus decorre do fato de alguém infectado com o vírus manipular alimentos sem lavar as mãos após usar o banheiro e entre crianças que levam os brinquedos e as mãos à boca, podendo, dessa forma, ingerir o vírus.

O período de incubação do vírus da hepatite A é de duas a quatro semanas. As pessoas com hepatite A podem ser sintomáticas ou assintomáticas. Os sintomas podem ainda ser tão leves que passam despercebidos ou são confundidos com os de outras viroses. Os principais sinais e sintomas notáveis da hepatite A são: fadiga, náuseas e vômitos, dor abdominal, perda de apetite, febre baixa, urina escura, dores musculares e icterícia (pele e olhos amarelados). No entanto, apenas uma minoria de pacientes apresenta esses sintomas.

A suspeita diagnóstica de hepatite A deve partir dos sinais e sintomas e a confirmação do diagnóstico deve ser feita por meio da detecção de anticorpos contra o vírus no sangue ou pela presença de seus fragmentos nas fezes.

Não existe um tratamento específico para a hepatite A, mas o manejo adequado dos sintomas, por meio de medicamentos e de outros recursos, pode acelerar a recuperação. O paciente deve fazer repouso relativo, comer pequenas quantidades de alimentos leves, várias vezes por dia, que aliviem o fígado de um trabalho pesado. O eventual consumo de álcool deve ser totalmente abolido, pelo menos até três meses após a doença.

Existe uma vacina contra hepatite A que protege contra a infecção do vírus. As pessoas que residem na mesma casa que o paciente infectado devem ser vacinadas. O paciente que saiba ser portador da hepatite A deve evitar transmiti-la a outras pessoas, evitando contatos sexuais, higienizando bem as mãos e evitando cozinhar. A pessoa que tenha sido infectada desenvolve imunidade contra a doença por toda a vida.

Quase sempre a doença dura dois meses ou menos, mas em casos mais raros pode persistir por até seis meses. Mais raramente ainda a hepatite A pode apresentar uma forma grave, fulminante, que pode levar ao óbito. No entanto, a maioria dos casos cura-se espontaneamente, sem deixar sequelas.

Os sintomas da hepatite podem reaparecer depois de terem desaparecido. Em raros casos a hepatite A pode causar insuficiência hepática aguda. Embora em geral seja de curso benigno, a hepatite A é potencialmente grave. Uma das formas que pode assumir é a de uma hepatite fulminante.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Provas de Função Hepática



As provas de função hepática são exames laboratoriais feitos com o intuito de conferir se o fígado está funcionando normalmente. As verdadeiras provas de função hepática são aquelas que medem a síntese de proteínas produzidas pelo fígado ou a capacidade do fígado para metabolizar drogas. A maioria dos testes normalmente utilizados mede lesão hepatocelular, em vez de função hepática, de modo que a denominação “provas de função hepática” não é inteiramente correta, embora consagrada.

A avaliação dos exames é mais importante quando se analisa a taxa de mudança ao longo do tempo, correlacionando com dados clínicos dos pacientes. Por exemplo, se há flutuação leve, aumento ou diminuição progressiva.

As provas de função hepática frequentemente fazem parte da linha de investigação de um grande número de diferentes situações clínicas. Elas não são específicas para sistemas e doenças determinadas, mas a anormalidade delas pode indicar condições significativas ou graves. No entanto, quando combinadas com uma história clínica, medicamentos ou a presença de quaisquer sintomas, geralmente é possível desenvolver um diagnóstico diferencial.

Provas de função hepática anormais não indicam necessariamente qualquer anormalidade subjacente da função hepática. Os valores "normais" admitem um desvio de ± 2, de uma escala normalmente distribuída. Assim, 95% de pessoas sem patologias estarão dentro da "faixa normal", mas 2,5% estarão acima dela e 2,5% abaixo dela.

As principais substâncias medidas para avaliar as funções do fígado são:

1. Bilirrubina

A bilirrubina é derivada da destruição das hemácias, células vermelhas do sangue, e é responsável por ajudar na digestão de gorduras. Está presente no organismo em duas formas: indireta ou não conjugada e direta ou conjugada. A forma indireta está presente primariamente no sangue, enquanto a forma direta já passou pelo fígado, onde foi conjugada, e está pronta para atuar na digestão. Quando se fala na forma total refere-se à soma das duas (indireta+direta). É excretada pela urina.

2. Albumina

A albumina conjugada e não conjugada pode ser medida pelas frações da bilirrubina direta e indireta, respectivamente. A albumina é um marcador sensível da função hepática, embora não seja útil na fase aguda, uma vez que tem meia-vida longa (20 dias). Níveis baixos de albumina podem ser em função de problemas nutricionais ou perda de proteínas devido à doença renal, insuficiência de síntese de proteínas e algumas condições inflamatórias do fígado.

3. Proteína total

A proteína total mede o total de albumina e globulinas, as duas proteínas principais. É geralmente normal em doenças do fígado, em que os níveis de globulina tendem a aumentar e os de albumina tendem a cair. Valores altos são vistos em hepatites crônicas ativas, hepatites alcoólicas e em pessoas com hiperatividade do sistema imunitário, tais como infecção aguda, doença inflamatória crônica e mieloma múltiplo.

4. Aminotransferase

As aminotransferases (alanina aminotransferase - TGP e aspartato aminotransferase - TGO) são enzimas presentes dentro das células do fígado e portanto sua alteração está diretamente ligada com disfunções neste órgão. Com a morte destas células, por doença hepática ou outros motivos, essas enzimas saem de dentro das células e vão parar no sangue, aparecendo aumentadas no exame laboratorial. São medidas, pois, para indicar vazamento de células danificadas devido à inflamação ou morte celular.

5. Creatinina quinase

A creatinina quinase (CK) pode ajudar a determinar a origem das transferases aumentadas. Níveis muito elevados de CK (>1000 UI/L) sugerem hepatite induzida por drogas, hepatite viral aguda, isquemia ou hepatite autoimune. Além disso, a proporção TGO/TGP pode dar algumas pistas adicionais sobre a causa: na doença hepática crônica a TGP>TGO, enquanto a cirrose é estabelecida por TGO>TGP.

6. Gama-glutamil transferase

A Gama-glutamil transferase (GGT) pode se apresentar alterada em todas as doenças hepáticas. Os níveis de GGT podem ser duas a três vezes maiores do que o valor de referência em pacientes com doença hepática crônica e podem estar associados à lesão do ducto biliar e fibrose. A especificidade da GGT não é grande, mas de alta sensibilidade para a doença do fígado, o que torna essa enzima bastante útil.

7. Fosfatase alcalina

A fosfatase alcalina (ALP) é uma enzima distribuída por diversas partes do corpo como fígado, intestinos, ossos, rins, placenta, entre outros. Seus valores normais são altamente dependentes da idade e sexo do paciente, sendo mais altos em idosos, crianças e gestantes. A dosagem de uma segunda enzima, a Gama-Glutamiltranspeptidase – Gama GT – indica se ela vem ou não do fígado.

Existe principalmente nas células que revestem os ductos biliares, mas também nos ossos. A elevação acentuada é típica de colestase, com GGT elevada, ou doenças ósseas, com GGT geralmente normal. Se a GGT é normal, um elevado resultado de ALP sugere doença óssea. A ALP é fisiologicamente aumentada quando há um aumento da renovação óssea, como, por exemplo, na adolescência e no terceiro trimestre da gravidez.

8. Gama-Glutamiltranspeptidase

A Gama GT é uma enzima presente em diversos órgãos como rins, pâncreas, baço e coração, entre outros. É um sensível indicador de doença do fígado, porém, pode estar aumentada por doenças em outros órgãos.

Além desses, podem ainda ser feitos exames do tempo de protrombina, sorologia viral, tela de auto-anticorpos, imunoglobulinas, ferritina sérica, saturação de transferrina, alfa-fetoproteína, cobre/ceruloplasmina e alfa-1 antitripsina, todos eles indicadores de algumas patologias.

sábado, 27 de agosto de 2016

Montelucaste de Sódio


O montelucaste de sódio é um antagonista do receptor de leucotrienos que bloqueia as substâncias chamadas leucotrienos.

Os leucotrienos causam estreitamento e inchaço das vias aéreas dos seus pulmões.

Os leucotrienos também causam sintomas alérgicos.

O bloqueio da ação dos leucotrienos melhora os sintomas de asma e rinite alérgica e ajuda a evitar as crises de asma.

Ele não é indicado para o tratamento de crises agudas de asma.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas.

A dose para adultos e adolescentes com idade a partir de 15 anos para tratamento de asma e/ou rinite alérgica é de um comprimido de 10 mg diariamente.

Os pacientes com asma devem tomar montelucaste de sódio diariamente, ao anoitecer.

Os pacientes com rinite alérgica devem tomar montelucaste de sódio uma vez ao dia, conforme a prescrição médica.

Sempre tenha com você medicamentos inalatórios de resgate para o caso de crises de asma.

Não tome doses adicionais de montelucaste de sódio com intervalo de menos de 24 horas desde a dose anterior.

É importante continuar tomando montelucaste de sódio durante o tempo indicado por seu médico, a fim de manter o controle da asma.

Montelucaste de sódio pode tratar a asma apenas se você continuar a tomá-lo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Nutrição Enteral


Nutrição enteral é a administração de alimentos feita através de uma sonda posicionada no estômago, no duodeno ou no jejuno, quando a alimentação pela boca é insuficiente ou impossível. Os alimentos devem estar sob a forma líquida e conter o mesmo valor nutricional que uma alimentação normal e equilibrada. A nutrição enteral ajuda a manter um estado nutricional adequado, evitando assim a perda de peso e uma maior vulnerabilidade às infecções. A nutrição enteral pode ser feita em ambiente hospitalar, domiciliar ou ambulatorial, objetivando a produção ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas do organismo.

A nutrição enteral deve ser feita em todas as condições em que a pessoa não consiga tomar normalmente os alimentos por via oral, por alguma condição mecânica ou psíquica anormal da deglutição. Isso pode acontecer em situações como estado de coma, sequela de um acidente vascular cerebral, uma doença desmielinizante, anorexia mental, atresias ou tumores esofágicos, debilidade acentuada, estados depressivos graves, politraumatismos, algumas doenças intestinais, fístulas digestivas, queimaduras graves que exigem maior aporte nutricional que o normal, broncoaspiração, náuseas e vômitos em pacientes com gastroparesia e desordens que requerem administrações especiais. Em crianças pequenas pode ainda haver outras indicações.

A nutrição enteral não deve ser praticada em casos de obstrução intestinal, íleo paralítico, instabilidade hemodinâmica, sangramentos do trato gastrointestinal, vômitos ou diarreias frequentes, fístulas intestinais, pancreatite grave e inflamações do trato gastrointestinal.

A nutrição enteral é feita por meio de uma sonda que deve ser introduzida no organismo do paciente e fixada corretamente. O ponto de inserção da sonda deve ser mantido limpo e seco. A eleição da via de acesso da sonda para a nutrição enteral depende da duração prevista para esse tipo de alimentação, do grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda e da presença ou ausência de digestão e absorção normais. Além disso, deve-se levar em conta se uma intervenção cirúrgica está ou não planejada, bem como questões ligadas às condições do alimento a ser administrado.

Na colocação nasogástrica, a sonda é passada desde o nariz até atingir o estômago; a sonda nasoentérica vai até o intestino delgado; na gastrostomia ou jejunostomia um pertuito é feito na pele, na altura desses órgãos, pelo qual a sonda é passada.

O alimento pode ser administrado em bolo, por meio de injeção com seringa. Também pode ser administrado de forma intermitente, usando a força da gravidade para gotejamento ou de uma maneira contínua, utilizando uma bomba de infusão. Periodicamente, deve ser administrada certa quantidade de água potável, de acordo com as necessidades do paciente.

Na nutrição enteral a flora intestinal se mantém íntegra, o processamento intestinal dos nutrientes estimula fatores hormonais tróficos e reduz os crescimentos bacterianos. A alimentação intragástrica é preferível em relação à intraduodenal ou intrajejunal, sempre que possível, porque o estômago tolera melhor a alimentação que o intestino delgado, aceita maiores sobrecargas alimentares que o intestino delgado e recebe mais facilmente as refeições intermitentes. As sondas nasogástricas também são mais fáceis de posicionar que as nasoduodenais.

A nutrição enteral é preferível à nutrição parenteral e deve ter prioridade absoluta sobre ela, sempre que possível. Ela é uma metodologia mais próxima da alimentação fisiológica normal.

A nutrição enteral pode ser complicada por obstrução da sonda, deslocamento acidental da sonda, erosão e outros danos nasais, sinusite, rouquidão, otite, esofagite, ulceração, estenose esofágica, ruptura de varizes de esôfago, fístula traqueoesofágica, complicações pulmonares como pneumonia, pneumotórax, etc.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A necessidade do hábito da atividade física


O início das atividades deve ser gradual e de acordo com a sua capacidade física. Assim, elas não serão um peso para você. Pelo contrário, se você souber aproveitar este momento, elas serão uma fonte de prazer diário.

•Mantenha os exercícios com horários fixos, para que eles se tornem um hábito. Isso fará com que você sinta falta deles o dia que não fizer.

•Utilize escadas ao invés de elevadores e dispense o carro, sempre que possível, para dar uma caminhada.

•Pratique jardinagem, lave o seu carro, leve seu cachorro para passear e faça outras atividades domésticas que sejam interessantes e que ajudem você a se exercitar mais fisicamente.

•Um companheiro ou amigo pode auxiliá-lo incentivando e exercitando-se junto.

•Aproveite seu tempo livre para dançar, pedalar e caminhar em um local onde você tenha contato direto com a natureza.


Quais os benefícios da prática regular de atividades físicas?

•Redução da pressão arterial

•Melhora da resistência insulínica

•Melhora da força muscular e da mobilidade articular

•Controle do peso corporal

•Melhora do perfil lipídico

•Maior condicionamento físico

•Aumento da auto-estima

•Melhora no bem-estar geral, alívio do stress e redução da depressão

•Manutenção da autonomia com melhora nas relações interpessoais

As atuais recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva e da Associação Americana do Coração são para adultos saudáveis com menos de 65 anos são:fFaça uma atividade física moderada, 30 minutos por dia, durante 5 dias na semana OU faça uma atividade física intensa, 20 minutos por dia, durante 3 dias na semana E faça oito a dez exercícios de força muscular, com 8 a 12 repetições de cada exercício, 2 vezes na semana.

Deve ficar claro que para perder peso ou manter o peso perdido com uma dieta, 60 a 90 minutos de atividade física podem ser necessários. As recomendações de 30 minutos de atividade física ao dia são para adultos saudáveis manterem sua condição de saúde e reduzirem o risco de desenvolver uma doença crônica.

•O preconizado para adultos com mais de 65 anos ou adultos com idade entre 50-64 anos com problemas crônicos de saúde são:

Faça uma atividade física moderada, 30 minutos por dia, durante 5 dias na semana OU faça uma atividade física intensa, 20 minutos por dia, durante 3 dias na semana E faça oito a dez exercícios de força muscular, com 10 a 15 repetições de cada exercício, 3 vezes na semana E caso você tenha problemas que levem ao risco de sofrer quedas, faça exercícios para melhorar o equilíbrio E faça um planejamento para a realização de suas atividades físicas.




Tanto as atividades aeróbicas, quanto os exercícios de força muscular são importantes para um envelhecimento saudável.

Idosos ou adultos com doenças crônicas devem estabelecer um plano de atividades físicas com o auxílio de um profissional de saúde para avaliar riscos potenciais e analisar as necessidades terapêuticas individuais. Isto maximiza os benefícios e garante a segurança das atividades que serão desenvolvidas.

Você pode exceder as recomendações mínimas e é aconselhável que exceda, sempre com acompanhamento médico. As recomendações mínimas significam: o mínimo necessário para manter a saúde e obter benefícios no preparo físico.
Exceder o mínimo pode ajudar a melhorar seu preparo físico, melhorar o gerenciamento de uma condição ou doença atual e pode reduzir o risco de desenvolver doenças ou o risco de morte por determinada doença.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Fístulas


Uma fístula é qualquer passagem em forma de tubo que comunica anormalmente dois órgãos internos ou que conduzem de um órgão interno para a superfície do corpo.

Algumas vezes as fístulas são feitas cirurgicamente, de modo artificial, para fins de diagnóstico ou de terapia. Outras vezes ocorrem em razão de lesões, doenças ou de anomalias congênitas. As fístulas consequentes a doenças podem ser causadas por doenças como tuberculose, actinomicose, divertículos e outras doenças graves.

Exemplos de algumas fístulas comuns

(1) A fístula anal é um dos tipos mais comuns de fístulas. Geralmente ela se desenvolve como resultado de uma ruptura na parede do canal anal ou do reto ou de um abscesso naqueles locais.

(2) Em mulheres, o trabalho difícil de parto pode resultar na formação de fístula entre a bexiga e a vagina com o extravasamento de urina para dentro da vagina.

(3) Em uma fístula entre a bexiga e o intestino não há passagem de urina da bexiga para o intestino.

(4) Nas fístulas retovaginais, ligando o reto à vagina, as fezes podem passar do canal anal ou do reto para a vagina.

(5) Uma fístula arteriovenosa é uma comunicação que se realiza entre uma artéria e uma veia, quer patologicamente ou criada cirurgicamente para fins terapêuticos, como, por exemplo, para garantir um local de acesso para hemodiálise.

(6) Uma fístula abdominal é aquela que acontece entre um órgão abdominal oco e a superfície do abdômen.

(7) A fístula branquial é um pertuito persistente ligando a faringe à superfície da pele. Ela é um pequeno orifício na parte inferior da garganta. A condição é normalmente observada no primeiro ano de vida.

(8) Uma fístula broncopleural liga um brônquio à cavidade pleural, causando uma passagem de ar a esta cavidade. Muitas vezes é uma complicação de empiema, fibrose ou pneumonia.

(9) A fístula cerebrospinal ocorre entre o espaço subaracnoide e uma cavidade corporal. Ela se dá em razão de traumatismo craniano ou erosão óssea, com a passagem de fluido cerebrospinal, geralmente sob a forma de rinorreia ou otorreias.

(10) A fístula Brescia-Cimino, que liga a veia cefálica à artéria radial é uma fístula arteriovenosa feita para dar acesso à hemodiálise.

(11) Uma fístula enterovesical liga o intestino com a bexiga urinária.

(12) Uma fístula fecal liga o intestino com algum ponto da superfície externa do corpo e faz a descarga de fezes.

(13) Uma fístula gástrica pode ser uma comunicação entre o estômago e alguma outra parte do corpo ou uma passagem criada artificialmente através da parede abdominal para o estômago, geralmente para alimentação por sonda.

(14) Na fístula da janela redonda do ouvido há vazamento de perilinfa para o ouvido interno, de modo que as mudanças na pressão do ouvido médio afetam diretamente o ouvido interno, causando surdez neurossensorial.

(15) A fístula arteriovenosa pulmonar é uma fístula congênita entre os sistemas arterial e venoso, permitindo que o sangue não oxigenado passe a ter acesso à circulação sistêmica.

(16) Uma fístula retovaginal pode existir entre o reto e a vagina.

(17) Uma fístula retovesical é a que existe entre o reto e a bexiga urinária.

(18) A fístula salivar ocorre entre um ducto ou glândula salivar e a superfície cutânea ou a boca.

(19) Uma fístula torácica comunica-se com a cavidade torácica.

(20) Uma fístula urinária é qualquer comunicação entre o trato urinário e outro órgão ou a superfície do corpo.

(21) Pode haver também uma fístula vesicovaginal da bexiga para a vagina.

A fístula entre quaisquer órgãos ou entre um órgão e a superfície do corpo é dita incompleta quando tem um fundo cego.

Uma fístula pode ser, e geralmente é, um local de infecção, causando grande desconforto ao paciente.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Retinopatia Diabética


A retinopatia diabética é uma complicação microvascular que pode ocorrer no diabetes mellitus, afetando a retina, e que pode levar à perda total da visão, sendo a principal causa de cegueira entre adultos acima de 20 anos.

A retinopatia diabética ocasiona rompimento dos vasos sanguíneos da retina, causando hemorragia e infiltração de gordura em seu interior.

O diabetes tipo 1 causa complicações oculares mais frequentes e mais graves, mas o diabetes tipo 2, muito mais incidente, é responsável por um número maior de casos de pacientes com baixa visão em razão da retinopatia diabética.

O tempo de duração do diabetes mellitus é o fator de risco mais importante para a retinopatia diabética. Após 20 anos de evolução do diabetes, esta complicação está presente em praticamente todos os pacientes com diabetes tipo 1 e em 50 a 80% dos pacientes com diabetes tipo 2.

Um segundo fator de risco é o grau de hiperglicemia. Níveis normais ou perto no normal de açúcar no sangue previnem ou retardam o início da retinopatia diabética.

Outros fatores de risco são a hipertensão arterial e a nefropatia. Também a gestação, bem como a puberdade e a realização de cirurgia de catarata são condições que podem promover avanço das lesões da retinopatia diabética.

O uso de aspirina, por seu turno, não aumenta o risco de hemorragias.

O efeito do fumo é controverso, mas deve-se evitar a obesidade, o consumo de álcool, a dislipidemia e o sedentarismo.

Nos pacientes com diabetes tipo 1, a retinopatia geralmente se instala após três a cinco anos de evolução da doença e raramente surge antes da puberdade. Em contrapartida, em pacientes com diabetes tipo 2, a retinopatia pode já estar presente em algum grau no momento em que for diagnosticado o diabetes.

Um exame oftalmológico completo deve ser realizado no máximo cinco anos após o diagnóstico do diabetes e depois uma reavaliação deve ser feita a cada ano.

Os pacientes com diabetes tipo 2 devem fazer uma avaliação oftalmológica no momento do diagnóstico.

Mulheres diabéticas que desejem engravidar devem realizar, antes, uma avaliação oftalmológica completa e serem orientadas sobre o risco de desenvolvimento da retinopatia.

As grávidas devem ser devidamente acompanhadas e monitoradas até um ano após o parto. Os exames do fundo de olho e da retina são essenciais para o diagnóstico da retinopatia diabética. Normalmente, usa-se fazer:

•Exame direto de fundo de olho: as pupilas devem ser dilatadas com um colírio para que o oftalmologista possa examinar visualmente o fundo do olho, com lentes de aumento acopladas a um aparelho chamado oftalmoscópio.

•Tanometria: uso de um aparelho para medir a pressão intraocular.

•Angiografia fluoresceínica: um corante especial é injetado no braço e minutos depois são tiradas fotografias da passagem dele pelos vasos da retina, permitindo ao oftalmologista fazer uma análise desses vasos.

O controle clínico do diabetes diminui muito o aparecimento da retinopatia diabética, mas todo paciente diabético deve ser acompanhado periodicamente pelo oftalmologista.

A retinopatia diabética em qualquer grau está associada ao aumento de risco de mortalidade cardiovascular.

A presença da retinopatia diabética está fortemente associada à nefropatia diabética, sendo, portanto, recomendável a avaliação da presença de doença renal diabética em indivíduos com retinopatia.

Se iniciado precocemente, o tratamento da retinopatia diabética apresenta bons resultados. Através da fotocoagulação a laser, as áreas comprometidas da retina podem ser cauterizadas, beneficiando a maioria dos pacientes.

A vitrectomia é uma microcirurgia que visa remover os vasos anormais e corrigir o descolamento de retina. Atualmente, novas drogas, em cápsulas ou injetáveis dentro do globo ocular, estão sendo usadas com essas mesmas finalidades.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Síndrome X Doença


Os termos síndrome (síndroma ou síndromo) e doença podem ser confusos para o leigo, no entanto, significam coisas muito diferentes. Síndrome (do grego: syndromé = reunião) em medicina descreve um estado mórbido caracterizado por um conjunto determinado de sinais e sintomas clínicos que podem ter causas diversas mas, em geral, não conhecida e não é, pois, uma doença.

Sinal é qualquer manifestação visível ou mensurável de uma alteração orgânica (uma mancha, edema, febre ou um colesterol elevado, por exemplo) que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do paciente. Já o sintoma é uma alteração da percepção de uma sensação, que pode ou não constituir-se no início de uma doença (por exemplo: sede, fome, dor, perda de apetite, fraqueza, tontura, vertigem, delírio, esquecimento, desânimo, alucinação) que somente o paciente consegue perceber.

Doença (do latim: dolentia = padecimento), por sua vez, significa um distúrbio das funções de um determinado órgão, da psique ou do organismo como um todo, que está relacionado a causas e sintomas específicos. As doenças se diferenciam das síndromes em que têm

(1) etiologia conhecida;
(2) uma fisiopatologia específica;
(3) um conjunto característico de sinais e sintomas;
(4) alterações anatômicas e/ou funcionais consistentes e
(5) tratamento específico.

Em geral, a razão de ser de uma síndrome não é conhecida. Por outro lado, a síndrome define as manifestações clínicas semelhantes de uma ou várias doenças, independentemente das suas causas. Também se chama de síndrome certas situações em que a doença ainda não está bem esclarecida com todos os seus sintomas e sinais. Exemplo: uma síndrome febril, em que há aumento da temperatura corporal, aumento dos batimentos cardíacos, taquipneia (ritmo respiratório acelerado), sudorese, secura na boca, etc. de causa não determinada.

Em contraste, a causa por trás de uma doença pode ser elucidada facilmente. Muitas vezes, certas doenças podem desencadear uma síndrome, o que complica ainda mais o assunto, embora uma síndrome não indique obrigatoriamente a presença de uma doença conhecida. Uma síndrome costuma ser chamada pelo nome do cientista que primeiro a descreveu (como síndrome de Down, por exemplo).

Outras vezes recebe o nome em referência à geografia ou história: síndrome de Estocolmo, por exemplo, em referência a um assalto que ocorreu em Estocolmo em agosto de 1973. Ou são mantidas com suas denominações originais por razões históricas, como acontece com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) que ainda é assim chamada porque o conjunto de sinais e sintomas foi descrito antes de se conhecer a natureza completa da enfermidade. Outro exemplo é a fibromialgia que era anteriormente chamada síndrome da polimialgia idiopática difusa, já que o conjunto de sinais e sintomas foi descrito antes de se conhecer a etiologia (causa) e a fisiopatologia da condição.

sábado, 20 de agosto de 2016

Doença de Lyme


A doença de Lyme é uma doença infecciosa transmitida por carrapatos. Ela recebeu esse nome por conta dos diversos casos que ocorreram em 1997, na cidade de Lyme, em Connecticut (EUA).

A doença de Lyme é causada pela bactéria "Borrelia burgdorferi", cuja transmissão se dá por meio de carrapatos. São eles que carregam essas bactérias e que podem transmiti-las para os seres humanos por meio de picadas. A doença de Lyme é mais comum nos Estados Unidos e em algumas regiões central e leste da Europa, bem como o sudeste da Escandinávia e ao norte do Mediterrâneo, em países como Itália, Espanha e Grécia.

A doença de Lyme é transmitida por carrapatos marrons que aderem à pele, por 36 a 48 horas no mínimo, de onde sugam o sangue do hospedeiro. Os locais preferidos do corpo pelos carrapatos são axilas, couro cabeludo e virilha. Quanto menor o carrapato, maiores são as chances de eles transmitirem a doença de Lyme, pois são mais difíceis de serem detectados. Quando são transmitidas, as bactérias entram na pele através da picada e invadem a corrente sanguínea, espalhando-se pelo corpo.

Normalmente, a doença de Lyme causa uma vasta gama de sintomas, na dependência da fase de infecção, os quais incluem febre, erupção cutânea, paralisia facial e artrite. Esses sintomas costumam variar muito de pessoa para pessoa e são muito comuns em outras condições de saúde e por isso o diagnóstico pode ser difícil de ser feito.

De 3 a 30 dias após a picada do carrapato aparece febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga, dores musculares e articulares, inchaço dos gânglios linfáticos, eritema migrans, que se expande gradualmente até 30 centímetros de diâmetro ou mais. O paciente pode sentir a região afetada quente ao toque, mas raramente sente coceira ou dolorimento. Essa erupção pode aparecer em qualquer área do corpo.

Dias ou meses após a picada do carrapato podem surgir novos sintomas, como fortes dores de cabeça e rigidez do pescoço; erupções adicionais em novas áreas do corpo; artrite com dor intensa e inchaço nas articulações, especialmente em grandes articulações como o joelho, por exemplo; paralisia facial; dor intermitente em tendões, músculos, articulações e ossos; palpitações; tontura ou falta de ar; inflamação do cérebro e da medula espinhal; dores, dormência ou formigamento nas mãos ou pés e problemas de memória.

A doença de Lyme é diagnosticada com base nos sinais e sintomas que produz e na história de possível exposição a carrapatos infectados. Contudo, os sinais e sintomas costumam variar muito de pessoa para pessoa e são muito comuns a outras condições de saúde, por isso o diagnóstico pode ser difícil. Além disso, há outras doenças que também podem ser transmitidas por carrapatos. Exames de sangue feitos em laboratórios com métodos adequados podem ajudar a confirmar o diagnóstico. Esses testes visam identificar anticorpos para as bactérias causadoras da doença e são mais confiáveis algumas semanas após a infecção, quando os anticorpos já estão mais formados.

A doença de Lyme normalmente é tratada com antibióticos. Os antibióticos mais comumente utilizados são a doxiciclina, a amoxicilina e a cefuroxima oral. Os pacientes com formas neurológicas ou cardíacas da doença podem requerer tratamento intravenoso. Os sintomas podem durar cerca de seis meses ou mais, mas a maioria dos pacientes se recupera dentro de algumas semanas, quando corretamente tratados.

Os doentes tratados com antibióticos apropriados nas fases iniciais da doença de Lyme, normalmente se recuperam rapidamente e completamente.

A melhor maneira de prevenir-se contra a doença de Lyme é reduzir ou evitar a exposição a carrapatos. Os carrapatos já aderidos à pele devem ser removidos rapidamente, mas de forma correta, para não injetarem uma quantidade ainda maior de bactérias. A vacina contra a doença de Lyme deixou de ser produzida em 2002 porque o fabricante alegou demanda insuficiente.

Se diagnosticada nos estágios iniciais, a doença de Lyme não costuma levar a complicações e pode ser perfeitamente resolvida com antibióticos. Sem tratamento, no entanto, podem ocorrer complicações graves, tais como inflamação crônica das articulações, sintomas neurológicos, defeitos cognitivos, irregularidades do ritmo cardíaco, distúrbios do sono e da visão.


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

E aí? Pode ingerir bebida alcoólica enquanto toma remédios?


Chama-se interação entre álcool e medicamentos aos efeitos do uso concomitante de certos medicamentos com bebidas alcoólicas.

Uma pergunta que as pessoas fazem frequentemente quando estão em uso de alguma medicação é se podem ou não ingerir bebidas alcoólicas estando em uso de um determinado medicamento. Muitas medicações não têm nenhuma interação com o álcool e as que têm podem exibir de efeitos leves a outros extremamente graves e até mesmo mortais.

Algumas vezes, as interações desfavoráveis acontecem não com o álcool, mas com outros componentes das bebidas alcoólicas, como acontece, por exemplo, entre o vinho Chianti e os antidepressivos inibidores da monoamina oxidase. Em quase todos os casos, os resultados da interação dependem das dosagens em que estão sendo usados os dois componentes da interação, o álcool e a medicação.

Os efeitos da interação álcool/medicamentos dependem das doses, do tipo de bebida alcoólica, da idade e da sensibilidade de cada pessoa. O álcool pode alterar a interação de enzimas e de outras substâncias corporais quando entra em contato com certas medicações, interferindo na potencialidade delas.

Além disso, ele pode ainda dissolver resíduos de medicamentos no organismo, que podem representar até três vezes a dose original do medicamento. Alguns medicamentos que normalmente não se dissolvem totalmente no estômago e no intestino podem se dissolver mais facilmente na presença do álcool, intensificando assim o seu efeito.

Dependendo do medicamento a que se associe, o álcool ainda pode causar:

•Hipotensão arterial / Hipertensão arterial
•Aumentar o risco de lesão hepática.
•Aumentar a duração do potencial teratogênico do medicamento.
•Induzir a tolerância aos efeitos do fármaco ou aumentar a sua excreção, prejudicando a eficácia.
•Potencializar o risco de sangramentos.
•Diminuir a eficácia terapêutica da medicação.

O etanol, em si, já é um depressor do sistema nervoso central. Por isso, mesmo em pequenas quantidades, sua ingestão simultânea com outros depressores, pode potencializar suas ações. Os riscos de interação entre álcool e medicamentos são agravados em pacientes com doenças crônicas, especialmente naqueles em uso de medicamentos que aumentam o risco de patologias hepáticas, de hemorragia gástrica ou de quedas.

Exemplos da interação do álcool com alguns medicamentos comuns


Álcool e dipirona => O efeito do álcool pode ser potencializado.
Álcool e paracetamol => Aumenta o risco de hepatite medicamentosa.
Álcool e ácido acetilsalicílico => Eleva o risco de sangramentos no estômago.
Álcool e antibióticos => Pode levar a vômitos, palpitação, dor de cabeça, hipotensão arterial, dificuldade respiratória, potencialização de hepatotoxicidade e até mesmo morte.
Álcool e anti-inflamatórios => Aumenta o risco de úlcera gástrica e sangramentos.
Álcool e antidepressivos => Aumenta as reações adversas e o efeito sedativo de ambos, além de diminuir a eficácia dos antidepressivos.
Álcool e ansiolíticos => Os ansiolíticos benzodiazepínicos têm seu efeito sedativo aumentado, o que aumenta o risco de coma e insuficiência respiratória.
Álcool e inibidores de apetite => Aumenta o potencial de efeitos sobre o sistema nervoso central, tais como: tontura, vertigem, fraqueza, síncope e confusão.
Álcool e insulina Pode gerar hipoglicemia. => O uso agudo de etanol prolonga os efeitos, enquanto que o uso crônico inibe os efeitos dos antidiabéticos.
Álcool e anticonvulsivantes => Aumenta os efeitos colaterais e o risco de intoxicação das medicações, enquanto que diminui a eficácia contra as crises de epilepsia.
Álcool e contraceptivos orais => Aumenta a possibilidade de falha terapêutica, o que pode acarretar em uma gravidez indesejável.
Álcool e corticoides => Os corticoides são metabolizados de forma mais lenta. O álcool pode atrapalhar o efeito esperado desta medicação.

Enfim, enquanto toma alguma medicação, o paciente deve sempre consultar o médico quanto à possibilidade de tomar ou não alguma bebida alcoólica...

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Paracetamol usado durante a gestação pode estar relacionado a problemas de comportamento na infância


Para examinar as associações entre problemas comportamentais na prole e (1) o uso materno do acetaminofeno (paracetamol) durante o pré-natal, (2) o uso materno de acetaminofeno no período pós-parto e (3) o uso de acetaminofeno pelo parceiro, foi realizado um estudo conhecido como Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC).

De fevereiro de 2015 a março de 2016, foram coletados e analisados dados do estudo ALSPAC, uma coorte prospectiva de nascimentos, incluindo 7.796 mães inscritas nesta pesquisa, entre 1991 e 1992, juntamente com seus filhos e parceiros. O uso de acetaminofeno foi avaliado por preenchimento de questionário na 18ª e 32ª semanas de gravidez e quando a criança tinha 61 meses de vida.

Os principais resultados e medidas foram os relatos maternos de problemas comportamentais, utilizando o questionário Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) quando as crianças tinham 7 anos de idade. Estimou-se as taxas de risco (RR) para problemas comportamentais em crianças após a exposição ao acetaminofeno no pré-natal, no pós-parto e com a exposição do parceiro, e cada associação foi mutuamente ajustada.

O uso materno de paracetamol no pré-natal na 18ª semana (n=4415; 53%) e na 32ª semana de gestação (n=3381; 42%) foi associado a maiores chances de ter problemas de conduta (RR 1,42; IC 95% 1,25-1,62) e sintomas de hiperatividade (RR 1,31; IC 95% 1,16-1,49), enquanto o uso materno de acetaminofeno na 32ª semana também foi associado a maiores chances de ter sintomas emocionais (RR 1,29; IC 95% 1,09-1,53) e dificuldades totais (RR 1,46; IC 95% 1,21-1,77).

Este não era o caso do uso materno de paracetamol no pós-parto (n=6916; 89%) ou pelo parceiro (n=3454; 84%). As associações entre o uso materno de paracetamol no pré-natal e todos os domínios do SDQ permaneceram inalterados mesmo após o ajuste para uso materno no pós-natal ou o uso de acetaminofeno pelo parceiro.

As crianças expostas ao acetaminofeno antes do nascimento têm um risco aumentado de múltiplas dificuldades comportamentais e as associações não parecem ser explicadas por fatores comportamentais ou sociais não medidos ligados ao acetaminofeno, já que não são observadas para o uso de acetaminofeno no pós-natal ou o uso pelo parceiro. Embora estes resultados possam ter implicações para a saúde pública, mais estudos são necessários para replicar os resultados e compreender os mecanismos possivelmente envolvidos.


Fonte: JAMA Pediatrics, publicação online, de 15 de agosto de 2016

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Dieta DASH


A DASH Diet é baseada na pesquisa "Dietary Approches to Stop Hypertension", a qual comprovou que este tipo de alimentação reduz a pressão arterial e o colesterol, além de melhorar a sensibilidade à insulina.

A dieta vai além da redução de sal ou sódio na alimentação. Tem como base a maior ingestão de frutas, vegetais, laticínios desnatados ou semi-desnatados, grãos integrais e pouca carne.

Ela foi desenvolvida para ser flexível o bastante para se encaixar no estilo de vida e preferências alimentares da maioria das pessoas e inclui todos os alimentos saudáveis da dieta mediterrânea.


Tipo de alimento

Número de porções para uma dieta de 1600 a 3100 calorias (1)

Número de porções para uma dieta de 2000 calorias (2)


Grãos e produtos integrais (incluindo pelo menos 3 grãos integrais a cada dia)

6 - 12 por dia (1)

7 - 8 por dia (2)


Frutas

4 - 6 por dia (1)

4 - 5 por dia (2)


Vegetais

4 - 6 por dia (1)

4 - 5 por dia (2)


Laticínios desnatados ou semi-desnatados

2 - 4 por dia (1)

2 - 3 por dia (2)


Carne vermelha magra, frango ou peixe

1.5 – 2.5 por dia (1)

2 ou menos por dia (2)


Nozes, sementes e legumes

3 – 6 por semana (1)

4 – 5 por semana (2)


Gorduras e açúcares

2 - 4 por dia => Limitar a ingestão


Além da redução da pressão arterial, este plano alimentar traz benefícios para a saúde cardiovascular, redução do colesterol e da inflamação. Também ajuda na manutenção do peso corporal, funciona para adultos e crianças, e toda a família pode se beneficiar dos bons hábitos adquiridos.

Estes alimentos fornecem nutrientes importantes como cálcio, potássio e magnésio.

Quando associada à prática regular de atividades físicas, abandono do cigarro e ao consumo moderado de álcool, colabora para a construção de uma vida saudável.




terça-feira, 16 de agosto de 2016

Condrossarcoma


O condrossarcoma é um tumor cartilaginoso maligno, relativamente raro, que ocorre mais frequentemente nas cartilagens das extremidades ósseas. Descrevem-se quatro tipos de condrossarcoma:

(1) primário,
(2) secundário,
(3) mesenquimal e
(4) desdiferenciado.

Desses, a maioria dos casos é de condrossarcomas primários ou secundários. O mesenquimal e o desdiferenciado são bem mais raros.

O condrossarcoma primário ocorre mais comumente depois da terceira década da vida e acomete frequentemente a pelve ou os ossos longos, particularmente o fêmur e o úmero. Os condrossarcomas primários são originariamente tumores malignos. Os condrossarcomas secundários são aqueles que aparecem devido à transformação maligna dos tumores cartilaginosos ou ósseos, geralmente na segunda metade da vida. Na verdade, o termo condrossarcoma é às vezes usado para definir um grupo heterogêneo de lesões com diversos aspectos morfológicos e comportamento clínico.

O condrossarcoma não é contagioso, mas pode ser transferido de uma pessoa para outra. Não se sabe inteiramente o que causa o condrossarcoma, mas sabe-se que certas condições hereditárias podem tornar as pessoas mais susceptíveis à doença. As pessoas afetadas por estas condições estão em maior risco, porque elas geralmente desenvolvem vários tumores ósseos benignos, que tem uma maior chance de se tornarem malignos.

Pessoas com essas condições hereditárias ou as que experimentam surtos súbitos de crescimento ou aumentos da produção hormonal, tais como na gravidez, têm um ligeiro aumento do risco de que um tumor ósseo benigno se transforme num condrossarcoma. Os adultos com doença de Paget também estão em maior risco de condrossarcoma.

O tumor surge a partir de células de cartilagem chamadas condrócitos. Quando alguém é afetado por esta condição, as células malignas começam a se desenvolver sobre a superfície do osso ou mesmo dentro dele. O crescimento do tumor pode ser lento ou rápido e muito agressivo.

O condrossarcoma é o segundo entre os tipos de câncer primário dos ossos. Durante um período inicial, o condrossarcoma pode evoluir sem sintomas. Depois disso, os sintomas que acarreta variam dependendo do seu tamanho e localização.

Normalmente, além do desenvolvimento de uma massa ou nódulo no osso, a área afetada geralmente incha e o crescimento pode tornar-se sensível ao toque. Por vezes, o paciente experimenta uma sensação de pressão ou dor na área afetada. Em algumas ocasiões o osso pode enfraquecer ou quebrar facilmente, devido à pressão. Geralmente a dor do câncer ósseo parece piorar à noite e pode ser chata e persistente, não aliviando, mesmo durante o repouso.

Se o tumor já se espalhou para os pulmões, o paciente pode começar a tossir sangue ou sentir falta de ar.

Além dos relatos do paciente, sugerindo o problema, as técnicas de imagem captam uma lesão caracterizada por uma expansão da porção medular do osso, espessamento da camada cortical e principalmente irregularidade do endotélio ósseo. A tomografia axial computadorizada e a ressonância nuclear magnética são de importância para a avaliação da extensão da massa às partes moles.

Os achados radiográficos dos condrossarcomas secundários mostram também evidências das lesões benignas pré-existentes. Eventualmente, pode haver destruição do osso subjacente. Áreas de calcificação ao lado de áreas líticas também são sugestivas de transformação secundária de um tumor primário para condrossarcoma.

A cintilografia do esqueleto é de valia porque pode evidenciar as áreas com aumento de concentração e maior atividade óssea. O diagnóstico de certeza, no entanto, é dado pela biópsia, mas o papel da biópsia em lesões de baixo grau de malignização é bastante controverso, ocorrendo frequentes erros de amostragem.

O tratamento dos condrossarcomas é cirúrgico, com ressecção do segmento acometido. As margens da excisão devem sempre ser amplas porque não há resposta à radioterapia ou à quimioterapia. As chances de recorrência são grandes e as reoperações têm menores chances de erradicação total do tumor. A área removida pode ser reconstruída por meio de uma endoprótese não convencional ou osso homólogo de banco. A amputação das extremidades está indicada especialmente se o envolvimento de partes moles for extenso.

Em geral, o prognóstico para o condrossarcoma depende do grau do tumor, da excisão realizada e de outras condições do paciente, como diabetes, lúpus e problemas de coagulação, por exemplo. O risco de implantação das células cartilaginosas em outros órgãos do corpo é grande, porque o condrossarcoma não responde nem à radioterapia nem à quimioterapia.

No entanto, a ressecção do condrossarcoma de baixo grau pode virtualmente ser bem sucedida em todos os pacientes e, nestes casos, o prognóstico ser excelente após a excisão adequada. A maioria dos pacientes com condrossarcoma pouco agressivos e de baixo grau podem ser tratados com segurança com uma intervenção cirúrgica limitada.

Em alguns casos podem ocorrer fraturas ósseas ou a amputação de membros ser necessária para evitar a propagação da doença.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Úlceras de Membros Inferiores


As úlceras de perna são feridas das extremidades inferiores das pernas, que na maior parte dos casos se localizam no terço inferior delas, na parte interna, acima dos tornozelos.

Cerca de 85% das úlceras de perna são consequência de má circulação venosa (a grande maioria) ou arterial. As condições mórbidas em que essas úlceras de perna ocorrem são as varizes, a trombose venosa, a aterosclerose, o diabetes mellitus e a hipertensão arterial, entre outras. Uma má circulação venosa crônica é a causa mais comum das úlceras de perna. Ela geralmente ocorre após uma trombose venosa profunda, flebite ou varizes de membros inferiores de longa duração.

A hipertensão venosa prolongada normalmente provoca úlceras de estase, as quais costumam ser precedidas por edema, escurecimento da pele, manchas escuras e enrijecimento e perda da elasticidade da pele. Essa hipertensão ocasiona uma isquemia do tecido gorduroso e da pele, principalmente se o paciente permanece em pé por longos períodos de tempo.

A parede da veia se estira e se enfraquece e as válvulas não fecham corretamente, o que inicia um refluxo e acúmulo do sangue que piora ao longo do tempo. Os microvasos da pele são danificados, o que causa edema, inflamação, endurecimento do tecido e desnutrição da pele, favorecendo o desenvolvimento das úlceras.

Normalmente, o paciente com úlcera de perna sente sensação de peso nos membros inferiores, inchaço, prurido e cansaço. Em si mesma, a úlcera costuma ser não dolorosa e a presença de dor sugere uma infecção associada. Essas úlceras costumam ser rasas, crônicas e de cicatrização difícil. Geralmente ocorrem na parte interna da perna, acima do tornozelo. Esses sintomas se acompanham de inchaço na parte inferior das pernas.

Devido ao extravasamento do pigmento ferroso dos glóbulos vermelhos, é comum uma coloração amarronzada da pele e pode ocorrer um vazamento de fluido tissular pela ferida, a qual pode vir a se infectar.

O diagnóstico da úlcera pode ser feito pela observação clínica direta. A insuficiência venosa crônica pode ser contatada por uma flebografia ou pelo "ecodoppler" venoso (ecografia que avalia tanto o fluxo venoso superficial quanto profundo).

Nas úlceras venosas, o pé e a perna estão edemaciados, a úlcera é rasa e tem bordos irregulares, a pele é avermelhada ou acastanhada, seca e pruriginosa e a lesão pode ser dolorosa se houver infecção.

As úlceras arteriais causam pés e pernas frios com aparência esbranquiçada ou azulada, lesão arredondada, saliente e dolorosa, com aumento na dor quando as pernas são elevadas e diminuição dela quando sentado ou deitado.

As providências para curar as úlceras de perna visam diminuir a hipertensão venosa e fazer o tratamento da úlcera com curativos e medicamentos.

As medidas de ordem geral consistem em limpeza diária e uso de meias elásticas ou ataduras para evitar o edema, e relativo repouso, alternado com caminhadas moderadas.

No que se refere aos medicamentos, normalmente são usados antibióticos, quando há infecção, e remédios para o prurido e as alterações de pele, como pomadas ou cremes com corticoide. A cicatrização das úlceras de perna habitualmente é um processo demorado. Depois de cicatrizada a úlcera, pode-se fazer a cirurgia das varizes, se esta for a causa da hipertensão venosa ou, em alguns casos, aconselhar-se o uso constante de meias elásticas pelo resto da vida.

Se houver uma doença subjacente, ela deve ser concomitantemente tratada pelos meios próprios.

As úlceras da perna são resultantes da progressão da insuficiência venosa crônica.

As medidas preventivas podem também ser utilizadas para auxiliar o tratamento e incluem:

•Evitar permanecer em pé ou assentado por longos períodos.
•Evitar o uso de sapatos altos.
•Manter o peso corporal adequado, evitando o sobrepeso e a obesidade.
•Não praticar exercícios físicos com excesso de levantamento de cargas.
•Praticar exercícios físicos moderados de maneira regular.
•A melhor maneira de prevenir as úlceras de perna consiste em tratar adequadamente as varizes e a trombose venosa.

sábado, 13 de agosto de 2016

"Canelite"?


A canelite é o nome popular da síndrome de estresse do músculo medial da tíbia ou periostite medial de tíbia, uma inflamação que acomete esse osso da perna ou os tendões e músculos que o cercam. A tíbia é o principal osso da perna e a canelite é muito comum, afetando principalmente atletas e dançarinos.

A musculatura da tíbia trabalha de encontro aos grandes músculos da panturrilha e é a última musculatura a aquecer e a primeira a esfriar durante atividades físicas. Portanto, ela é a que mais sofre com o aquecimento e desaquecimento. Já que os músculos da região da tíbia são os últimos a aquecer, vestir meias de cano longo pode ajudar no aquecimento.

As canelites frequentemente afetam os corredores iniciantes, que se empolgam com os treinos e começam a aumentar rapidamente a intensidade dos mesmos. Elas podem ser causadas simplesmente por músculos irritados e inchados, em razão do uso excessivo; por pequeninas rachaduras nos ossos inferiores da perna (fraturas por estresse); por “pés chatos” ou fraqueza nos músculos estabilizadores do quadril.

Outras causas, no entanto, podem levar ao desenvolvimento de canelites: inchaço ou inflamação da camada fina de tecido que cobre a tíbia e síndrome do compartimento anterior, que afeta a parte externa frontal da perna. Alguns fatores que podem contribuir para desencadear a síndrome são a pronação dos pés, a prática de esportes em terreno muito rígido, o uso de calçados inadequados e fatores genéticos.

A canelite é um problema bastante comum nas pessoas que praticam exercício físico sem proteger-se corretamente. É caracterizada principalmente pela dor que provoca. Essa dor pode ocorrer após uma corrida diária ou simplesmente após uma corridinha para pegar o ônibus, por exemplo.

O diagnóstico pode ser feito a partir do histórico clínico do paciente. Muitas vezes, nem envolve um médico, mas se você precisar de um, ele pode pedir radiografia ou cintilografia óssea para detectar eventuais fraturas.

Um primeiro recurso do tratamento é o repouso, pois suas canelas precisam de tempo para cicatrizar as lesões existentes. Muitas vezes, as dores nas canelas curam por sua própria conta. A aplicação de gelo, 20 a 30 minutos a cada 3 ou 4 horas, durante 2 a 3 dias (ou até que os sintomas cessem), pode aliviar a dor e o inchaço. Os analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides também ajudam a aliviar a dor e o inchaço.

O uso de órteses para os pés, feitas sob medida, também pode ajudar a tornar os exercícios ou as caminhadas mais confortáveis. Você deve fazer também os exercícios de alongamento que seu médico recomendar.

Um fisioterapeuta pode ajudar a identificar e tratar problemas que possam estar causando as dores e tratá-las por meio da prescrição correta do uso do calor e do frio e pela aplicação de recursos como o ultrassom terapêutico e o laser, bem como ajudar no seu retorno ao esporte. Raros casos podem precisar de cirurgia.

Não há como predizer exatamente quanto tempo suas dores vão durar porque isso depende do que as esteja causando. As durações, contudo, costumam ficar entre 3 a 6 meses.

Para prevenir a canelite, use calçados com bom estofamento, aqueça-se antes do treino, procure melhorar a mobilidade em seus tornozelos e quadris, alongue os músculos das pernas e pare de se exercitar logo que você sentir dor nas pernas. Se você tem a chance de correr em pisos de terra batida ou grama, dê preferência a eles. Correr na grama ou na terra batida diminui o risco de lesões.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Efeitos colaterais do Roacutan, medicamento utilizado para o tratamento de acnes


No entanto, o uso do remédio exige cautela, pois podem ocorrer efeitos colaterais. O mais grave é a teratogenia, ou seja, a isotretinoína causa defeitos no feto.

Por isso, o seu uso é proibido em gestantes, sendo imprescindível realizar teste de gravidez nas mulheres, antes de se iniciar o tratamento.

As mulheres que têm vida sexual ativa devem usar 2 métodos anticoncepcionais concomitantes durante e até 30 dias após o término do tratamento.

Caso ocorra gravidez durante o tratamento com Roacutan ou no mês seguinte ao término da medicação, há grande risco de malformações graves do feto e também de aborto espontâneo.

As anormalidades fetais humanas associadas à administração de Roacutan incluem anormalidades do sistema nervoso central (hidrocefalia, malformação/anormalidade cerebelar, microcefalia), dismorfismo facial, fenda palatina, anormalidades no ouvido externo (microtia, canais auditivos externos pequenos ou ausentes), anormalidades oculares (microftalmia), anormalidades cardiovasculares (malformações como tetralogia de Fallot, transposição de grandes vasos sanguíneos, defeitos septais), anormalidades no timo e nas glândulas paratireoides.

Os outros possíveis efeitos colaterais são reversíveis e, quando ocorrem, desaparecem após o término do tratamento:

- ressecamento labial (ocorre em 100% dos casos);
- ressecamento das mucosas bucal, nasal e ocular;
- queda de cabelo;
- sangramento nasal (devido ao ressecamento da mucosa);
- ressecamento intenso da pele;
- dores musculares e nas articulações;
- dor de cabeça;
- aumento do colesterol e triglicerídeos (orientações para controle);
- alterações das enzimas hepáticas.

Cuidados

- A pele fica mais sensível ao sol, devendo ser protegida com o uso de filtros solares;
- É recomendado o uso de umectantes labiais para evitar rachaduras;
- Usuários de lentes de contato podem necessitar de lubrificantes oculares com maior frequência;
- Não tomar antibióticos do tipo tetraciclina ou seus derivados devido à possibilidade de surgirem efeitos colaterais resultantes da interação entre os medicamentos;
- O remédio deve ser ingerido após as refeições;
- Deve-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas durante o tratamento
- Orientações alimentares para controle dos níveis do colesterol e triglicerídeos devem ser seguidas.
- O tratamento da acne com o Roacutan é, em geral, seguro, desde que seja adequadamente acompanhado pelo médico. Seus efeitos colaterais são bem conhecidos e podem ser controlados através de exames que devem ser solicitados pelo dermatologista responsável pelo tratamento e de acordo com a evolução do paciente.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Estiramento da virilha


Os músculos adutores da coxa são estabilizadores do quadril e desempenham importante papel durante da corrida. O estiramento destes músculos é relativamente frequente e acomete entre 10 e 18 % dos esportistas.

A lesão aguda geralmente ocorre durante a atividade física e caracteriza-se por um movimento de abdução forçada contra a resistência (afastamento lateral da coxa). Neste momento o atleta apresenta uma dor súbita na região da virilha, irradiando para a parte medial (interna) da coxa e às vezes para a região abdominal baixa. O hematoma após a lesão é frequente e pode às vezes atingir grandes proporções.


Alguns fatores de risco podem ser apontados nas lesões dos adutores, como a diminuição da força, a limitação no afastamento das coxas e o baixo condicionamento muscular.

Além disto podemos encontrar anormalidades biomecânicas nos membros inferiores, como a pronação excessiva dos pés, a assimetria dos membros inferiores (diferenças de comprimento), o desequilíbrio muscular e a fadiga.

Embora não haja estudos controlados para comprovar os últimos fatores predisponentes, programas de prevenção têm focado em alguns destes fatores, propiciando uma prevenção mais efetiva destas lesões.

O exame físico é marcado pela dor localizada na região da virilha ou na parte medial da coxa (região interna), palpação dolorosa da musculatura envolvida e dor na realização do movimento ativo de adução (aproximação das coxas).

Devemos lembrar que outras lesões podem simular os mesmos sintomas e sinais do estiramento dos adutores, como a compressão do nervo obturatório no quadril, a sinfisite púbica e outras doenças do quadril.


A localização da lesão também apresenta implicação na evolução do tratamento, pois aquelas localizadas na transição músculo-tendão, que são as mais frequentes, apresentam maiores condições de reparo do que nas áreas de transição tendão-osso onde a vascularização é mais limitada.

Os exames de imagem como o ultrassom e a ressonância magnética podem ser usados para identificar e confirmar o diagnóstico formulado durante a história e o exame clínico.

Lesões de grandes proporções (superiores a 50 % do músculo apresentam tendência a sequelas, como formação de áreas de fibrose, dolorimento tardio e perda da flexibilidade local.

O tratamento deve incluir repouso relativo, permitindo as atividades de vida diária suportadas pelo paciente, uso de muletas na fase aguda, bolsas de gelo sobre o local doloroso, anti-inflamatórios não esteroides e analgésicos sob prescrição médica e fisioterapia (crioterapia eletroterapia, massagem, exercícios ativos progressivos, hidroterapia).

Finalmente o atleta retorna ao esporte em 3 a 8 semanas dependendo da lesão e da forma de tratamento empregada.

Nas lesões crônicas não tratadas, o uso dos anti-inflamatórios não tem se mostrado eficiente na literatura. A fisioterapia através de vários métodos pode levar meses até que as sensações de dor e limitação dos movimentos sejam normalizadas, o que algumas vezes pode não acontecer definitivamente.

As lesões dos músculos adutores podem ser recorrentes e muitas vezes são causadas por retorno precoce ao esporte, sem que a lesão tenha sido adequadamente diagnosticada e tratada. A ausência de dor no repouso ou nos movimentos de baixa intensidade não significa que a lesão está curada. O mais comum nestas lesões é a pessoa voltar a sentir dor em 2 a 3 semanas após o primeiro episódio.

O tratamento cirúrgico está indicado nos casos de dor crônica após 6 meses de tratamento conservador e está indicado em condições especiais após avaliação criteriosa de um especialista.

Devemos atentar para os fatores predisponentes no sentido de evitar que tais complicações voltem a ocorrer, pois as lesões subsequentes podem causar limitações mecânicas e também emocionais para a continuidade do esporte.

Portanto, trate suas lesões o mais rapidamente possível para evitar sequelas!


Dr. Lucas Nogueira Mendes

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Infiltrações Articulares


As infiltrações articulares são procedimentos realizados em reumatologia ou em ortopedia para diagnóstico e/ou tratamento de artropatias inflamatórias, com a retirada de líquido intra-articular e a aplicação de substâncias terapêuticas, tais como corticoides e ácido hialurônico, por exemplo. Os radioisótopos são pouco utilizados. As infiltrações articulares são utilizadas desde 1951, mas ainda hoje muitas pessoas têm dúvidas quanto à utilização delas.

Diversas são as técnicas utilizadas para cada local de infiltração, além de variações nos medicamentos utilizados. A técnica usualmente utilizada consiste na adequada limpeza e antissepsia da pele e na aplicação de uma anestesia local. Em seguida, faz-se a introdução na articulação da substância com ação anti-inflamatória e analgésica pela mesma agulha da anestesia.

O paciente deve permanecer em repouso por 24 a 48 horas para prolongar ao máximo a difusão do fármaco injetado e potencializar a sua eficácia. Com uma agulha, podem ser retirados e analisados líquidos intra-articulares e remédios podem ser colocados diretamente no local, com uma ação mais rápida e efetiva do que teriam por via oral.

As medicações injetadas através das infiltrações articulares ajudam na destruição parcial ou total da membrana inflamada e proliferada, responsável pela invasão das demais estruturas articulares, diminuindo com isso a inflamação, a dor e o edema locais, colaborando para a melhora funcional da articulação infiltrada. Essas aplicações, contudo, não devem ser frequentes, nem regulares, sob risco de produzirem consequências graves.

As infiltrações articulares podem ser realizadas nas articulações periféricas, como ombros, joelhos, punhos e tornozelos, entre outras, ou axiais, como as sacroilíacas e interapofisárias de coluna, por exemplo. Em articulações periféricas, a intervenção pode ser feita em ambulatório, podendo ser realizada às cegas ou guiadas por métodos de imagem como a ultrassonografia.

Algumas estruturas e articulações periféricas de mais difícil acesso devem necessariamente ser guiadas por imagens, como a articulação do ombro, coxofemoral e algumas articulações do pé. Nas infiltrações axiais é sempre necessário o auxílio de radioscopia para guiar o acesso, pois se tratam de articulações mais profundas e de mais difícil acesso.

As infiltrações intra-articulares são utilizadas para o tratamento de casos de artrites, sinovites, bursites, derrames articulares, gota e dor articular inflamatória refratária às medicações convencionais. As infiltrações também são usadas em casos de osteoartrite, com uso do ácido hialurônico intra-articular. O ácido hialurônico para tratamento da osteoartrite melhora a viscosidade do líquido das articulações e tem também efeito anti-inflamatório, melhorando a dor e a função articular.

A duração dos efeitos benéficos de uma infiltração articular é variável de noventa dias a mais de um ano, na dependência da doença, da articulação infiltrada, da medicação utilizada e do repouso articular após o procedimento. As infiltrações articulares podem ser utilizadas, ainda, em pacientes com contraindicações a algumas medicações orais.

Se bem indicadas e aplicadas com a técnica correta, as infiltrações são um procedimento seguro. Infelizmente, por vezes são mal utilizadas no meio esportivo, em que se deseja resultados imediatos em lesões traumáticas agudas, o que pode causar danos articulares irreparáveis. Os atletas podem não sentir dores, mas muitas vezes a lesão piora ainda mais. Em alguns casos, o uso excessivo da técnica pode até romper o tecido lesionado, além de gerar efeitos colaterais perigosos.

Além disso, a indicação inadequada da infiltração articular pode ser responsável por resultados terapêuticos insatisfatórios.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Começam os testes em humanos para avaliar uma vacina experimental contra o Zika vírus


O estudo de fase inicial irá avaliar a segurança e a capacidade de gerar uma resposta do sistema imunitário nos participantes que irão receber a vacina experimental. Pelo menos 80 voluntários saudáveis, com idade entre 18 e 35 anos, em três locais de estudo nos Estados Unidos, incluindo o NIH Clinical Center, em Bethesda, irão participar da pesquisa.

Cientistas do NIAID’s Vaccine Research Center (VRC) desenvolveram a vacina, com nome em inglês de “NIAID Zika virus investigational DNA vaccine”, no início deste ano.

O estudo é parte da resposta do governo dos EUA para o atual surto do vírus Zika nas Américas.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, mais de 50 países e territórios têm transmissão ativa do vírus Zika.

Embora as infecções Zika sejam geralmente assintomáticas, algumas pessoas apresentam doença leve que dura cerca de uma semana.

No entanto, a infecção pelo vírus Zika durante a gravidez pode provocar microcefalia, bem como outros defeitos fetais graves no cérebro e outros órgãos.

Não existem vacinas ou terapias específicas para prevenir ou tratar esta doença.

Até o momento, os testes em animais estão sendo animadores e os cientistas estão confiantes com o início dos testes em seres humanos.

Entretanto, ainda vai demorar algum tempo antes de uma vacina contra o Zika vírus estar disponível comercialmente.

O ensaio clínico de Fase 1, chamado VRC 319, é liderado por Julie E. Ledgerwood, chefe do programa de ensaios clínicos do VRC. Os voluntários serão divididos aleatoriamente em quatro grupos de estudo de 20 pessoas cada.

Após a inscrição, todos os participantes receberão uma vacinação em sua primeira visita através de um injetor sem agulha que empurra o fluido da vacina no músculo do braço.

Metade dos participantes receberá um adicional de vacinação oito semanas ou 12 semanas mais tarde.

Os participantes restantes receberão duas vacinas adicionais: um grupo de 20 participantes receberá uma segunda vacina na quarta semana e uma terceira na oitava semana; o outro grupo de 20 participantes receberá uma segunda vacina na quarta semana e uma terceira na vigésima semana.

Todos os participantes receberão a mesma dose em cada vacinação.

Após cada vacinação, os participantes vão permanecer no local de estudo para observação por um mínimo de 30 minutos para que os médicos possam monitorar qualquer reação adversa.

Os participantes receberão um cartão diário para usar em casa para anotar sua temperatura e quaisquer sintomas durante sete dias após cada vacinação.

Todos os participantes irão retornar para visitas de acompanhamento dentro de um período de 44 semanas após a primeira vacinação para que os investigadores possam monitorar sua saúde e determinar se a vacina é segura.

Em visitas de acompanhamento, os investigadores também irão recolher amostras de sangue para testes de laboratório para medir a resposta imune à vacina. Os participantes serão convidados a retornar para duas visitas de acompanhamento aos 18 meses e dois anos após a vacinação inicial para a obtenção de amostras de sangue adicionais para avaliar a durabilidade da resposta imune.

Dados de segurança e imunogenicidade iniciais do ensaio de Fase 1 são esperados até o final de 2016. Se os resultados mostrarem um perfil de segurança e resposta imune favoráveis, o NIAID iniciará um ensaio de Fase 2 em países com Zika vírus endêmico no início de 2017.



Fonte: National Institute os Allergy and Infections Diseases, News Release em 3 de agosto de 2016

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Arterite temporal


Arterite temporal, também denominada arterite de células gigantes, é uma vasculite da pessoa idosa, com inúmeras manifestações clínicas sendo a principal delas a perda visual.

Quando não tratada pode levar à cegueira irreversível em mais de 50% dos casos, o que geralmente pode ser evitado com o tratamento adequado.

Representa, portanto, uma condição cujo diagnóstico e tratamento devem ser estabelecidos em caráter de urgência.

Apesar de cursar com inúmeras manifestações sistêmicas, muitas delas levam a queixas inespecíficas que são difíceis de valorizar num primeiro momento pela maioria dos médicos clínicos.

Além disso, tais manifestações podem ser de curta duração ou estar ausentes.

Por outro lado, as manifestações neuro-oftalmológicas são muito sugestivas da doença e permitem que se levante a suspeita diagnóstica de imediato.

O oftalmologista, que na maioria das vezes se coloca erroneamente na posição de mero coadjuvante no diagnóstico das afecções sistêmicas, tem nesta condição uma responsabilidade fundamental.

Ele deve suspeitar da doença, estabelecer o diagnóstico por exames laboratoriais e/ou biópsia da artéria temporal e instituir a terapêutica inicial.

Alternativamente pode, após a suspeita inicial, certificar-se que o paciente seja encaminhado de imediato para profissional habilitado, mas nunca deve ter uma atitude passiva nem deixar o paciente à própria sorte, sob pena de perder a chance de prevenir a cegueira e ainda tornar-se vítima de possíveis implicações médico-legais.

A arterite temporal aparentemente já foi reconhecida na antigüidade pelo médico persa, Ali ibn Isa, que publicou (aproximadamente no ano 1000 a.C.) citação de que inflamações na região dos músculos temporais poderiam levar à perda visual.

Na idade moderna, mais especificamente na literatura de língua inglesa, a doença foi descrita pela primeira vez por Huctchinson, em 1890, e bem estabelecida como entidade nosológica, através da descrição do curso clínico característico e do relato anatomopatológico, por Horton em 1932(1). Apesar de tão antiga, a doença ainda tem sua fisiopatogenia pouco conhecida e continua a ser um desafio para neurologistas, oftalmologistas, reumatologistas, clínicos gerais e todos aqueles que se envolvem com o cuidado de pacientes geriátricos.

A arterite temporal acomete quase que exclusivamente pacientes idosos, sendo a idade média de início dos sintomas em torno de 70 anos.

Raros são os relatos da afecção abaixo dos 50 anos de idade e muito deles questionáveis, possivelmente decorrentes de outras vasculites sistêmicas, envolvendo a artéria temporal.

Do ponto de vista prático, portanto, a doença deve ser considerada apenas em indivíduos acima dos 50 anos e mais fortemente acima dos 60 anos de idade.

A incidência da doença se situa entre 15 e 30 casos por 100 mil habitantes acima de 50 anos.

Acredita-se que exista variação na incidência da afecção, dependendo da população estudada, sendo mais freqüente em brancos de origem escandinava do que em africanos.

De qualquer forma a incidência aumenta muito com o avançar da idade. Machado e colaboradores relataram uma incidência de 2,3 por 100 mil habitantes na sexta década de vida que subiu para 44,7 por 100 mil habitantes na nona década de vida.

Em pacientes acima de 80 anos a prevalência da afecção chega a 1%, o que é sugerido por estudos de autópsia(1). A maioria das séries estudadas mostra uma predominância da afecção no sexo feminino.

No Brasil a condição já foi considerada muito rara no passado.

Provavelmente este conceito se deveu ao pouco reconhecimento da afecção, aliado à menor longevidade da população brasileira naquela época.

Atualmente, embora não tenhamos dados populacionais a respeito, a arterite temporal deve ser lembrada em nosso meio, tanto quanto em outros países.

sábado, 6 de agosto de 2016

Os joelhos que estalam


Tecnicamente falando, o estalido no joelho se deve a uma crepitação (ruído) provocada pelo atrito da patela (antigamente conhecida como rótula) contra outros ossos da articulação do joelho.

Na observação, o estalo corresponde a um som característico, ouvido pelo próprio paciente e pelas pessoas próximas e sentido como um encaixe de uma engrenagem defeituosa.

O estalido no joelho pode não ser nada sério, mas também pode denunciar uma situação médica importante.

Por isso, é preciso que um médico especialista em ortopedia investigue a situação dos ossos, tendões e ligamentos envolvidos nessa articulação.

O joelho é a articulação do corpo que suporta a maior carga, seja pelo peso normal do corpo (imagine se o indivíduo é obeso!), seja quando o indivíduo tem que carregar muito peso.

Por isso, problemas nos joelhos são comuns e só conseguem melhorar se o indivíduo deixar de ser obeso ou parar de carregar peso.

Com o passar do tempo, a sobrecarga sofrida agrava a situação da articulação e quase certamente surgirão doenças articulares mais graves.

O estalo do joelho pode ter sua causa também em doenças reumáticas e degenerativas, como a artrose, ou ser devido a uma pancada forte que cause inflamação.

Além disso, com a idade, a cartilagem que se encontra na superfície da articulação pode sofrer um processo de desgaste e causar uma doença conhecida como condromalácia patelar.

Outras causas podem ser a presença de um pedaço de cartilagem solto na articulação (geralmente um pedaço do menisco) e outras alterações na cartilagem.

Uma das causas mais comuns dos estalos nos joelhos é a perda da cartilagem que envolve a patela. A função desse revestimento é permitir o deslizamento da patela no fêmur durante o movimento de flexão e extensão do joelho.

Com o aparecimento de lesões na cartilagem, os ossos se atritam uns contra os outros.

A condromalácia patelar atinge em média 15 a 33% da população adulta e 21 a 45% dos adolescentes.

No entanto, o tecido cartilaginoso é desprovido de terminações nervosas e a dor que acompanha os estalidos no joelho normalmente é causada pela sobrecarga ou lesão do osso subcondral.

Isso pode acontecer sempre que os joelhos sejam submetidos a uma carga superior à que deveriam aguentar.

Na artrose, há um desgaste da articulação, que pode acontecer devido a uma pancada, traumatismo ou idade avançada. Um desalinhamento do corpo, mesmo que microscopicamente, também pode deixar os joelhos estalando, por um mecanismo de compensação.

Quais são as principais características clínicas do joelho que estala?

O estalo no joelho pode ser indicativo de algo simples ou de algo que inspire cuidados.

É uma condição comum em atletas, mas também pode surgir nas pessoas em geral.

Na maioria das vezes, não é indicativo de problemas graves, mas é necessário observar o surgimento de outros sintomas que podem indicar problemas mais sérios.

Na maioria das vezes, os estalos acontecem quando o indivíduo flexiona os joelhos: agacha, sobe escadas, corre ou simplesmente caminha. Se o joelho estala em virtude de uma condição mais grave, o paciente pode sentir dor ao flexionar os joelhos, edema leve na região e travamento do movimento.

Alguns sinais de gravidade são dor intensa ao apoiar o pé no chão, grande inchaço, dor intensa ao flexionar ou estender os joelhos, surgimento de deformidades nos membros inferiores, como fraturas, por exemplo, diminuição ou perda de sensibilidade na perna, sinais de inflamação ou infecção (vermelhidão, calor e sensibilidade ao toque).

Para diagnosticar as causas dos estalidos nos joelhos, o médico pode valer-se de manobras semióticas ortopédicas durante o exame físico e de exames de imagens como radiografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética e, eventualmente, artroscopia.

Em casos de infecções, o exame de sangue e a cultura do líquido sinovial podem ajudar a determinar o agente patógeno.

Se você sofreu uma queda, bateu os joelhos, sofreu uma entorse ou travou os joelhos, deve mantê-los em repouso, evitando qualquer movimento que cause dor.

É importante que você deixe de pegar peso e aplique gelo para controlar o inchaço.

Além disso, o gelo funciona como anti-inflamatório e é um analgésico natural. Após a aplicação do gelo, use uma joelheira ou uma faixa de compressão e mantenha os joelhos elevados para reduzir o inchaço.

Caso os sintomas não melhorem, procure um médico que provavelmente vai receitar-lhe analgésicos e anti-inflamatórios orais.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Gordura Abdominal


Adiposidade abdominal é o acúmulo de gordura na parte da frente do abdome, tornando a pessoa “barriguda”. 

Ela contribui para elevar os níveis de colesterol ruim (LDL) e de triglicerídeos, aumentar a resistência à insulina e reduzir o bom colesterol (HDL). Além disso, é o principal risco para doenças cardíacas.

A gordura abdominal masculina localiza-se atrás do músculo reto abdominal. Esse mesmo tipo de gordura também afeta mulheres depois da menopausa.

Ela não pode ser retirada por lipoaspiração porque está dentro do abdômen e envolve as vísceras do aparelho digestivo; ela aumenta o nível de ácidos graxos na circulação e ocasiona uma maior resistência à insulina, gerando um esgotamento das células de Langerhans, podendo conduzir ao diabetes mellitus.

Esses ácidos também provocam uma disfunção do endotélio das artérias (espécie de capa de revestimento interno das artérias), produzindo dilatação e constrição desses vasos. Essa disfunção pode elevar a pressão arterial e favorecer a obstrução dos vasos.

Dessa forma, esse conjunto de alterações aumenta os riscos de doenças cardiovasculares.

A maior quantidade de adipócitos (células gordurosas) do organismo está localizada no abdômen e por isso ele tem grande tendência a acumular mais gordura que outras partes do corpo. Alguns fatores externos favorecem o acúmulo de gordura abdominal: má alimentação, com excesso de alimentos gordurosos e ausência de frutas, verduras e legumes, falta de atividade física, cigarro e bebidas alcoólicas.

A adiposidade abdominal favorece ou causa problemas de coluna, pressão alta, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e outros problemas cardíacos, câncer nos órgãos afetados pelo excesso de gordura, colesterol aumentado, artrite, diabetes, problemas respiratórios, ronco, riscos com anestésicos em operações e alterações menstruais nas mulheres.

Melhor que “perder a barriga” é não deixá-la formar-se. Para evitá-la, o paciente deve manter-se no peso ideal ou emagrecer caso esteja acima do peso, praticar exercícios físicos periódicos, de preferência os aeróbicos (caminhada, corrida, etc.), comer mais frutas, verduras e legumes, evitando os alimentos gordurosos.

No entanto, se já se formou uma barriga volumosa, a pessoa deve fazer um esforço para perdê-la. Não há como queimar gordura em apenas uma parte do corpo.

A queima de todas as gorduras do corpo eliminará consequentemente a gordura da área desejada, no caso, a barriga. Sempre, a combinação de duas coisas é super importante:

(1) alimentação saudável e balanceada e
(2) exercícios físicos.

De modo geral, a alimentação deve conter menos alimentos ricos em açúcar e em gordura para que assim a pessoa gaste a energia acumulada em forma de gordura corporal.

Algumas estratégias para ajudar a emagrecer e perder barriga, são: acelerar o metabolismo, tomar dois litros de água por dia, queimar gordura por meio de exercícios aeróbicos como caminhada, corrida ou ciclismo, por exemplo, ingerir alimentos sem gordura saturada, trocar o açúcar por adoçantes ou, se possível, eliminá-lo da dieta e comer alimentos ricos em fibras.

Para não voltar a ganhar uma barriga volumosa essas providências devem ser mantidas, de modo a se tornarem um hábito permanente de vida.

A melhor motivação para isso são os bons resultados obtidos quando se segue rigorosamente essas recomendações.

Outras providências são: mastigar bem os alimentos para facilitar a digestão, fazer cinco a seis refeições diárias para não chegar à mesa “morrendo de fome”, evitar comer tudo o quê vê pela frente, tomar consciência do que é fome e do que é apenas vontade de comer, dar preferência a alimentos de mais fácil digestão.