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sábado, 11 de junho de 2016

Exame de sangue pode prever resposta ao tratamento de pacientes com depressão


O aumento dos níveis de inflamação já foi associado a uma menor resposta aos antidepressivos em várias amostras clínicas, mas estas descobertas haviam sido limitadas pela baixa reprodutibilidade dos ensaios com biomarcadores através de laboratórios, dificuldade em prever a probabilidade de resposta em uma base individual e devido aos poucos esclarecimentos sobre os mecanismos moleculares envolvidos.

Neste trabalho, os cientistas mediram os valores absolutos de dois biomarcadores no RNAm (quantificação confiável do número de moléculas), o Fator Inibitório da Migração de Macrófagos e a Interleucina-1β, a partir de uma amostra de um estudo randomizado e controlado, comparando o escitalopram versus a nortriptilina. Em seguida, usaram análise discriminante linear para calcular valores de corte do RNAm que melhor discriminassem entre respondedores e não respondedores após 12 semanas de tratamento com os antidepressivos.

Foram identificados valores de corte para as medidas absolutas no RNAm que previram com precisão a probabilidade de resposta numa base individual, com valores preditivos positivos e especificidade para não respondedores de 100% em ambas as amostras (valor preditivo negativo de 82% a 85%, sensibilidade de 52% a 61%).

Usando a análise de redes, identificou-se diferentes conjuntos de metas para estas duas citocinas: o Fator Inibitório da Migração de Macrófagos interagindo predominantemente com caminhos envolvidos na neurogênese, neuroplasticidade e proliferação celular e a Interleucina-1β interagindo predominantemente com vias envolvidas no complexo inflamatório, estresse oxidativo e neurodegeneração.

Concluiu-se que estes dados fornecem uma abordagem clinicamente adequada para a personalização da terapia com antidepressivos, ou seja, pacientes que têm valores absolutos no RNAm acima dos pontos de corte poderiam ser direcionados para um acesso antecipado às estratégias mais assertivas com antidepressivos, incluindo a adição de outros antidepressivos ou anti-inflamatórios ao tratamento da depressão.



Fonte: International Journal of Neuropsychopharmacology, publicação online, de 11 de maio de 2016

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