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terça-feira, 28 de junho de 2016

Axilas manchadas? Pode ser eritrasma.


Eritrasma é uma infecção cutânea crônica causada por uma bactéria Gram positiva presente em regiões tropicais e subtropicais, que geralmente atinge as camadas externas das dobras da pele.

O eritrasma é causado pela bactéria Gram positiva Corynebacterium minutissimum, a qual pode coexistir com fungos dermatófitos ou com Candida albicans. Ela é prevalente entre os diabéticos e obesos, acontece mais em climas quentes e é agravada pelo uso de roupas muito fechadas.

A Corynebacterium minutissimum é um bacilo normal na flora da pele que fermenta os açúcares presentes. É mais comum em obesos e em pessoas que suam muito, com imunidade baixa, idosos e diabéticos. Lavar-se muito com álcool ou sabão bactericida também lesiona a pele e pode favorecer o aparecimento de infecções mais resistentes. A bactéria invade o terço superior do estrato córneo da pele, em condições favoráveis, tais como calor e umidade, prolifera com mais facilidade e essa proliferação engrossa o estrato córneo da pele. Os organismos que causam eritrasma tanto são detectados nos espaços inter como intracelulares, dissolvendo fibrilas de queratina.

Na maioria dos casos, o eritrasma é assintomático, sendo a principal manifestação da doença constituída por manchas na pele. Essas manchas normalmente são bem delimitadas, de cor inicialmente rósea e que se tornam posteriormente marrons e escamosas. São normalmente encontradas em áreas de dobras da pele, como axilas, virilhas, glúteos, entre os dedos e sob as mamas, mas em algumas pessoas a infecção pode ir do tronco até à região anal.

O diagnóstico do eritrasma pode ser feito a partir da simples observação das lesões. No entanto, um exame das manchas com a lâmpada de Wood (instrumento manual que possui uma lâmpada que emite luz ultravioleta) confere a elas uma coloração característica, vermelho coral, que ajuda a confirmar o diagnóstico e diferenciá-lo de outras doenças da pele. Uma confirmação ainda maior, mas geralmente dispensável para fins clínicos, pode ser feita por meio de um esfregaço ou raspagem da lesão para exame de microscopia e cultura. O eritrasma pode ser confundido com outras causas de intertrigo (erupções nas dobras da pele), por isso o diagnóstico diferencial deve ser feito com eles, especialmente a tinea cruris, à qual o eritrasma pode se assemelhar muito.

Veja outras condições que podem surgir na pele das axilas em "Você sabe o que é hiperidrose?", "Mau cheiro nas axilas ou no corpo: o que é isso? Quais são as causas? Tem tratamento?" e em "Micoses Superficiais - Como evitá-las?".

O eritrasma é tratado topicamente com o ácido fusídico, gel de eritromicina ou azitromicina, a forma sistêmica pode ser tratada com pílulas desses medicamentos. Pode-se usar também um sabão antibactericida ou uma pomada de ácido benzoico e ácido acetilsalicílico. Muitas vezes a infecção retorna e é necessário repetir o tratamento.

O eritrasma começa com um pontilhado róseo que posteriormente se conflui numa mancha de dimensões maiores, tornando-se amarronzada e escamosa.

Para prevenir-se contra o eritrasma, o paciente deve manter seu peso dentro do normal, praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação saudável, manter a pele seca e não negligenciar a limpeza entre os dedos após o banho. Deve procurar também evitar umidade excessiva e usar roupas limpas e absorventes.

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