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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Ácido lático e exercícios físicos


O ácido lático ou láctico (do latim: lactis = leite) é um composto orgânico de função mista ácido-álcool que participa de vários processos bioquímicos orgânicos. No organismo humano, o ácido lático resulta da metabolização celular da glicose, com fins energéticos. Por isso, habitualmente fala-se dele quando se fala da prática de exercícios físicos.

O ácido láctico pode ser obtido a partir do açúcar do leite (lactose), do amido, do açúcar da cana (sacarose) e é naturalmente encontrado no suco de carne, leite azedo, nos músculos e em alguns órgãos de algumas plantas ou animais.

O organismo humano produz ácido lático em quantidades expressivas, durante a realização de exercícios físicos. Quando há atividade física intensa é comum haver um excesso de ácido lático, que é formado num ritmo muito mais rápido do que é eliminado, o que, por vezes, ocasiona muito cansaço e dores musculares. No ambiente celular, o ácido lático se transforma em lactato, que é a forma ionizada deste ácido.

O ácido lático foi descoberto pelo químico sueco Carl Wilhelm Scheele, no leite coalhado.

A célula metaboliza a glicose até transformá-la em dióxido de carbono e água e daí obtém uma boa quantidade de energia química. A primeira fase desta via metabólica dura até a formação de piruvato e gera pouca quantidade de energia por molécula de glicose, mas é muito rápida. A segunda fase, em que o piruvato dá origem a uma grande quantidade de energia, ocorre de forma muito lenta. Apesar destas duas fases normalmente surgirem em sequência, nem sempre o piruvato entra na mitocôndria para seguir a segunda fase da via metabólica.

De fato, em algumas situações de maior exigência energética, por unidade de tempo, algumas células “optam” por fazer uma quebra entre as duas fases, transformando diretamente piruvato em lactato. Este "desvio" permite que a fase rápida possa ocorrer de forma independente da fase lenta e, assim, a produção de lactato se dissocia das duas fases do metabolismo da glicose.

Com esta estratégia, a célula consegue, durante um curto período, degradar muitas moléculas de glicose por unidade de tempo e, dessa forma, gerar grande quantidade de energia e fazer face a situações de maiores exigências energéticas, como nos exercícios físicos intensos, por exemplo, produzindo, contudo, mais lactato.

A maior ou menor produção de lactato pelos músculos esqueléticos e sua concentração sanguínea depende não só da massa muscular exercitada, mas, também, do tipo de fibras musculares recrutadas em cada instante, porque há fibras com capacidade de especializar-se metabolicamente numa das duas fases acima referidas, permitindo principalmente a fase rápida ou a lenta e o acúmulo ou não de lactato.

O acúmulo de ácido lático é uma das causas das dores musculares pós-exercício, embora não a única, no entanto, ele tem também propriedades orgânicas positivas. Ele é um combustível útil do músculo e não um catabólito, como se pensava. Ele também é umectante e hidratante da pele e por isso é muito utilizado na indústria de cosméticos. Além de hidratar, também atua como rejuvenescedor e clareador da pele.

Na Medicina, o ácido lático é usado como antisséptico capaz de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos, também é usado no tratamento de problemas de pele como dermatoses, acnes, verrugas, hiperceratoses, rugas e outros. Outros processos não orgânicos, como o curtimento de couro, o refino de óleo de soja, a fabricação de polímeros e o tingimentos de tecidos, por exemplo, também o utilizam.

Em resumo: no organismo, o músculo produz ácido lático a partir da glicose. Quanto mais em forma a pessoa estiver, mais adaptado o seu músculo vai estar para usá-lo e não deixá-lo acumular-se. Ou seja, quanto maior o músculo, mais o sistema de queima de ácido lático ficará eficiente. O ácido lático pode se acumular em excesso, nas condições em que a velocidade de sua produção supera a de sua eliminação, como nos exercícios intensos, provocando dores musculares.

Quando uma pessoa realiza esforço físico, seu organismo "queima" a glicose que está armazenada no corpo, juntamente com o oxigênio proveniente da respiração. Essa reação produz energia. Se o exercício estiver além do que a pessoa está condicionada, o organismo queimará a glicose sozinha e produzirá ácido lático. O melhor remédio para combater esse excesso é fazer mais exercícios, embora em menores intensidades. Esse procedimento faz com que uma parte do ácido lático passe a ser queimada. Outro procedimento é massagear o local dolorido, aumentando a irrigação sanguínea da região e facilitando a eliminação do ácido. Entretanto, o ácido lático provavelmente não é o único responsável pelas dores pós-exercícios, que podem também ser causadas por microlesões nos músculos. A excreção do excesso de ácido lático é feita pela urina e pelo suor em cerca de 25 minutos de repouso.

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