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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Poliglobulia


Poliglobulia ou policitemia é uma doença rara, caracterizada pela excessiva quantidade de eritrócitos (glóbulos vermelhos) no sangue, resultante de uma produção exagerada dessas células pela medula óssea. Nos casos em que a causa desta produção excessiva não é identificada, fala-se em poliglobulia primária; quando há uma doença subjacente conhecida, denomina-se poliglobulia secundária.

Entre os 50 a 60 anos de idade, pode ocorrer um descontrole nos mecanismos responsáveis pela síntese dos eritrócitos, sem uma razão aparente, levando a um aumento significativo na produção destas células sanguíneas e, consequentemente, à poliglobulia primária. A poliglobulia secundária é ocasionada por diferentes patologias e circunstâncias médicas que resultam num intenso aumento da produção de eritrócitos pela medula óssea. Isso pode ocorrer em indivíduos que vivem em grandes altitudes, bem como em resposta a diferentes afecções, como, por exemplo, patologias bronco-pulmonares, certas malformações cardíacas, intoxicações ou em alterações hereditárias que levem a um defeito na hemoglobina e à presença de certos tumores.

Os glóbulos vermelhos (eritrócitos, também chamados hemácias) são produzidos pela medula óssea. Eles são responsáveis por levar o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. Tipicamente, o aumento da produção desses glóbulos é causado pela falta de oxigenação tecidual que leva a uma estimulação da produção de eritropoetina (hormônio responsável por estimular a medula óssea) e, como consequência, a uma elevação na produção de eritrócitos, objetivando aumentar o transporte de oxigênio para controlar a situação. Tal processo ocorre naturalmente em indivíduos que vivem em grandes altitudes, bem como em resposta a diferentes afecções que prejudicam a oxigenação do sangue, nas quais há insuficiência do funcionamento da hemoglobina ou alterações hereditárias que levem a um defeito dela. A presença de certos tumores também pode ocasionar uma elevação na produção de eritropoetina.

A poliglobulia se manifesta por meio de sintomas como fadiga, cefaleia, dispneia, vertigem, zumbidos nos ouvidos, visão embaçada, dificuldade de concentração, sonolência, adormecimento das extremidades, sudorese e ardor generalizado. Como consequência do aumento de produção de eritrócitos sanguíneos, ocorre, entre outras coisas, um aumento da viscosidade do sangue, o que causa dificuldades circulatórias. Geralmente, ocorrem também alterações na cor da pele, sendo que na poliglobulia primária ela se apresenta avermelhada, enquanto que quando o problema tiver origem na reduzida oxigenação tecidual, a pele apresenta-se azulada ou arroxeada (cianose). O espessamento do sangue também pode ocasionar alterações na coagulação, que passa a formar trombos e coágulos. Ao mesmo tempo, podem ocorrer hemorragias nasais e/ou gengivais, pois a quantidade elevada de células sanguíneas impossibilita a formação de coágulos normais. Em alguns casos, pode haver esplenomegalia (aumento do tamanho do baço), uma vez que a função do baço de destruir eritrócitos é forçada para além do normal. A estimulação da medula óssea resulta em aumento de produção não só dos eritrócitos, mas também de leucócitos e plaquetas.

A poliglobulia pode ser suspeitada a partir do histórico médico do paciente, mas o exame de sangue é o padrão ouro de diagnóstico. Nos exames de sangue, os níveis de hemoglobina são superiores a 16,5 g/dl em mulheres e 18,5 g/dl em homens adultos. O hematócrito normalmente tem um valor maior do que 48 g/dl em mulheres e 52 g/dl em homens. O diagnóstico da causa da poliglobulia, no entanto, exigirá outros exames.

O tratamento da poliglobulia dependerá de sua causa. O tratamento da poliglobulia primária, de causa provavelmente genética, é feito pela retirada de sangue com uma seringa, 2 a 3 vezes por semanas, para que o valor do eritrócito se normalize. Contudo, a produção de eritrócitos pela medula óssea pode ser tão intensa que se faz necessária a aplicação de radioterapia e/ou quimioterapia para freá-la. Nos casos da poliglobulia secundária, a solução consiste na resolução do fator desencadeante, juntamente com as extrações de sangue. Se, por qualquer motivo, a flebotomia não for recomendada, o médico pode lançar mão, preventivamente, dos antiagregantes plaquetários.

Algumas condutas como reduzir o peso, parar de fumar e fazer exercícios regulares podem melhorar a oxigenação dos tecidos e diminuir a necessidade de produção de novas hemácias.

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