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sexta-feira, 18 de março de 2016

Hipopituitarismo


A hipófise, pineal ou pituitária é uma pequena glândula em forma de feijão situada na base do cérebro, atrás do nariz e entre as orelhas, alojada numa reentrância da base do cérebro, chamada célula túrcica. Apesar de seu tamanho, esta glândula secreta hormônios que influenciam quase todas as partes do corpo, porque é ela quem regula todas as outras glândulas endócrinas do organismo.

O hipopituitarismo é uma condição rara em que a glândula pituitária (também chamada pineal ou hipófise) não consegue produzir um ou mais dos seus hormônios ou não os produz em quantidade suficiente.

O hipopituitarismo pode resultar de doenças hereditárias, mas mais geralmente é adquirido. Frequentemente é desencadeado por um tumor da glândula pituitária que comprime o tecido glandular e interfere com a produção de hormônios. Um tumor da hipófise também pode comprimir o nervo óptico e causar distúrbios visuais.

O hipopituitarismo também pode ser causado por outras doenças e condições que danifiquem a hipófise, tais como ferimentos na cabeça, tumores do cérebro ou da própria glândula, cirurgia cerebral, tratamento de irradiação, inflamação autoimune, acidente vascular encefálico que afete a glândula, infecções do cérebro, tuberculose, doenças infiltrativas, tais como sarcoidose, histiocitose, hemocromatose, etc, grande perda de sangue durante o parto (síndrome de Sheehan), mutações genéticas e doenças do hipotálamo.

Em alguns casos, a causa do hipopituitarismo permanece desconhecida.

A hipófise produz os hormônios estimulantes das demais glândulas endócrinas. Esses hormônios, em número de oito, são retroativamente controlados pelos hormônios produzidos pelas glândulas periféricas num regime de feedback. Por exemplo: um dos hormônios produzidos pela hipófise (TSH) estimula a tireoide a produzir, entre outros, a tiroxina. Esta, por sua vez, inibe a produção daquele hormônio da hipófise.

No caso de uma insuficiência da hipófise, essa glândula produzirá pouco TSH e, por consequência, a tireoide também produzirá pouca tiroxina. No caso de uma insuficiência primária da tireoide, a tiroxina estará baixa e o TSH, por isso, estará elevado. Quando ocorre o hipopituitarismo, um, alguns ou todos os hormônios hipofisários podem ser afetados. Se todos os hormônios são afetados, fala-se em pan-hipopituitarismo.

O hipopituitarismo geralmente é progressivo, embora os sinais e sintomas possam ocorrer repentinamente. Por vezes eles são sutis e podem ser ignorados por meses ou mesmo anos. Eles podem variar dependendo de qual ou quais hormônios hipofisários estão deficientes e quão grave é a deficiência.

Os sintomas podem incluir fadiga, perda de peso, diminuição do desejo sexual, maior sensibilidade ao frio ou dificuldade de ficar aquecido, diminuição do apetite, edema (inchaço) facial, anemia, infertilidade, perda de pelos pubianos, incapacidade de produzir leite em mulheres, diminuição de pelos em homens e baixa estatura em crianças.

Além da história clínica e dos sinais e sintomas, o médico provavelmente recomendará vários exames, inclusive exame de sangue, para verificar os níveis de hormônios em seu organismo. O exame de estimulação ou teste dinâmico verifica a secreção de hormônios depois da pessoa ter tomado certos medicamentos que podem estimular a produção de hormônios.

Imagens do cérebro, como as produzidas pela ressonância magnética podem detectar um tumor da hipófise ou outras anormalidades estruturais. Testes de visão podem determinar se o tumor prejudica a visão ou os campos visuais.

O tratamento com os hormônios apropriados é muitas vezes a primeira linha da terapêutica, mas o tratamento bem sucedido da condição subjacente ao hipopituitarismo pode levar a uma recuperação completa ou parcial da produção dos hormônios hipofisários. Os hormônios de reposição são drogas consideradas "substitutas", ao invés de “terapêuticas”, porque as dosagens são definidas para coincidir com os valores que o organismo normalmente fabricaria se não tivesse um problema na hipófise. O tratamento pode durar toda a vida.

Já o tratamento para tumores hipofisários pode envolver cirurgia, mas em alguns casos pode também ser recomendável o tratamento por irradiação. Os medicamentos de reposição hormonal incluem corticosteroides, levotiroxina, hormônios sexuais e hormônios do crescimento. Em casos de infertilidade, as gonadotrofinas (LH e FSH) podem ser administradas por injeção para estimular a ovulação em mulheres e a produção de esperma nos homens.

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