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sábado, 30 de janeiro de 2016

Polimialgia reumática


Polimialgia é uma dor sentida ao mesmo tempo em vários músculos. A polimialgia reumática é uma doença inflamatória que causa dor e rigidez muscular, especialmente nos ombros, mas também em outros músculos.

A causa exata da polimialgia reumática permanece desconhecida. Duas ordens de fatores parecem estar envolvidas no desenvolvimento desta condição:

(1) certos genes e variações genéticas podem aumentar a susceptibilidade à doença e

(2) um fator ambiental, tal como um vírus, embora nenhum vírus específico tenha sido demonstrado. A polimialgia reumática tende a ocorrer em ciclos sazonais.

Os sintomas da polimialgia reumática começam de forma rápida e são piores na parte da manhã. Eles costumam ocorrer simetricamente em ambos os lados do corpo e podem incluir dores nos ombros, pescoço, braços, nádegas, quadris ou coxas, rigidez nas áreas afetadas, especialmente na parte da manhã ou depois de estar inativo por um longo tempo, restrição de movimentos nas áreas afetadas, dor ou rigidez dos pulsos, cotovelos ou joelhos. Pode haver também sinais e sintomas mais gerais, como febre baixa, fadiga, sensação mal-estar, perda de apetite e de peso e depressão.

A polimialgia reumática está relacionada com outra doença inflamatória chamada arterite de células gigantes e compartilha com ela muitas semelhanças clínicas. Ambas podem causar dores de cabeça, dificuldades de visão, dor na mandíbula e no couro cabeludo. É possível que ambas as condições ocorram ao mesmo tempo.

A maioria das pessoas que desenvolve polimialgia reumática tem mais de 65 anos. Raramente afeta pessoas com menos de 50 anos.

A história clínica, o exame físico geral e os resultados de exames de laboratórios podem ajudar o médico a determinar a causa da dor e da rigidez na musculatura. Este processo também ajuda a descartar outras doenças que têm sintomas semelhantes aos da polimialgia reumática. Estudos mostram que 2 a 30% das pessoas com um diagnóstico inicial de polimialgia reumática foram mais tarde reclassificadas como tendo artrite reumatoide.

O médico deve empreender exames para ter uma ideia da saúde geral do paciente, identificar as possíveis causas subjacentes e descartar outras possíveis doenças. Exames de sangue poderão verificar as contagens completas dos glóbulos e dos indicadores de inflamação. Exames de imagem, como a ultrassonografia ou a ressonância magnética, por exemplo, podem ser usados para diferenciar a polimialgia reumática de outras condições que causam sintomas semelhantes.

O tratamento da polimialgia reumática envolve medicamentos para ajudar a aliviar os sintomas. Geralmente é tratada com uma dose baixa de corticosteroides orais. É provável que o paciente comece a sentir alívio da dor e da rigidez muscular nos primeiros dois ou três dias. A maioria das pessoas com polimialgia reumática precisa continuar o tratamento com corticosteroides durante pelo menos um ano.

As pessoas que interrompem a medicação muito rapidamente são mais propensas a terem uma recaída, embora 30 a 60% das pessoas com polimialgia reumática terá pelo menos uma recaída quando da redução gradual e planejada dos corticosteroides.

O médico provavelmente irá prescrever também doses diárias de cálcio e vitamina D para ajudar a prevenir a perda óssea induzida pelo tratamento com corticosteroides. As recaídas devem ser tratadas com aumento da dose da medicação por algum tempo, diminuindo-a novamente em seguida. A fisioterapia pode beneficiar o paciente que tenha sua atividade física limitada.

Se não tratada, a polimialgia reumática pode levar a um acidente vascular cerebral ou cegueira.

Os sintomas desta patologia podem afetar significativamente a capacidade de realizar atividades cotidianas, como sair da cama, levantar-se de uma cadeira, sair de um carro, tomar banho, pentear o cabelo, vestir-se ou colocar um casaco. As pessoas com polimialgia reumática parecem ser mais propensas a desenvolver doença arterial periférica. O uso de corticosteroides em longo prazo pode resultar num certo número de efeitos secundários graves como ganho de peso, osteoporose, hipertensão arterial, diabetes mellitus e catarata.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A microcefalia causada pelo Zika vírus


O dito em psiquiatria de que fazer prognóstico é uma temeridade é parcialmente correto, pois vejamos o diagnóstico acurado da atual situação e projetemos um cenário futuro desta epidemia de “microcefalia”.

Iniciemos o exercício avaliando os atores e o script. Nossos atores são o Aedes aegypti, o Zika Vírus e o processo natural da neurogênese.

O script é a perturbação sequencial da neurogênese e suas consequências médicas mais conhecidas, adicionada à situação de descaso em que a saúde pública se encontra atualmente.

Prevenção já não há.

Mas há solução parcial, a que minimiza o prejuízo maciço do nada fazer. Para tanto, há necessidade de decisões públicas que estejam além da simples identificação dos casos de má-formação anatômica cerebral e seu “tratamento” em processo de habilitação orgânica (física / motora), etc..

Aedes vem do grego e significa odioso.

É de longa data sabido que o Aedes aegypti transmite inúmeros vírus, como o da febre amarela, da dengue, da chicungunha, do Zika, assim como os vírus de oropouche, de mayaro e encefalite equina (presentes na Amazônia brasileira), sem falar nos vírus da febre do Oeste do Nilo, das encefalites japonesa, do Vale Murray, de St. Louis e de La Crosse, e de possivelmente mais de uma centena de tipos de arbovírus.

O Aedes pode transmitir mais de um tipo de vírus simultaneamente e as infecções podem atingir vários órgãos, incluindo o cérebro (encefalite) já que há vírus que ultrapassam a barreira hematoencefálica.

No início do século XX havia no Rio de Janeiro epidemias de febre amarela e de varíola.

A saúde pública da cidade só começou a melhorar quando, em 1903, o sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado pelo governo federal para solucionar os problemas.

Naquela época o vetor da febre amarela era o mesmo, o mosquito Aedes aegypti!

O Zika vírus foi isolado pela primeira vez, em 1947, em macaco rhesus numa Floresta da Uganda de nome Zika.

Por meio século, o vírus foi descrito como causador de infecções humanas esporádicas na África e Ásia, até 2007, quando ocorreu uma epidemia na Micronésia.

Em 2013, uma epidemia foi relatada na Polinésia Francesa, concomitante com outra de dengue, e a partir daí o Zika vírus tem sido mais estudado e também associado a patologias como a síndrome de Guillan-Barré e microcefalia de filhos de gestantes infectadas durante o primeiro ou segundo trimestre de gravidez.

Há então claras evidências do neurotropismo (preferência pelo tecido neuronal) por parte do Zika vírus.

No início de 2015 surgiram na cidade de Natal registros de pacientes que apresentavam uma "síndrome do tipo dengue": artralgia, edema de extremidades, febre baixa, erupções cutâneas maculopapulares frequentemente pruriginosas, dores de cabeça, dor retro-orbitária sem conjuntivite purulenta, vertigem, mialgia e distúrbios digestivos.

O exame de soro desses pacientes em fase aguda pelo Laboratório de Virologia do Instituto Carlos Chagas, Instituto Oswaldo Cruz, identificou o RNA do Zika vírus.

O transmissor foi também identificado como sendo o Aedes aegypti.

As ocorrências no Brasil diferem dos da Polinésia apenas na proporção já que em outubro de 2015 foi detectada uma incidência de 99,7/100.000 nascidos vivos com microcefalia quando em 2010 era de 5,7/100.000, ou seja, vinte vezes maior.

Estima-se que o número de casos de infeções pelo vírus Zika no Brasil para 2015 esteja entre 500 mil a 1,5 milhão de pessoas, considerando os aproximadamente 80% de casos assintomáticos.

Como o Zika vírus parece ter sido introduzido no Brasil a partir da segunda metade de 2014, considera-se que a maior parte da população brasileira seja suscetível à infecção e não possua imunidade natural contra o vírus e, até o momento, não há evidência de que a imunidade conferida pela infecção natural do vírus Zika seja permanente.

Não há tratamento específico para o Zika, assim como não há vacinas.

Nogueira relata que as imagens radiológicas dos cérebros dos fetos anencéfalos mostram haver sinais de destruição neuronal.

Apesar da cautela dos "speakers" do Ministério da Saúde, há, no entanto, profissionais que já estejam alertando para o impacto que ocorrerá nos próximos anos, como a Dra. Ângela Rocha, chefe do serviço de infectologia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, que opina que a epidemia de nascimentos de bebês com microcefalia que o Nordeste enfrenta é um problema de dimensões ainda maiores do que o registrado com a talidomida.

“Estamos assistindo ao surgimento de uma geração de sequelados. O impacto será gigantesco”, diz (a talidomida, nos anos de 1950, causou má–formação em aproximadamente 10 mil crianças)".

Também o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz classificou a epidemia de microcefalia que atinge o Brasil como não tendo paralelo na história da saúde pública nos últimos cem anos.

Ele tem razão, mas o futuro pode ser ainda pior já que a microcefalia é uma alteração anatômica que ocorre por lesão nos três a quatro primeiros meses de formação cerebral do feto e em nenhum artigo ou palestra foram considerados os prejuízos funcionais que ocorrem no período restante da gestação.

O que pode acontecer ao feto quando infectado do 2º ao 3º trimestre de gestação?

Vejamos o terceiro ator deste cenário, a neurogênese cerebral.

Tavares & Faucz reportam que ela ocorre em basicamente quatro etapas, seja durante a embriogênese e organogênese, seja na vida adulta: proliferação (dos neurônios e da glia), migração, diferenciação e apoptose celular.

A proliferação ocorre entre o 2º e o 4º mês de gestação (até a vigésima semana de gestação, quando se acredita no desenvolvimento de aproximadamente 50.000 a 100.000 novas células por segundo).

Dessas milhares de células, grande parte se transformará em células gliais, que constituem aproximadamente 90% de todas as células do Sistema Nervoso Central (SNC) de um adulto.

A etapa de migração celular estende-se do terceiro ao quinto mês de gestação e a seguir ocorre a da diferenciação do sistema nervoso.

Prejuízos das duas primeiras etapas podem causar alterações anatômicas, mas as duas últimas podem apresentar somente prejuízos funcionais, ou seja, os transtornos neuropsiquiátricos.

Encontramos farto material científico de possíveis alterações da neurogênese fetal e suas repercussões clínicas, sejam por infecções como citomegalovírus, rubéola, citomegalovírus, influenza, por uso de álcool, uso de cocaína entre outras causas, sejam vasculares, intoxicações diversas, etc.

Encontra-se também disponível na literatura farto material sobre infecções pré-natais e risco para autismo infantil e esquizofrenia.

Os artigos são consoantes nos prejuízos decorrentes da injúria durante o período pré-natal, mas divergem na precisão do momento do processo infeccioso.

Há os que enfocam o primeiro e o segundo trimestre de gravidez e os que refiram apenas o segundo trimestre. Ou seja, não há consenso relativo ao período mais frágil da gestação para transmissão de infecções ao feto.

Outros consideram o terceiro trimestre de maior risco e há trabalhos que não determinam o momento crucial.

Para completar há ainda os artigos em modelos animais que confirmam tais riscos. Todos uníssonos em que interferências no script biológico da neurogênese, seja por que fator for, geram prejuízos funcionais do Sistema Nervoso Central e, consequentemente, transtornos neuropsiquiátricos.

Ou seja, estamos diante do cenário de significativo risco dessa população infectada durante o período de gestação evoluir com algum transtorno neuropsiquiátrico, além da microcefalia.

Seguindo o script proposto, vejamos a calamidade do investimento na saúde pública brasileira atualmente.

Na edição do Jornal de Medicina do CFM de maio de 2015, na página n.4, a matéria é que o Ministério da Saúde não tenha executado mais de R$ 49 bilhões entre 2003 e 2014. A edição do mês seguinte traz matéria de constatação do Tribunal de Contas da União de que 95% das obras em Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento estavam atrasadas.

A edição de setembro cita que até agosto deste ano haviam sido executados somente 57% do valor dos recursos previstos para o Ministério da Saúde, já considerando o contingenciamento.

Matérias equivalentes, denunciando o descaso do poder público frente à saúde dos brasileiros, também são encontradas em mídias desvinculadas de instituições médicas.

Conseguimos pensar algum nível de prevenção sob a ótica da psiquiatria? Para microcefalia não. Mas para o autismo infantil e alguns outros transtornos neuropsiquiátricos de início precoce sim, se for seguida a lógica médica da importância da díade da precocidade: diagnóstico e tratamento de qualidade. Entenda-se aqui o termo prevenção como evitação do pior cenário possível, que é a cronificação pela ausência de tratamentos específicos.

Em 2013 a Secretaria de Estado da Saúde instituiu o Programa de Intervenção Precoce Avançado – PIPA, que tinha como objetivo 1) incentivar o acompanhamento dos neonatos de risco (NR)[1]; 2) realizar diagnóstico precoce; 3) promover a Intervenção Precoce (IP) nos usuários com deficiência intelectual / Autismo Infantil; 4) prevenir agravos, melhorar o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas com deficiência; 5) capacitar os profissionais do SERDI e CER e qualificar os atendimentos em saúde.

O acompanhamento do neonato de risco vai até os 24 meses de idade em que o neonato, ainda sem diagnóstico, será acompanhado periodicamente nos seguintes meses: logo após a alta hospitalar ou no 1° mês de vida, 4° mês, 6° mês, 9° mês, 12° mês, 15° mês, 18° mês, 21° mês e no 24° mês. Se o diagnóstico clínico for definido em qualquer período do acompanhamento do neonato de risco, ele será incluído nos moldes da Intervenção Precoce e continuará a ser atendido nos Serviços Especializados de Reabilitação em Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro do Autismo.

Se, durante o acompanhamento do neonato de risco não for detectado comprometimento ou o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, ele receberá alta desse serviço

É sabido que o custo global do tratamento do Autismo Infantil é muito mais dispendioso para as famílias e para o Estado que o do Retardo Mental e é por volta dos dois anos de idade que os sinais mais evidentes do Autismo Infantil se tornam inquestionáveis, como ausência de fala, de comunicação social, de interesse social pelos pares, de brincar com brinquedos e de faz-de-conta, de uso autônomo de sinais sociais, etc., e quando a maioria das famílias busca diagnóstico e tratamento. É nessa idade que as intervenções, de boa qualidade, precisam ocorrer para minimizar o risco futuro de incapacidade psíquica dos afetados.

É necessário planejamento e ação diante desta calamidade, agora anunciada como possível, que se aproxima do povo brasileiro nos próximos dois a três anos, pois os instrumentos existem, não precisam ser criados, nem importados.






Texto, com pequenos acréscimos, de Walter Camargo Jr / Psiquiatra da Infância e Adolescência / Mestre em Ciências da Saúde

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Questões sobre o sono


Além de alimento, água e oxigênio, precisamos do sono para sobreviver e manter nossa saúde física, cognitiva e emocional. Diz o senso comum que o ideal é dormir oito horas por noite, o que significa que uma pessoa passa cerca de um terço da vida na cama. Mas nem sempre dormir menos do que oito horas implica estar mais cansado durante o dia.

A disposição ao acordar está relacionada com as diferentes fases do sono. Há basicamente dois estágios: o sono com atividade cerebral mais lenta, ou sono não REM (sigla em inglês para movimento rápido dos olhos), e o sono REM – quando os músculos relaxam-se ao máximo, os olhos se movimentam rapidamente e ocorrem os sonhos.

Os sonos REM e não REM costumam se alternar ciclicamente durante a noite. Juntos, eles formam um ciclo completo, que dura em média 90 minutos e se repete de quatro a seis vezes. A duração e composição desses ciclos podem ser alteradas por fatores como idade, ingestão de drogas ou doenças, ressalta o Instituto do Sono, de São Paulo.

O sono não REM é dividido em três fases: N1 (transição para o sono), que dura cerca de cinco minutos; N2 (sono leve), que dura de 10 a 25 minutos; e N3 (sono profundo). O N3 é o estágio de sono mais profundo, com o fluxo sanguíneo se deslocando do cérebro para os músculos para restaurar a energia física.

A quantidade de tempo que uma pessoa passa em cada estágio do sono muda ao longo da noite. A maior parte do sono profundo ocorre na primeira metade da noite, e, mais tarde, a fase REM se torna mais longa.

Além de alimento, água e oxigênio, precisamos do sono para sobreviver e manter nossa saúde física, cognitiva e emocional. Diz o senso comum que o ideal é dormir oito horas por noite, o que significa que uma pessoa passa cerca de um terço da vida na cama. Mas nem sempre dormir menos do que oito horas implica estar mais cansado durante o dia.

A disposição ao acordar está relacionada com as diferentes fases do sono. Há basicamente dois estágios: o sono com atividade cerebral mais lenta, ou sono não REM (sigla em inglês para movimento rápido dos olhos), e o sono REM – quando os músculos relaxam-se ao máximo, os olhos se movimentam rapidamente e ocorrem os sonhos.

Os sonos REM e não REM costumam se alternar ciclicamente durante a noite. Juntos, eles formam um ciclo completo, que dura em média 90 minutos e se repete de quatro a seis vezes. A duração e composição desses ciclos podem ser alteradas por fatores como idade, ingestão de drogas ou doenças, ressalta o Instituto do Sono, de São Paulo.

O sono não REM é dividido em três fases: N1 (transição para o sono), que dura cerca de cinco minutos; N2 (sono leve), que dura de 10 a 25 minutos; e N3 (sono profundo). O N3 é o estágio de sono mais profundo, com o fluxo sanguíneo se deslocando do cérebro para os músculos para restaurar a energia física.

A quantidade de tempo que uma pessoa passa em cada estágio do sono muda ao longo da noite. A maior parte do sono profundo ocorre na primeira metade da noite, e, mais tarde, a fase REM se torna mais longa.

Por exemplo, se você for para a cama às 22h, coloque seu despertador para as 5h30 (7 horas e meia de sono) em vez de para as 6h ou 6h30. Você provavelmente vai se sentir mais disposto às 5h30 do que se dormisse mais 30 ou 60 minutos porque acordaria ao fim de um ciclo de sono, quando seu corpo e seu cérebro já estão próximos do chamado estado de vigília.

Seguindo esse princípio, o site "sleepyti.me" calcula a que horas você deve dormir ou acordar para se sentir disposto. Por exemplo, se você digitar que precisa acordar às 8h, o site sugerirá que você durma às 23h, às 00h30, às 2h ou às 3h30. "Atente ao fato de que você deve adormecer nesses horários. Em média, uma pessoa leva 14 minutos para adormecer, então, planeje de acordo", alerta o site.

De acordo com a Fundação Nacional do Sono dos EUA, a necessidade de sono varia de acordo com a idade e com o estilo de vida e a saúde. Em geral, a fundação recomenda de 7 a 9 horas de sono para adultos entre 18 e 64 anos, mas afirma que, em alguns casos, 7 horas podem ser suficientes. Já os mais velhos, acima dos 65, precisariam apenas de 7 a 8 horas – ou de 5 a 6, em alguns caso –, enquanto um recém-nascido precisa dormir de 14 a 17 horas por dia.

Por exemplo, se você for para a cama às 22h, coloque seu despertador para as 5h30 (7 horas e meia de sono) em vez de para as 6h ou 6h30. Você provavelmente vai se sentir mais disposto às 5h30 do que se dormisse mais 30 ou 60 minutos porque acordaria ao fim de um ciclo de sono, quando seu corpo e seu cérebro já estão próximos do chamado estado de vigília.

Seguindo esse princípio, o site "sleepyti.me" calcula a que horas você deve dormir ou acordar para se sentir disposto. Por exemplo, se você digitar que precisa acordar às 8h, o site sugerirá que você durma às 23h, às 00h30, às 2h ou às 3h30. "Atente ao fato de que você deve adormecer nesses horários. Em média, uma pessoa leva 14 minutos para adormecer, então, planeje de acordo", alerta o site.

De acordo com a Fundação Nacional do Sono dos EUA, a necessidade de sono varia de acordo com a idade e com o estilo de vida e a saúde. Em geral, a fundação recomenda de 7 a 9 horas de sono para adultos entre 18 e 64 anos, mas afirma que, em alguns casos, 7 horas podem ser suficientes. Já os mais velhos, acima dos 65, precisariam apenas de 7 a 8 horas – ou de 5 a 6, em alguns caso –, enquanto um recém-nascido precisa dormir de 14 a 17 horas por dia.

Dicas para melhorar o sono

Tanto a Fundação Nacional do Sono dos EUA quanto o Instituto do Sono de São Paulo listam algumas dicas para dormir melhor:
Ter horários regulares para dormir e acordar, incluindo os fins de semana;
Fazer um ritual de relaxamento antes de se deitar;
Exercitar-se diariamente;
Regular a temperatura, o nível de ruídos e a claridade no seu quarto;
Dormir sobre um colchão e travesseiros;
Atentar para fatores como álcool e cafeína;
Desligar aparelhos eletrônicos antes de se deitar;
Se tiver dormido pouco nas noites anteriores, evite dormir de dia;
Jantar moderadamente e em horário regular.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Dispepsia


Dispepsia (do grego: dys = ruptura ou dificuldade + pepse = digestão) é um problema digestivo comum. O termo designa a dificuldade de digestão, popularmente conhecida como “má digestão” ou "indigestão".

Frequentemente a dispepsia é causada pela doença do refluxo gastroesofágico ou por gastrite, embora em uma minoria de casos possa ser o primeiro sintoma de úlcera no estômago ou no duodeno e, ocasionalmente, de um câncer. Por isso, em uma dispepsia persistente e ainda não explicada, em pessoas acima de 55 anos, aconselha-se investigações mais aprofundadas.

Ela pode também ser causada por infecção bacteriana ou viral, mau funcionamento da vesícula biliar, doença hepática ou, ocasionalmente, por alguns medicamentos. Muitas vezes, não se encontra nenhuma causa orgânica para o problema, caso em que a dispepsia é classificada como funcional, relacionada à motilidade anormal do trato gastrointestinal superior, recebendo o nome de dismotilidade.

A fisiopatologia da dispepsia ainda não está definitivamente estabelecida, mas sugere que os seguintes fatores estejam envolvidos: hipersensibilidade gástrica, Helicobacter pylori, neuropatia vagal, dismotilidade gástrica, disritmias gástricas e fatores psicossociais. Ou seja, distúrbios orgânicos ou funcionais do aparato digestivo. A dispepsia pode ser causada por um problema orgânico, quando existe alguma alteração morfológica caracterizada, ou pode ser apenas funcional, na ausência de lesões estruturais.

A dispepsia pode ser acompanhada por sintomas tais como náuseas, vômitos, azia, inchaço e desconforto no estômago. Pode haver também dor crônica ou recorrente no abdome superior, plenitude abdominal e sensação precoce de saciedade durante a alimentação, acompanhadas de distensão abdominal, eructação, epigastralgia e desconforto abdominal. Algumas dispepsias são transitórias e rápidas, mas outras podem ser permanentes ou recorrentes.

Em princípio, o diagnóstico deve basear-se nos sintomas e em exames de laboratório. Para excluir causas orgânicas é necessária a realização de exames de imagem, como endoscopia digestiva alta, radiografias contrastadas, ultrassonografia abdominal e ressonância magnética. Exames de sangue (hemograma e outros) e exame protoparasitológico podem ser indicados. Outra pesquisa comum se refere à presença ou não da bactéria Helicobacter pylori.

As terapias tradicionais das dispepsias incluem a modificação do estilo de vida, antiácidos, antagonistas dos receptores de H2, agentes pró-cinéticos e antiflatulentos, mas estes agentes tradicionais têm demonstrado pouca eficácia. Os antiácidos podem ter efeito apenas momentâneo. Os agentes pró-cinéticos, que procuram tornar mais rápido o esvaziamento gástrico, são considerados importantes recursos terapêuticos na dispepsia funcional. Como em geral ela inclui a azia, os inibidores da bomba de prótons (omeprazol e similares) costumam ser eficazes no tratamento. Se a dispepsia tem como causa uma doença definida, ela deve ser tratada pelos meios próprios.

O controle de alguns maus hábitos alimentares como, por exemplo, mastigar com a boca aberta, engolir rapidamente os alimentos ou falar ao mastigar pode aliviar a dispepsia. Ao inverso, o fumo, a cafeína, o álcool e as bebidas gasosas podem contribuir para um maior desconforto gástrico. Deve-se evitar também alimentos para os quais haja alguma hipersensibilidade ou alergia. Da mesma forma, deve-se tentar reduzir o estresse e a agitação emocional.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Fibromialgia: tratamento não medicamentoso


Efeitos benéficos dos exercícios físicos

Todas as pessoas precisam fazer alguma forma de exercício para manter um condicionamento físico compatível com as atividades que exerce. Na fibromialgia os exercícios são particularmente úteis. No entanto nota-se que muitas pessoas com fibromialgia ficam desencorajadas a fazer atividades físicas, poupando os movimentos nos locais dolorosos por temerem um agravamento de seus sintomas. Esse raciocínio é errôneo pois, por meio de exercícios físicos, pode-se promover um relaxamento nos locais de dor, bem como uma melhora dos sintomas e da qualidade de vida. Os exercícios físicos na fibromialgia, além de promover um melhor condicionamento cardiovascular, atuam sobre o sistema musculoesquelético, ou seja, favorecem a mobilidade de grupos musculares que se encontram em contração prolongada, promovem o alongamento de tendões, melhoram o equilíbrio durante a marcha, enfim, fazem a pessoa sentir-se melhor e mais saudável. É importante esclarecer algumas características dos programas de exercício físico para a fibromialgia. Uma delas é a característica aeróbica, ou seja, os movimentos não podem ser extenuantes porque isso prejudica o metabolismo da fibra muscular e favorece o acúmulo de substâncias que levam à dor. Portanto, trabalhos científicos são favoráveis a exercícios leves, progressivos, em pequena quantidade, mas que sejam realizados diariamente, de modo criterioso, regular e obedecendo a uma seqüência programada de forma personalizada. O limite do que pode ser feito é determinado pela própria pessoa e é influenciado pela idade, presença de doenças concomitantes e limitações do sistema locomotor, que se agravam com algum movimento específico. Além disso, de acordo com as pesquisas os exercícios devem ser praticados no período da manhã, mas os cuidados com a postura devem ser tomados durante o dia todo, no sentido de prevenir sobrecargas e esforços repetitivos. Deve-se ressaltar ainda que a pessoa que pratica exercícios físicos torna-se mais disposta: observa-se melhora do humor, das expectativas e uma postura mental mais positiva. Isso sem falar na melhora da auto-estima.

Efeitos maléficos da falta de exercícios físicos

Pessoas ditas sedentárias, ou seja, aquelas que não se exercitam, apresentam algumas das conseqüências observadas em pacientes que passam longos períodos acamados. É descrita uma tendência à perda do condicionamento muscular, à perda de massa óssea e ao ganho de peso com o passar da idade. Por esse motivo a pessoa com fibromialgia que é sedentária cansa-se mais fácil e apresenta mais sintomas de dor e sono não reparador. As conseqüências são a má postura, a queda no seu desempenho, as atividades diárias parecem mais difíceis de serem efetuadas e a pessoa fica desanimada e angustiada ao se ver em tal condição. Deve-se portanto procurar uma saída nesse círculo vicioso de inatividade, dor e angústia. O que estiver ao alcance do paciente com fibromialgia é válido. Deve-se começar por algum ponto, ou seja melhorar a dor, o condicionamento físico ou a postura mental. Como fazer exercícios é uma medida saudável e seus benefícios duradouros, comece hoje mesmo, com pelo menos uma caminhada diária de 15 minutos. O começo é sempre um desafio....

Programa de Exercícios Físicos para Fibromialgia

Objetivos

Estamos propondo alguns exercícios para pacientes com fibromialgia com os seguintes objetivos:

- Melhorar os sintomas de dor
- Evitar contrações dolorosas de grupos musculares
- Melhorar a força muscular
- Favorecer a coordenação motora para as atividades diárias
- Promover uma postura adequada
- Melhorar a disposição
- Auxiliar no controle do peso
- Auxiliar no controle da ansiedade
- Melhorar a auto-estima


Etapas do programa

Aquecimento
Atua melhorando o aporte sanguíneo para os músculos e tendões, adequando a frequência cardíaca e respiratória. Com isso melhora a resistência física para os exercícios ou mesmo para as atividades diárias que o indivíduo irá desempenhar.

Exercícios de alongamento
São importantes para promover o equilíbrio, coordenação motora e melhorar a condição de dor.

Exercícios de resistência
São importantes para o condicionamento cardiovascular, controle do peso, fortalecimento muscular.

Relaxamento final
Ao final de uma série de exercícios, são feitos alguns alongamentos e exercícios com a respiração que visam “desacelerar” o organismo para retornar à sua rotina.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Fibromialgia: tratamento medicamentoso


Antiinflamatórios e aspirina

Os antiinflamatórios bloqueiam a ação de prostaglandinas, que são substâncias que veiculam a dor e a inflamação.

Na fibromialgia os antiinflamatórios não são muito eficazes, porém auxiliam no controle da dor quando em associação com outros medicamentos. Atuam também em sintomas associados à fibromialgia como a tensão pré-menstrual, cefaléia e dor articular.

Recomenda-se que os antiinflamatórios sejam usados na fibromialgia na abordagem de queixas dolorosas mais proeminentes. Quando são prescritos de forma contínua, o paciente deverá fazer controle das células sangüíneas, função hepática e renal periodicamente. Atualmente existem apresentações em gel ou emplastros que podem ser aplicados sobre a pele, no local da dor.

Os antiinflamatórios apresentam efeitos colaterais possíveis, em especial quando são usados de forma contínua. Dentre esses destacam-se os efeitos gastrointestinais, a retenção hídrica, toxicidade hepática e renal, sem falar nos fenômenos alérgicos cutâneos e no risco de desencadear crise de asma.

Antidepressivos tricíclicos

Os antidepressivos tricíclicos estão disponíveis há mais de 40 anos e constituem a primeira escolha na abordagem da fibromialgia. Trazem benefício a curto prazo, em geral nas duas primeiras semanas de tratamento.

Os antidepressivos tricíclicos possuem ação analgésica indireta, não causam dependência e não possuem efeito narcótico. Promovem aumento da quantidade de neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina. Isso resulta em aumento na quantidade de sono profundo, favorecimento da transmissão neuronal mediada por serotonina, potencialização da ação analgésica das endorfinas e relaxamento muscular.

Os antidepressivos tricíclicos e seus derivados mais utilizados no tratamento da fibromialgia são amitriptilina, ciclobenzaprina, imipramina e nortriptilina. Espera-se que o paciente melhore logo no primeiro mês de tratamento, o qual se prolonga por um período de aproximadamente seis meses, após o qual, procura-se reduzir a dose da medicação, até ser possível a sua retirada.

Dentre os efeitos colaterais destacam-se a sonolência diurna, secura da boca, embaçamento da visão, obstipação. Ganho de peso, retenção hídrica e palpitações ocorrem raramente com o uso de baixas doses de antidepressivos tricíclicos. Os efeitos colaterais podem ser mais proeminentes em idosos. Deve-se ter cuidados especiais ao se administrar essas drogas em crianças abaixo de 12 anos, gestantes e lactantes.

A amitriptilina demora de 2 a 3 horas para agir e seus efeitos duram em torno de 8 horas. Portanto, recomenda-se que essa medicação seja tomada com alguma antecedência ao deitar. As doses recomendadas para se obter alívio da dor, relaxamento muscular e sono restaurador são bem menores que as necessárias para a ação antidepressiva.

A ciclobenzaprina, também é muito eficiente no controle da dor muscular. Não é propriamente um antidepressivo, mas sua estrutura molecular se assemelha à dos tricíclicos. É considerada um relaxante muscular de ação central; portanto não interfere com a função muscular. Melhora o espasmo muscular, reduz a dor e melhora a motricidade rapidamente, já no primeiro dia de uso. Além disso, apresenta menos efeitos colaterais que os antidepressivos tricíclicos em geral.

Quando não houver resposta às medicações acima mencionadas, a nortriptilina e a imipramina são recomendadas em casos acompanhados de sintomas depressivos.

Inibidores da recaptação da serotonina

Esta modalidade de antidepressivos está disponível desde meados dos anos 80. Promovem aumento da quantidade de serotonina entre os neurônios e, com isto, reduzem a fadiga, melhoram o raciocínio e o ânimo do paciente. Podem atuar também sobre a dor, pois também promovem um modesto aumento nos níveis de endorfinas.

A trazodona é considerada uma droga inibidora da recaptação da serotonina e antagonista alfa 2. É indicada quando o distúrbio do sono for o sintoma mais proeminente. Apresenta uma forma de atuação diferente da dos antidepressivos tricíclicos, com maior tolerabilidade por parte do paciente e com eficácia clínica comprovada. Reduz o número de despertares intermitentes durante o sono e aumenta a porcentagem de sono profundo durante a noite.

As drogas inibidoras seletivas da recaptação da serotonina levam de 2 a 3 semanas para começar a agir. Não causam vício e não possuem efeito narcótico. Na fibromialgia, da mesma forma que os antidepressivos tricíclicos, as doses recomendadas de inibidores da recaptação da serotonina são bem menores que as necessárias para a ação antidepressiva. Mesmo em doses baixas possuem ação ansiolítica.
A fluoxetina é a droga-protótipo desse grupo, mas a sertralina e a paroxetina também podem ser empregadas. Recomenda-se o uso em associação com antidepressivos tricíclicos, mas também podem ser usadas isoladamente, desde que se monitorem seus efeitos sobre o sono.

Os efeitos colaterais dos inibidores da recaptação da serotonina são agitação, sudorese, palpitação, náusea, perda da libido e ganho de peso.

Benzodiazepínicos

Aumentando a quantidade do neurotransmissor ácido gama-amino-butírico, promovem a inibição da transmissão de estímulos excitatórios para o cérebro. Aumentando a quantidade de serotonina, têm efeito analgésico. Assim sendo, os benzodiazepínicos atuam na fibromialgia promovendo relaxamento muscular e diminuindo os movimentos de pernas durante o sono. No entanto, quando usadas de forma contínua, essas drogas podem ter efeito prejudicial sobre o sono, uma vez que inibem a instalação do chamado sono profundo, o que agrava a queixa de sono não restaurador. Além disso, os benzodiazepínicos podem exacerbar sintomas depressivos e promover dependência.

O clonazepan e o alprazolam são os benzodiazepínicos mais empregados no tratamento da fibromialgia, quando não se obtém resposta com as medicações previamente citadas. Após duas semanas de uso, a dose dessas drogas deve ser diminuída progressivamente.

Medicações para o sono

O zolpidem tem sido recomendado na fibromialgia quando os distúrbios do sono não são controlados com o uso de antidepressivos tricíclicos. Isso porque essa droga não altera a estrutura do sono e não interage com outros medicamentos. Apesar de não induzir o vício e de apresentar poucos efeitos colaterais, essa medicação não deve ser utilizada mais que três vezes por semana, pois pode acarretar distúrbios na memória.
A melatonina constitui um hormônio secretado pela pineal com propriedade de regularizar o sono. Tendo em vista sua eficácia no tratamento dos distúrbios de fase do sono, esse hormônio passou a ser administrado em pacientes com fibromialgia e distúrbios do sono, obtendo-se inclusive melhora das queixas de dor em alguns casos. No entanto, ainda é controversa a sua eficácia na fibromialgia.

Medicações tópicas

Infiltração dos pontos de dor
A injeção dos pontos de dor com anestésicos tópicos ou corticosteróides é eficaz a curto prazo, porém não é aprovada por todos os especialistas em fibromialgia. Da mesma forma, o bloqueio de raízes nervosas também não é unanimemente aprovado, uma vez que pode resultar em agravamento dos sintomas de dor.

O uso tópico de capsaicina na forma de gel, creme ou emplastro sobre os pontos de dor, por uma semana, tem efeito comprovado. Essa substância inibe a liberação de substância P, que é um neurotransmissor que veicula a dor. Antiinflamatórios também podem ser utilizados dessa forma, porém com menor eficácia.

Miorrelaxantes

São usados como terapia de segunda linha pois não atuam na liberação de endorfinas, no limiar de dor, nos distúrbios do sono ou nos aspectos afetivos envolvidos na fibromialgia. Destacam-se o meprobamato, o carisoprodol, preparações contendo magnésio e ácido málico.

Analgésicos

Os analgésicos, embora não curativos na fibromialgia, são muito úteis no seu tratamento. Muito dificilmente um remédio analgésico resolverá totalmente a dor em um paciente com fibromialgia. Porém, eles podem reduzir a dor a um ponto que permita aos pacientes realizarem suas tarefas de vida diária e, principalmente, que possam realizar atividade física aeróbica programada. É importante que o paciente entenda o analgésico como parte do tratamento, e não como o tratamento completo. Por outro lado, a subutilização de analgésicos também é freqüente. Comumente os pacientes relatam que só usam a medicação para a dor quando não agüentam mais, quando a dor está insuportável. Isto também é prejudicial, por manter o ciclo de dor-contração muscular. Se os analgésicos forem usados, devem ser utilizados de maneira contínua e em horários pré-programados. Analgésicos simples como acetaminofen (ou paracetamol) devem ser utilizados primeiro; se necessário, analgésicos de ação central como codeína ou tramadol podem ser úteis.

Derivados de Anticonvulsivantes

São indicados nos casos mais exuberantes de fibromialgia, nos quais espasmos musculares, amortecimento, formigamento e crises agudas de dor estão presentes. Destacam-se a carbamazepina, fenitoína, ácido valpróico e gabapentina. Esses pacientes devem ser acompanhados com freqüência para se fazer o ajuste da dose e se possível promover a retirada da droga o quanto antes.

Outras medicações

O Mexiletene, usado como antiarrítmico tem sido usado com sucesso no controle da dor neuropática do diabetes melitus e também da fibromialgia.

O baclofen, que atua como antiespástico também pode ser usado para promover o relaxamento muscular na fibromialgia.

A L-Dopa, usada para o tratamento da doença de Parkinson também pode ser usada no controle de eventos espásticos ocasionalmente presentes na fibromialgia.

A S adenosil metionina, corresponde a um sal com poder antidepressivo, analgésico e antiinflamatório, utilizado na Europa há 25 anos.

O uso de precursores de serotonina na fibromialgia se justifica pelos baixos níveis de serotonina constatados nesta entidade. No entanto o benefício do Hidroxitriptofano ou da Calcitonina na fibromialgia é questionável.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Fibromialgia: noções importantes


O termo fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica.

É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono .

No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério.

Por vezes problemas emocionais eram considerados como fator determinante desse quadro ou então um diagnóstico nebuloso de “fibrosite” era estabelecido.

Isso porque acreditava-se que houvesse o envolvimento de um processo inflamatório muscular, daí a terminação “ite”.

Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada à da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso.

O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. O que não quer dizer que acarrete deformidade física ou outros tipos de sequela.

No entanto a fibromialgia pode prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que plenamente justificam que o paciente seja levado a sério em suas queixas.

Como não existem exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento.

A partir da década de 80 pesquisadores do mundo inteiro têm se interessado pela fibromialgia. Vários estudos foram publicados, inclusive critérios que auxiliam no diagnóstico dessa síndrome, diferenciando-a de outras condições que acarretem dor muscular ou óssea.

Esses critérios valorizam a questão da dor generalizada por um período maior que três meses e a presença de pontos dolorosos padronizados.

Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, dentre eles doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais.

Assim sendo, uma infecção, um episódio de gripe ou um acidente de carro, podem estimular o aparecimento dessa síndrome. Por outro lado, os sintomas de fibromialgia podem provocar alterações no humor e diminuição da atividade física, o que agrava a condição de dor.

Pesquisas têm também procurado o papel de certos hormônios ou produtos químicos orgânicos que possam influenciar na manifestação da dor, no sono e no humor.

Muito se tem estudado sobre o envolvimento na fibromialgia de hormônios e de substâncias que participam da transmissão da dor.

Essas pesquisas podem resultar em um melhor entendimento dessa síndrome e portanto proporcionar um tratamento mais efetivo e até mesmo a sua prevenção.

Com base em pesquisas internacionais, a freqüência da fibromialgia é de 1 a 5% na população em geral. Nos serviços de Clínica Médica, essa freqüência é em torno de 5 % e nos pacientes hospitalizados, 7.5%. Na clínica reumatológica, por sua vez, essa síndrome é detectada entre 14% dos atendimentos. No Brasil, alguns trabalhos falam a favor de uma prevalência em torno de 10% da população e salientam a influência de fatores sócio-econômicos.

A fibromialgia é mais freqüente no sexo feminino, que corresponde a 80% dos casos.

Em média, a idade do seu início varia entre 29 e 37 anos, sendo a idade de seu diagnóstico entre 34 e 57 anos.

Os sintomas de dor, fadiga e distúrbios do sono tendem a instalar-se lentamente na vida adulta, no entanto, 25% dos casos referem apresentar estes sintomas desde a infância.

Não se deve esquecer que as manifestações de dor muscular são muito comuns na infância, ocorrendo em torno de 7 % dos casos atendidos no ambulatório de Pediatria Geral.

Isso não quer dizer que essas crianças terão evolução para fibromialgia.

No entanto, foi descrita a tendência de a fibromialgia ocorrer em mulheres de uma mesma família.

Dor musculoesquelética

A dor muscular é uma manifestação muito freqüente na fibromialgia, podendo ser difusa ou acometer preferencialmente algumas regiões, como o pescoço e os ombros e então propagar-se para outras áreas do corpo.

O paciente descreve sua sensação de dor das mais diferentes formas: desde um leve incômodo até uma condição incapacitante.

Por vezes relata ardência, dor em pontadas, rigidez, câimbras. Essas manifestações variam de acordo com o horário do dia, intensidade dos esforços físicos realizados, condições climáticas, aspectos emocionais e ligados ao padrão do sono.

Apesar de a fibromialgia poder apresentar-se de forma extremamente dolorosa e incapacitante, ela não ocasiona comprometimento das articulações e não causa deformidades.

Como no exame físico não são encontrados achados característicos, foram propostos em 1990 critérios que são adotados internacionalmente para o diagnóstico da fibromialgia.

Esses critérios baseiam-se na presença de dor generalizada e de pontos padronizados que são pesquisados pelo médico. A presença dos pontos dolorosos é o achado primordial do exame físico.

Esses pontos são considerados presentes quando, ao serem pressionados pelo médico, o paciente refere dor.

Apesar de ser bem conhecida do reumatologista, a fibromialgia tem despertado o crescente interesse da classe médica em suas diferentes especialidades.

Isso é muito bom, porque as manifestações observadas na fibromialgia também podem estar presentes em outras doenças.

Portanto se uma pessoa apresentar queixas de dor muscular por um período maior que três meses consecutivos, aconselha-se que ela procure o seu médico para que o diagnóstico correto seja estabelecido.

Manifestações não relacionadas à dor muscular são observadas na fibromialgia, algumas presentes em mais de 50% dos casos.

Dessa forma, a fibromialgia pode estar associada à fadiga intensa (síndrome da Fadiga Crônica), à irritação intestinal (síndrome do cólon irritável), à dor de cabeça (cefaleia), a condições que causam o movimento involuntário das pernas durante o sono (síndrome das pernas inquietas) e à presença de irritabilidade na bexiga.

Por vezes o paciente relata inchaço das mãos e dedos arroxeados em ambientes frios (fenômeno de Raynaud).

É muito freqüente o paciente relatar dificuldade para dormir, o que resulta em sonolência diurna.

Esse quadro é denominado de sono não restaurador, porque o paciente acorda de manhã cedo com a sensação de que dormiu mal e não descansou durante a noite.

Não se pode deixar de mencionar as alterações do humor presentes na fibromialgia e que podem resultar em quadros de ansiedade e / ou depressão.

Pessoas com fibromialgia ocasionalmente referem diminuição na capacidade de se concentrar e de executar tarefas comuns.

Não há evidências de que esses problemas se tornem mais sérios com o decorrer do tempo.

O diagnóstico de fibromialgia se baseia nas queixas de dor generalizada por um período maior que 3 meses, associada à presença dos pontos dolorosos padronizados.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

CDC: recomendações sobre o Zika vírus para gestantes ou mulheres que estão pensando em engravidar


O Zika vírus pode ser transmitido de uma mulher grávida para o feto. Houve relatos de um defeito de nascença grave chamado microcefalia e outras alterações em bebês de mães que foram infectadas com o vírus Zika durante a gestação. O conhecimento da ligação entre o Zika vírus e estas alterações está evoluindo, mas até que se saiba, o CDC recomenda precauções especiais para os seguintes grupos:

Mulheres que estão grávidas (em qualquer trimestre):
•Considere o adiamento de viagens para qualquer área onde a transmissão do vírus Zika está em andamento.
•Se você precisa viajar para uma dessas áreas, converse com seu médico primeiro e siga rigorosamente as medidas para evitar picadas de mosquitos durante a sua viagem.

Mulheres que estão tentando engravidar:

•Antes de viajar, converse com seu médico sobre seus planos para engravidar e o risco de infecção pelo vírus Zika.
•Siga rigorosamente as medidas para evitar picadas de mosquitos durante a sua viagem.
•Áreas específicas em que a transmissão do vírus Zika está em curso são muitas vezes difíceis de determinar e são susceptíveis de mudar ao longo do tempo. Verifique com frequência a atualização das recomendações.
•Não existe vacina para prevenir ou medicamento para tratar o Zika vírus. Os viajantes podem proteger-se através da prevenção de picadas de mosquito: ◦Cubra a pele exposta, vestindo camisas de mangas compridas e calças compridas.
◦Use repelentes registrados pela Enviromental Protection Agency (EPA) contendo DEET, picaridin, óleo de citronela ou IR3535. Sempre use como recomendado na embalagem.
◦As mulheres grávidas e lactantes podem usar todos os repelentes de insetos registrados pela EPA, incluindo n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET), de acordo com o rótulo do produto.
◦De acordo com o CDC, a maioria dos repelentes, incluindo DEET, pode ser usada em crianças com 2 meses de idade ou mais. Já as recomendações da Anvisa, dizem que "tais produtos não devem ser usados em crianças menores de dois anos. Em crianças entre dois e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos. Além do DEET, no Brasil são utilizadas em cosméticos as substâncias repelentes Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate (Icaridin ou Picaridin) e Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR 3535), além de óleos essenciais, como Citronela. Embora não tenham sido encontrados estudos de segurança realizados em gestantes, estes ingredientes são reconhecidamente seguros para uso em produtos cosméticos conforme compêndios de ingredientes cosméticos internacionais."
◦Use roupas e equipamentos tratados com permetrina (tais como botas, calças, meias e tendas). Você pode comprar roupas e equipamentos pré-tratados ou tratá-los você mesmo.
◦Fique e durma em quartos com cortinados ou com ar-condicionado.

•Se você se sentir doente e achar que pode ter Zika: ◦ Fale com o seu médico se você desenvolver febre com uma erupção cutânea, dor nas articulações ou olhos vermelhos. Informe-lhe sobre a sua viagem.
◦Tome remédio, como paracetamol ou acetaminofeno, para aliviar a febre e a dor. Não tome aspirina, produtos que contenham aspirina ou outros medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, como o ibuprofeno.
◦Faça repouso e beba bastante líquidos.


Evite as picadas de mosquito para evitar a propagação da doença.



Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (CDC), de 15 de janeiro de 2016

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Abscesso cerebral


Abscesso cerebral é uma coleção purulenta encapsulada que se forma no interior do parênquima cerebral. Ele pode ser único ou se distribuir em vários focos numa determinada região ou disseminar-se por todo o cérebro.

Em um número substancial de casos, a causa do abscesso cerebral permanece desconhecida. A maioria deles, no entanto, é causada por bactérias comuns, aeróbias e anaeróbias, mas há também as menos comuns, que afetam, sobretudo, pacientes imunodeprimidos. Os principais fatores predisponentes de abscessos cerebrais incluem focos contíguos de infecção, disseminação infecciosa hematogênica a partir de um local distante, procedimento neurocirúrgico recente e trauma penetrante na cabeça.

Outras causas menos comuns de abscesso cerebral podem ser micoses endêmicas, Entamoeba histolytica e neurocisticercose por Taenia solium. A tuberculose também pode infectar o sistema nervoso central, mas um verdadeiro abscesso tuberculoso é uma manifestação muito rara.

A percentagem de casos de abscesso cerebral em que nenhum foco primário da infecção pode ser identificado gira em torno de 10% a mais de 60%. A disseminação direta da infecção, a partir de um foco contíguo ao sistema nervoso central é a via mais comum, como pode ocorrer, por exemplo, nas sinusites, otites ou infecções dentárias.

Vários mecanismos têm sido propostos para explicar a propagação da infecção a partir de um foco contíguo para o cérebro: por extensão óssea; propagação através de veias emissárias; espalhamento através de vasos linfáticos; propagação através do canal auditivo interno ou da cóclea e inoculação profunda de agentes patogênicos no cérebro, tais como pode acontecer nas neurocirurgias.

A propagação da infecção a partir de uma fonte distante, através da corrente sanguínea, representa o segundo mecanismo mais comumente identificado. No entanto, na grande maioria das ocasiões em que ocorre uma bacteremia sistêmica não acontecem abscessos cerebrais, o que faz supor que haja algum outro fator predisponente.

Os abscessos cerebrais se desenvolvem em quatro etapas:

•Dá-se a inoculação direta de bactérias e uma fase precoce de cerebrite.
•A área de cerebrite se expande e um centro necrótico se desenvolve.
•A terceira fase é caracterizada pelo desenvolvimento de uma cápsula vascularizada.
•Na quarta fase existe alguma destruição de tecido saudável do cérebro circundante, numa tentativa de circunscrever a infecção.

Os microrganismos patógenos dos abscessos cerebrais podem ser previstos levando-se em conta o foco originário. Quando se trata de focos contíguos, eles geralmente são polimicrobianos; quando são focos distantes, eles geralmente refletem a flora do local de origem. Em casos de inoculação cirúrgica ou de trauma penetrante da cabeça, os patógenos mais prováveis são o Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativo, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter.

Os abscessos cerebrais são mais frequentes em pacientes imunodeprimidos que na população geral.

As principais manifestações clínicas dependem de vários fatores, como o estado imunitário do hospedeiro, o agente patogênico envolvido, os locais contíguos ou distantes da infecção primitiva, o tamanho do abscesso e a localização das lesões. O sintoma mais comum é uma dor de cabeça não específica e nem sempre localizada. Os pacientes também podem apresentar sintomas de aumento da pressão intracraniana, como náuseas, vômitos e letargia.

A febre nem sempre está inicialmente presente nos pacientes com abscesso cerebral. Os déficits neurológicos focais, como hemiparesia e afasia, tampouco existem sempre. Da mesma forma, o edema de papila também pode faltar, como acontece em cerca de 75% dos casos. Outras manifestações clínicas incluem crises convulsivas generalizadas e rigidez de nuca, se o abscesso é adjacente às meninges.

Certos sinais neurológicos focais podem fornecer uma pista para a localização de um abscesso cerebral, no entanto, essas possibilidades não são inteiramente confiáveis e muitas vezes os pacientes não exibem sinais de localização.

O diagnóstico do abscesso cerebral constitui-se num desafio em pacientes que se apresentam sem febre ou déficits focais. Os exames laboratoriais não ajudam muito. A leucocitose pode estar ausente. Reagentes de fase aguda são moderadamente úteis, mas não específicos. O nível de proteína C-reativa pode estar elevado em quase todos os pacientes, mas a taxa de sedimentação pode estar apenas moderadamente elevada e, por vezes, é normal.

As amostras para as culturas de sangue devem ser obtidas em todos os casos suspeitos, para avaliar o germe patógeno. A punção lombar é muitas vezes contraindicada em pessoas com suspeita de abscesso cerebral, tendo em conta os riscos de hérnia cerebral, em virtude da pressão intracraniana elevada.

A maioria dos pacientes com abscesso cerebral pode ser submetida a uma aspiração guiada por tomografia computadorizada ou sofrer uma evacuação aberta do abscesso. O material assim recolhido deve ser submetido à coloração de Gram e à cultura. As amostras colhidas devem também ser submetidas rotineiramente a testes citológicos e histopatológicos para descartar malignidade.

As neuroimagens, entre outras vantagens, ajudam a estimar a idade do abscesso, já que uma cerebrite inicial gera imagens diferentes, quando comparadas às de um abscesso maduro. A tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, na fase de cerebrite, mostrarão apenas edema. Uma análise de confirmação microbiológica do tecido cerebral é necessária para estabelecer um diagnóstico etiológico, na grande maioria dos casos.

É possível drenar o abscesso cerebral e combinar com isso um tratamento medicamentoso. Os abscessos cerebrais usualmente são tratados com altas doses de terapia antibiótica por via intravenosa. Nos casos em que a drenagem é impossível ou em pacientes com lesões pequenas não encapsuladas, o tratamento fica restrito aos medicamentos.

Por se tratar de uma infecção em que vários agentes podem estar envolvidos e, portanto, várias medicações devam ser utilizadas, é importante a hospitalização do paciente, para controle da evolução das condições clínicas com exames complementares seriados de tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio. O quanto possível, a cirurgia de drenagem deve ser evitada, mas se a pressão no interior do cérebro aumentar muito ela pode ser necessária para drenar o pus e evitar maiores complicações.

Os abscessos cerebrais são condições graves, mas não necessariamente fatais. A evolução deles depende muito dos agentes patogênicos causadores. Com o advento das modernas técnicas neurocirúrgicas, a taxa de mortalidade por abscessos cerebrais tem caído significativamente. Nos casos em que o tratamento teve início antes que o paciente entre em coma, a taxa de mortalidade é de apenas 5 a 10% dos casos.

Uma exceção a isso é a ruptura de um abscesso cerebral pré-existente em um ventrículo adjacente, que se manifesta como uma doença aguda mais sugestiva de meningite.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Síncope vasovagal



Síncope, ou desmaio, é uma perda transitória da consciência e da força muscular, associada à incapacidade de manter-se de pé, caracterizada por um início brusco e de curta duração, com recuperação espontânea. Os termos populares "desmaio" ou "desfalecimento" são sinônimos muito utilizados do termo médico “síncope”. A síncope não é uma doença em si, mas sim um sintoma que pode ocorrer em diversas condições patológicas.

A síncope vasovagal ou síndrome vasovagal, também chamada de síncope neuro-mediada ou síncope neurocardiogênica, pode ser considerada de duas formas:

1.Episódios isolados de perda de consciência, não anunciados por quaisquer sintomas de alerta.
2.Síncope recorrente com sintomas complexos associados.

A síndrome vasovagal pode ser precipitada pelo jejum, exercício, esforço abdominal ou circunstâncias que promovem vasodilatação, como o calor e o álcool, por exemplo. Os ambientes fechados e de aglomeração de pessoas, como elevadores, igreja e salão de beleza tendem a desencadear a síndrome. A síncope vasovagal quase sempre ocorre em resposta a um fator desencadeador. Os gatilhos mais típicos são o tempo prolongado em pé ou sentado, durante a micção; levantar-se muito rapidamente; procedimentos médicos como uma biópsia; estresse; trauma; taquicardia ortostática; estímulos dolorosos ou desagradáveis, como cólicas menstruais intensas, por exemplo; hipersensibilidade à dor; atividades excitantes ou estimulantes; emoções extremas e súbitas; privação de sono; desidratação; estado de fome; exposição a altas temperaturas; compressão em certos lugares do corpo, como na garganta, seios e olhos; uso de certos fármacos e substâncias tóxicas como cocaína, álcool, maconha, inalantes e opiáceos; ver sangue e baixa taxa de açúcar no sangue.

A síndrome vasovagal está relacionada à ativação inapropriada do nervo vago, que faz parte do sistema nervoso parassimpático. Normalmente, o volume de sangue circulante é relativamente baixo, se a pessoa, por exemplo, tem uma dieta com pouco sal ou tem uma tendência a não retenção de sal, o que facilita os ataques.

A vasodilatação promovida pelo calor agrava ainda mais esse efeito. Há também uma etapa adrenérgica: se há medos ou ansiedade agudos ou fobias, o coração é demandado a bombardear mais sangue. Esta resposta é colocada em movimento por meio do sistema nervoso simpático. A elevada atividade simpática é modulada pelo nervo vago, que nestes casos compensa com a desaceleração excessiva da frequência cardíaca. Se mesmo assim o coração for incapaz de cumprir o requisito do bombeamento necessário, haverá um baixo volume de sangue, com diminuição do aporte para o cérebro e desmaio consequente.

A síndrome vasovagal pode ocorrer em qualquer faixa etária, no entanto, é mais comum em jovens entre 10 e 30 anos. Os episódios em geral são recorrentes e invariavelmente ocorrem quando a pessoa está na posição vertical. Quase sempre ocorrem quando a pessoa predisposta é exposta a um gatilho específico. Antes de perder a consciência, o indivíduo experimenta tonturas, náuseas, a sensação de estar quente ou frio, sudorese, zumbido, sensação desconfortável no coração, pensamentos difusos, confusão, uma ligeira incapacidade de falar, fraqueza, distúrbios visuais e sentimento de nervosismo. Esses sintomas duram por alguns segundos e normalmente acontecem quando a pessoa está sentada ou em pé. Quando caem no chão ou se deitam, o fluxo sanguíneo para o cérebro é imediatamente restaurado e as pessoas se recuperam rapidamente (menos que cinco minutos), habitualmente sem sonolência ou confusão mental.

Uma história médica detalhada é essencial. Os exames médicos realizados para uma avaliação precisa podem ser teste de inclinação ortostática, eletrocardiograma, monitor Holter, ecocardiograma e eletroencefalografia. Um diagnóstico diferencial deve ser feito com outras condições médicas que também produzem desmaios. Por exemplo, uma duração da perda da consciência maior que cinco minutos e um despertar confuso e desorientado podem sugerir o diagnóstico de epilepsia. Desmaios também podem estar associados a problemas mais graves, como arritmias cardíacas e crises convulsivas.

Não existe um tratamento específico para a síndrome vasovagal. Geralmente os cuidados são comportamentais e centram-se no controle dos gatilhos e na restauração do fluxo sanguíneo para o cérebro durante um episódio iminente e medidas que interrompam ou impeçam o mecanismo fisiopatológico que leva aos desmaios.

Se o gatilho é mental ou emocional, como, por exemplo, a visão de sangue, exercícios baseados em exposição progressiva, orientados por terapeutas experientes, apresentam uma grande redução das síncopes. No entanto, se o gatilho é um medicamento específico, a supressão dele é o tratamento recomendado.

O paciente pode mover ou cruzar as pernas ou contrair os músculos delas para evitar que a pressão arterial caia drasticamente. Antes dos eventos conhecidos que normalmente desencadeiam o episódio o paciente deve aumentar o consumo de sal e líquidos para aumentar o volume de sangue. Alguns medicamentos têm sido prescritos, como betabloqueadores e estimulantes do sistema nervoso central, no entanto, eles têm-se mostrado de pouca eficácia. Além disso, eles podem até mesmo se tornar causas de novas síncopes por redução da pressão arterial e da frequência cardíaca. Para pessoas com a síncope vasovagal em que há um componente cardioinibitório, o implante de marcapasso permanente pode ser benéfico ou mesmo curativo.

No geral, as pessoas com síndrome vasovagal têm uma vida normal, mas se não forem tomados os devidos cuidados, aumentam-se os riscos de fraturas decorrentes das quedas por desmaio e a sensação de insegurança.

Os pacientes devem ser instruídos sobre como reagir a novos episódios de síncope, especialmente se eles experimentam sinais que antecedem as crises. Algumas orientações básicas são:

•Deitar e levantar as pernas, para restabelecer o fluxo sanguíneo para o cérebro.
•Não ficar em pé por períodos longos.
•Beber bastante água.
•Evitar bebidas desidratantes, como bebidas alcoólicas.
•Evitar ambientes quentes e fechados.
•Movimentar as pernas e panturrilhas enquanto estiver em pé.
•Deitar-se com as pernas elevadas, se sentir que vai desmaiar.

Uma das complicações possíveis são os ferimentos e fraturas devidos a quedas abruptas. Essas quedas devem ser prevenidas quando há sintomas prodrômicos que antecedem os desmaios.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Tratamento das metástases ósseas


Metástases ósseas são implantes de células malignas em um ou mais ossos a partir de um tumor cancerígeno original, situado em outro órgão. Das metástases ósseas deve-se distinguir o câncer ósseo, que é um tumor primitivamente do osso. Enquanto nesse as células malignas são células ósseas, nas metástases elas conservam as características das células do tumor original.

As metástases ósseas ocorrem quando as células de um tumor maligno se implantam num ou em vários ossos, a partir de seu local original.

Não se sabe bem porque alguns tipos de cânceres têm preferência por darem metástases nos ossos e não em outros órgãos. Quase todos os tipos de cânceres podem espalhar-se para os ossos, mas alguns tipos são mais propensos a tanto, como o câncer de mama, próstata, rim, pulmão, linfoma, mieloma e tireoide. As metástases ósseas podem ocorrer em qualquer osso, acometendo um ou mais ossos. Geralmente ocorrem, em primeiro lugar, na coluna vertebral, pelve e fêmur. Com raras exceções, o câncer que se espalhou para os ossos não pode ser curado, mas os tratamentos podem ajudar a reduzir a dor e outros sintomas de metástases ósseas.

Muitas metástases ósseas de um câncer diagnosticado permanecem assintomáticas durante longo tempo e só são detectadas num exame de controle ou feito em função de outro motivo. Outras vezes, a metástase óssea pode ser o primeiro sinal de um câncer que evolui silenciosamente ou pode ocorrer anos após o tratamento de um câncer conhecido. Quando dão sintomas, os mais comuns são dor, fratura, incontinência urinária e intestinal, fraqueza nas pernas ou braços e níveis altos de cálcio no sangue, o que pode causar náuseas, vômitos, constipação e confusão.

Além da história de um câncer prévio e dos sintomas, os exames de imagens podem ser usados, tais como radiografias, cintilografia óssea, tomografia computadorizada, ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons (PET). Esses exames mostram a localização e o tamanho das metástases, além das alterações que elas causam nos ossos.

Os tratamentos para metástases ósseas incluem medicamentos, quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Os medicamentos devem ser usados, entre outros motivos, para reforço e reconstrução óssea. Estes medicamentos podem também reduzir o risco de desenvolver novas metástases ósseas.

A quimioterapia oral deve ser empregada se o câncer já se espalhou para vários ossos. A terapia de supressão hormonal pode ser usada para os cânceres que são sensíveis a hormônios e pode envolver medicamentos para baixar os níveis hormonais ou para bloquear a interação entre hormônios e células cancerosas. Outra opção é a cirurgia para remover órgãos produtores de hormônios. Em mulheres, os ovários e, em homens, os testículos.

Os medicamentos para a dor vão desde analgésicos simples até a morfina, na dependência da intensidade da dor. A radioterapia utiliza raios de energia de alta potência para matar as células cancerosas. Ela pode ser administrada em uma única grande dose ou em várias doses menores, ao longo de muitos dias.

Procedimentos cirúrgicos e colocação de placas ou parafusos podem ser necessários para estabilizar um osso que esteja em risco de fratura ou para reparar um osso já quebrado. Existem também procedimentos para matar células cancerosas com calor ou frio, se as dores não puderem ser aliviadas por medicações. Durante um procedimento chamado ablação por radiofrequência, uma agulha é inserida dentro do tumor ósseo e a eletricidade é passada através dela, para aquecer o tecido circundante. Um procedimento equivalente chamado crioablação congela o tumor. Esses processos, se necessários, podem ser repetidos várias vezes.

Para as pessoas com múltiplas metástases, certos radiofármacos (fármacos radioativos) que têm uma atração especial pelos ossos podem ser injetados por via intravenosa. Esses radiofármacos fazem uma espécie de radioterapia local. A fisioterapia pode ajudar a aumentar a força, melhorar a mobilidade do paciente e ajudá-lo a adotar alguns dispositivos auxiliares para lidar com o dia-a-dia, como uma muleta, andador ou bengala para melhorar o equilíbrio e uma cinta para estabilizar a coluna. Além disso, um fisioterapeuta também pode sugerir exercícios específicos para ajudar a pessoa a manter sua força e reduzir a dor. Existem também cirurgias preventivas para estabilização óssea que podem ser avaliadas individualmente.

A complicação mais temida das metástases ósseas é a fratura óssea, com as implicações decorrentes do osso afetado.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Dermatite atópica ou eczema atópico


A atopia é uma doença adquirida por herança genética que, na pele, causa lesões inflamatórias: a dermatite atópica ou eczema atópico. A pessoa que sofre de atopia, além da dermatite atópica pode apresentar asma ou rinite alérgica. É frequente encontrar histórico de uma destas doenças nos familiares.

O principal sintoma da dermatite atópica é a coceira, que pode começar antes mesmo das lesões cutâneas se manifestarem. Na infância as lesões são avermelhadas e descamativas. Podem atingir a face, tronco e membros. Com o ato de coçar, tornam-se escoriadas e podem sofrer infecção secundária.

Nos adolescentes e adultos, as lesões localizam-se preferencialmente nas áreas de dobras da pele, como a região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos braços. A pele destes locais torna-se mais grossa, áspera e escurecida. Usualmente localizada nestas áreas, a dermatite atópica pode se generalizar, atingindo grandes áreas corporais.

Passada a infância, pode ocorrer o desaparecimento total das lesões mas, geralmente, a doença tem curso crônico (longa duração), apresentando períodos de melhora e de piora. É comum, após o desaparecimento da dermatite atópica, ocorrer a substituição desta por uma das outras formas de apresentação da atopia (asma ou rinite).

Outra característica da pele do atópico é a sua tendência maior ao ressecamento que, por si só, pode dar origem à sensação de coceira e descamação. O estresse emocional pode desencadear períodos de piora e não deve ser menosprezado.

A hidratação da pele é muito importante para o controle da dermatite atópica, devendo-se evitar sabonetes agressivos, buchas e banhos quentes. Se tomar mais de um banho por dia, o sabonete deve ser usado apenas em um deles. Logo após o banho, com a pele ainda úmida, deve-se usar hidratantes para evitar o ressecamento.

As lesões são tratadas com o uso de cremes e pomadas à base de corticosteróides ou outras substâncias que ajudam a combater a inflamação. Em caso de infecção secundária, devem ser usados antibióticos. Medicações anti-alérgicas ajudam a diminuir e controlar a coceira.

Casos mais graves podem necessitar de medicações mais potentes, via oral, para o seu controle. O tratamento da dermatite atópica depende de cada caso e deve ser conduzido por um médico dermatologista.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Dependência Emocional


Você já deve ter conhecido algum alcoólico ou usuário de drogas, provavelmente deve ter percebido que tais pessoas quando se vêem longe da substância que são dependentes ficam ansiosas, tristes, desanimadas e com a sensação de que estão desprotegidas e indefesas.

Pessoas assim só parecem estar bem consigo mesmas quando estão sob o efeito dos seus vícios. A dependência emocional é exatamente assim, porém ao invés de álcool ou drogas temos uma pessoa que pode ser um cônjuge, namorado (a), amigo (a) ou parente.

Muita gente acredita que o apego que sentem por uma determinada pessoa é amor. Entretanto o amor é algo que te faz se sentir bem, torna feliz e confiante. A dependência emocional é como um vício, mesmo sabendo que ele te prejudica você não consegue abandona-lo.

Característica de pessoas emocionalmente dependentes


Insegurança
Submissão
Fragilidade
Necessidade de buscar o reconhecimento do outro
Precisa de auxílio para realizar tarefas que poderia realizar sozinho
Deixa de realizar atividades por não conseguir apoio incondicional
Não consegue ou tem dificuldades de tomar decisões sozinho(a)
Não se acha merecedor de coisas boas.

O que causa a dependência emocional?


Pais super-protetores: é necessário que os pais ajudem os filhos a se tornarem independentes de maneira gradativa, porém algumas famílias tendem a querer proteger seus filhos de tudo fazendo com que eles não realizem nenhum tipo de atividade sem que um dos pais ou pessoa de sua confiança esteja presente. Crianças que são educadas dessa maneira tornam-se adultos inseguros e dependentes

Pais displicentes: Como disse anteriormente a independência e autonomia da criança deve ser desenvolvida aos poucos. Principalmente nos primeiros anos de vida a criança necessita da proteção e cuidado dos pais. Quando os genitores ou cuidadores são negligentes, a criança passa a perceber o mundo como um lugar perigoso no qual ela não possui nenhuma proteção.

Pais muito exigentes ou críticos: Genitores ou seus substitutos que exigem muito ou criticam excessivamente os filhos, fazem com que esses acreditem que inadequados, que não conseguem resolver problemas sozinhos e que não dão conta de lidar com o mundo.

Personalidade: Em alguns casos e educação fornecida pela família foi adequada, porém por uma questão constitucional o individuo é inseguro e dependente.

Doenças ligadas à dependência emocional


Transtorno de Personalidade Borderline ou emocionalmente instável: uma das principais características dessa patologia é fazer de tudo para evitar o abandono

Síndrome do pânico: Pessoas com essa doença podem desenvolver a necessidade de estar constantemente na companhia de outra pessoa, se está tem apenas um cônjuge, Namorado (a) ou companheiro (a) e a ele (a) que irá se apegar.

Depressão: Pessoas deprimidas podem se tornar profundamente dependentes emocionalmente, é claro que isso depende do tipo de depressão e grau dele.

Como vencer a dependência emocional


Cuide da sua autoestima

Quando não se tem uma boa autoestima passa-se a acreditar que nenhuma pessoa se interessaria por você. Nessas condições um indivíduo torna-se sucessível a ideia de que caso termine o relacionamento atual, não mais conseguirá se relacionar com outra pessoa. Desse modo o sujeito fará de tudo para evitar o abandono, até mesmo aceitar os desmandos do companheiro (a).

Quando se tem uma boa autoestima você se torna capaz de entender (e perceber) que é capaz de chamar atenção de outras pessoas e que não é nenhum favor estar ao seu lado.

Alguém com baixa autoestima e pouco amor próprio, aceita se sujeitar a situações ruins e a humilhação, pois na sua visão, ele (a) não é digno de coisas boas. Na verdade, pessoas que possuem baixa autoestima costumam a acreditar que merecem o sofrimento, por que muitas vezes eles (as) se enxergam como pessoas desprezíveis e/ou dotadas de péssimas qualidades.

Como melhorar sua autoestima

Desenvolva sua autoconfiança

A falta de autoconfiança faz com que se busque em outro a força e a segurança que você não encontra dentro de si mesmo. Assim sendo é natural que se busque ficar ao lado de alguém dominador, devido ao fato de pessoas assim passam a falsa imagem de serem autoconfiantes.

Não ter confiança em si mesmo (a) te leva a creditar que tem força para lidar com as situações do cotidiano. Sendo assim parece natural manter-se preso à outra pessoa.

Como desenvolver autoconfiança


Aceite suas limitações

Não exija demais de si mesmo, entenda que todo mundo erra inclusive você. Esperar que as coisas saíssem sempre perfeitas e nunca ter problemas e uma utopia. Aceite e compreenda suas falhas e defeitos, essas coisas não te tornam pior, só te torna humano.

Procure um (a) psicólogo (a)

A dependência emocional carrega consiga diversos conflitos e traumas, enquanto você não solucionar tais coisas dificilmente vai se livrar desse problema. No geral o que acontece é que se substitui uma pessoa por outra, porém se continua emocionalmente dependente. A análise e ou psicoterapia pode ser algo libertador nesse sentido, desde que se encontre um profissional capacitado.






Fonte: PsicólogoSP

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Mieloma Múltiplo


Mieloma múltiplo é um tipo de câncer que acomete um subtipo de células da medula óssea (os plasmócitos).

Os plasmócitos são responsáveis pela produção de anticorpos de defesa do organismo.

Quando ocorre o mieloma múltiplo, os plasmócitos estão aumentados em números e são anormais.

As células cancerígenas produzem uma proteína anormal, camada de proteína monoclonal, que pode danificar os órgãos e também levar a redução da produção de anticorpos, deixando a pessoa mais predisposta a infecções.

Acomete geralmente pessoas acima de 65 anos.

O diagnóstico é feito através de vários exames de sangue, urina, raio-x e do aspirado da medula óssea que é o mielograma.

Principais sintomas: dores ósseas, fratura aos mínimos esforços ou mesmo espontânea, fraqueza e cansaço devido à anemia, visão turva, perda de peso, náuseas, vômitos, redução do volume urinário devido à insuficiência renal, infecções principalmente sinusites e pneumonias.

Pode levar à destruição de vértebras da coluna e comprometer sua estabilidade, causando lesões na medula espinhal e risco de o paciente ficar paraplégico.

O tratamento pode ser desde observação clínica, sem tratamento, até quimioterapia seguida de transplante de medula óssea autólogo. A escolha do tratamento irá depender se o paciente é sintomático ou não, de sua idade e de outras doenças associadas.

Não existem formas de prevenção para o mieloma múltiplo. Como toda prevenção para câncer, a recomendação é manter hábitos de vida saudável, como alimentação equilibrada, rica em verduras e frutas, não fumar, praticar exercícios frequentemente e beber moderadamente.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Laringoscopia direta: o que é?


A laringoscopia é um exame realizado para a análise do nariz, da laringe, da faringe e da boca. Estes locais são observados com o uso de um pequeno tubo flexível que recebe o nome de endoscópio. Este aparelho consegue gerar imagens ampliadas do local e em alta resolução.

Geralmente ele é composto por uma fonte de luz somada a um reprodutor de imagem. Esta imagem pode ser gerada via fibra óptica ou através de micro-câmeras, por exemplo.

Além da visão dos locais em alta resolução, o endoscópio permite ainda que biópsias sejam feitas para uma análise posterior. Durante o procedimento, médico e paciente podem acompanhar as imagens através de uma pequena tela.

A laringoscopia é, portanto, um excelente método para análise e para biópsias, podendo ser até mesmo realizada sem gerar quaisquer incômodos ao paciente.

Este procedimento permite uma análise cuidadosa da boca, do nariz, da laringe e da faringe. Através do endoscópio o médico pode analisar o estado das mucosas, lesões, fazer biópsias para análise e diagnosticar diversas doenças como rinites, faringites, entre outras.

Quando o paciente reclama de rouquidão, de refluxos, de dor local, de tosse e de falta de ar, por exemplo, este exame pode ser solicitado pelo médico. Este pode solicitar o exame sempre que necessário e sempre que houver suspeitas de alguma doença na região, como a existência cânceres.

O endoscópio é introduzido na boca do paciente e levado para o local da análise. Pode gerar certo desconforto, apesar da anestesia local. Caso haja muita resistência por parte do paciente, o médico pode decidir pelo uso de algum sedativo, por este motivo não é aconselhado que a pessoa compareça ao exame desacompanhada.

Alguns pacientes são mais sensíveis que outros e a introdução do aparelho pode gerar reações diferentes. Caso uma biópsia seja necessária é mais indicado que o procedimento ocorra em ambiente hospitalar.

Geralmente, o exame leva apenas 10 minutos. Entretanto, devido à anestesia e à sedação o paciente deve permanecer no local por cerca de meia hora.

Antes da laringoscopia é aconselhável comer algo bem leve até 8 horas antes do exame.

A ingestão de água também deve ser evitada por cerca de 6 horas.

Após a aplicação do anestésico no local, evite tossir, assuar o nariz ou pigarrear durante 1 hora, para que este faça efeito na região.

Converse com o seu médico a respeito dos medicamentos que você toma diariamente, para que ele possa decidir sobre interromper ou não o uso dos mesmos para o exame.

Caso haja algum tipo de alergia, também se deve informar ao médico. Jovens menores de 18 anos de idade devem comparecer ao local com os responsáveis.

Pode permanecer por algum tempo uma estranha sensação na região. Caso esteja com dor na garganta ou rouquidão, realize gargarejos ou chupe pastilhas anti-sépticas.

As pessoas que receberem sedativo devem ficar no local caso estejam sozinhas. Fica proibido dirigir e ingerir bebidas alcoólicas nas próximas 12 horas.

Ao chegar em casa o repouso deve ser absoluto também pelas próximas 12 horas. A alimentação deve ser leve e comidas muito quentes precisam ser evitadas.

Em algumas pessoas mais sensíveis pode ser que o endoscópio crie temporariamente alguns transtornos locais. Inflamações ou inchaço na garganta são algumas possibilidades.

No dia do exame é aconselhável fazer compressas geladas no local e, nos dias posteriores ao mesmo, compressas quentes.

Caso haja necessidade, também pode se aplicar pomadas anti-inflamatórias na região.

Se os transtornos persistirem ou algo de errado estiver transparecendo, entre imediatamente em contato com o seu médico.

Somente ele poderá avaliar o que houve de errado e se há alguma atitude para ser tomada.

Normalmente a laringoscopia não apresenta riscos alarmantes, porém sempre existem fatores variantes.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Artrite reumatoide nos pais e o risco de doenças para seus filhos


Um estudo nacional dinamarquês estimou a influência da artrite reumatoide (AR) parental na morbidade infantil no longo prazo.

Todos os participantes tinham nascido na Dinamarca, durante os anos de 1977 a 2008 e foram acompanhados por uma média de 16 anos.

Foram avaliados 11 principais grupos de diagnóstico e doenças autoimunes específicas dentro da Classificação Internacional de Doenças (CID-8 e CID-10).

Os resultados foram comparados aos de crianças não expostas (ou seja, crianças de pais não portadores de artrite reumatoide).

As crianças expostas à AR materna ("clínica" e "pré-clínica") tinham até 26% maior morbidade em oito dos 11 principais grupos de diagnóstico.

Tendências semelhantes foram encontradas em crianças expostas à AR paterna ("clínica" e "pré-clínica"), de forma estatisticamente significativa, com maior morbidade em seis dos 11 grupos de diagnóstico.

O risco foi maior para doenças autoimunes com risco até três vezes maior de artrite idiopática juvenil, aumento do risco de até 40% para diabetes mellitus tipo 1 e de até 30% de aumento de risco para asma.

As conclusões eram mais ou menos semelhantes para as crianças expostas à AR materna e para crianças seguidas apenas até os 16 anos de idade.

O presente estudo, publicado no periódico Annals of the Rheumatic Diseases, mostrou que os filhos de pais com artrite reumatoide apresentaram excesso consistente de morbidade.

Se essas associações refletirem mecanismos biológicos, fatores genéticos parecem desempenhar um papel importante.

Estes resultados chamam a atenção para cuidados que devem ser observados em filhos de pais com artrite reumatoide.

Fonte: Annals of the Rheumatic Diseases, publicação online, de 23 de dezembro de 2015

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Dicas sobre o Zika vírus



São Paulo tem três casos confirmados de zika, todos importados, já que não houve transmissão na cidade. Mesmo assim, o medo de ser infectado pelo vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, faz paulistanos alterarem planos, esgotarem repelentes e se abastecerem de complexo B e de citronela.

Segundo meteorologistas, os próximos meses serão mais quentes e chuvosos, condições ideais para a proliferação do mosquito.

Leia as perguntas abaixo para saber mais sobre o assunto e ficar atento neste verão.

Tomar complexo B espanta o mosquito e evita picadas?


Não há consenso sobre a medida. Alguns médicos a recomendam, mas estudos que comparam o uso da vitamina com o de repelentes mostram que ela é ineficaz na prevenção de picadas.

Macho e fêmea picam e transmitem doenças?


Só a fêmea. Ela precisa do sangue para nutrir os ovos após a cópula. Dessa forma, apenas as fêmeas estão relacionadas à transmissão.

O mosquito prefere picar em algum período do dia?


O Aedes aegypti é mais ativo durante o dia e as precauções devem ser mais intensas no período diurno.

Ele pode voar até que altura?


Geralmente entre 0,5 e 1,5 metro de altura, mas pode chegar até 18 m (o equivalente a seis andares).

Quanto tempo a fêmea vive e quantos ovos ela bota?


A vida adulta da fêmea dura 50 dias, período no qual pode botar até 1.500 ovos.

O mosquito prefere alguma parte do corpo?


O mosquito pica áreas descobertas e desprotegidas da pele, independentemente da parte do corpo.

O Aedes aegypti se reproduz em água suja?


Sim. Mas ele prefere água com pouca matéria orgânica, pois isso afeta o pH, dificultando a eclosão dos ovos. No entanto, os ovos podem resistir meses em locais secos e eclodirem após terem contato com água limpa.

Que odores e tipos sanguíneos atraem mais o Aedes?


Ele é atraído por vários odores do organismo. Alguns perfumes podem ser atrativos, e substâncias liberadas pela pele como ácido lático e ácido úrico estão relacionadas à forma como o mosquito nos localiza. Não há evidência sobre a relação com tipos sanguíneos.

O repelente deve ser reaplicado com que frequência?


Cada repelente tem características distintas. O importante é seguir as orientações dos fabricantes. DEET (OFF!) e icaridina (Exposis) comprovadamente têm efeito mais prolongado.

Produtos com citronela ajudam a afastar o mosquito?


Alguns produtos que emitem fumaça podem ajudar a afastar mosquitos do ambiente. Mas a melhor maneira é deixá-los fechados e borrifar inseticidas.

Ventilador ou ar-condicionado ligados ajudam a espantar o mosquito?


Sim, a circulação de ar prejudica o voo dos mosquitos, mas não deve ser essa uma ação isolada de prevenção.

Algumas pessoas usam borra de café para matar os ovos. Isso funciona?


Não há dados definitivos sobre isso.

Só grávidas são infectadas?


Não. Qualquer pessoa.

Que doenças estão associadas ao vírus zika?


Microcefalia em bebês e síndrome de Guillain-Barré, que gera fraqueza muscular e paralisia.

Além da picada do Aedes aegypti, como posso ser infectado pelo vírus?


Há casos registrados de transmissão do zika por transfusão de sangue em Campinas e por relação sexual no exterior.

Comer alho ajuda a afastar o mosquito?


Ele não protege contra picadas.

O zika surgiu no Brasil?


Não. Foi identificado pela primeira vez em 1947, na África.

Já foram registrados casos de zika na capital paulista?


Ainda não há registros de casos autóctones [adquiridos na cidade].

Como sei se estou infectado?


Febre, mal-estar, indisposição, dores nos músculos, vermelhidão na pele e nos olhos. Um teste clínico pode confirmar a doença.

Há tratamento para zika?


Não. Mas os sintomas em pessoas sem fatores de risco (grávidas) devem passar dentro de três ou quatro dias.

Posso ser infectado com o vírus mais de uma vez?


A princípio, não.

Quais são os efeitos causados pelo zika vírus em bebês de colo e crianças?


Ainda não há estudos a esse respeito.

O repelente pode afetar a saúde do feto?


Em tese, grávidas podem usar qualquer um dos tipos de repelente (com DEET, IR3535 ou icaridina como princípios ativos), mas é aconselhável procurar orientação do seu médico.



Fonte: Folha de São Paulo