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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Estresse pós-traumático


O transtorno de estresse pós-traumático (ou stress pós-traumático) é uma condição de saúde mental que é desencadeada por um evento terrível de viver ou testemunhar. Muitas pessoas que passam por eventos traumáticos têm dificuldade de se readaptar e lidar com situações normais por algum tempo, mas com tempo e tratamento adequados costumam melhorar mais rapidamente.

Não se sabe ao certo porque algumas pessoas sofrem de estresse pós-traumático em situações em que outras não apresentam o quadro. Provavelmente ele é causado ou facilitado se a pessoa tem herança para ansiedade e depressão, por aspectos de sua personalidade ou também por traumas sofridos na infância. Em geral, uma pessoa sofre estresse pós-traumático quando vivencia, vê ou fica sabendo sobre um evento envolvendo morte, ameaças, ferimentos graves ou violência sexual.

De um modo geral, o estresse pós-traumático ocorre se a pessoa experimentou trauma intenso ou de longa duração ou se tem uma atividade que faz prever esses eventos, tais como trabalhos militares e de socorro a vítimas. Os eventos que mais comumente levam ao estresse pós-traumático incluem: exposição ao combate, agressão sexual, ataque físico, ameaça com uma arma, desastres naturais, assalto, roubo, acidente de carro, acidente de avião, tortura, sequestro, diagnóstico médico de risco de vida, ataque terrorista, etc.

Os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático podem começar dentro de três meses de um evento traumático, mas, às vezes, não aparecem até anos após o evento. Estes sintomas podem ser agrupados em quatro tipos: memórias intrusivas, prevenção, mudanças negativas no pensamento e no humor e/ou mudanças nas reações emocionais.

Os sintomas de memórias intrusivas compreendem lembranças recorrentes e indesejadas do evento traumático, revivência do evento traumático, como se estivesse acontecendo novamente (flashbacks), sonhos perturbadores sobre o evento que causou o trauma e reações físicas significativas como, por exemplo, elevação da pressão arterial ou diarreia.

Os sintomas de prevenção podem incluir a tentativa de não pensar ou não falar sobre o evento traumático e evitação dos lugares, atividades ou pessoas que lembrem o evento traumático.

Os sintomas de mudanças negativas no pensamento e no humor podem se manifestar por sentimentos negativos sobre si mesmo ou sobre outras pessoas, incapacidade de experimentar emoções positivas, sentir-se emocionalmente entorpecido, falta de interesse em atividades antes apreciadas, desesperança em relação ao futuro, não se lembrar de aspectos importantes do evento traumático e dificuldade em manter relações sociais estreitas.

As mudanças nas reações emocionais podem se dar por aumento da irritabilidade, explosões de raiva ou comportamento agressivo, atitude de estar sempre em guarda para o perigo, sentimentos de culpa ou vergonha, comportamento autodestrutivo, dificuldade de concentração, problemas para conciliar o sono e tornar-se facilmente assustado.

Esses sintomas podem variar em intensidade ao longo do tempo e muitas vezes podem ser revividos mediante algum estímulo que relembre o fato traumático.

O transtorno de estresse pós-traumático é diagnosticado com base nos sinais e sintomas e numa avaliação psicológica completa. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Psiquiátrica Americana, o diagnóstico exige a exposição a um evento que envolva ameaça de morte, violência ou ferimentos graves que a pessoa tenha experimentado ou presenciado ou se isso aconteceu a alguém muito próximo.

O tratamento primário é a psicoterapia, mas muitas vezes inclui também medicamentos para a ansiedade e/ou depressão. Combinados, estes tratamentos podem ajudar a melhorar os sintomas e ensinar a pessoa a lidar com eles. Podem também evitar que a pessoa desenvolva outros problemas relacionados com sua experiência traumática, como depressão, ansiedade ou abuso de álcool ou drogas.

Obter ajuda e apoio oportunos podem impedir que as reações de estresse normais se agravem e se transformem em estresse pós-traumático ou evitam que a pessoa use métodos pouco saudáveis de enfrentamento.

Após passar por um evento traumático, muitas pessoas têm sintomas de estresse pós-traumático. No entanto, a maioria das pessoas expostas a traumas não desenvolve esse transtorno, em longo prazo. Tudo dependerá da personalidade prévia do indivíduo.

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