Pesquisar este blog

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Gravidez Precoce


A gravidez precoce é muitas vezes referida como gravidez na adolescência.

Não há uma linha divisória que demarque claramente que abaixo dela se deva dizer que a gravidez é precoce, mas como é somente aos 20 ou 22 anos que o organismo humano está plenamente desenvolvido e apto para executar todas as suas funções, toda gravidez abaixo dessa idade pode ser considerada precoce.

Antes dessa idade o corpo ainda não está integralmente constituído (nem estrutural, nem funcionalmente) e a mulher não tem ainda as condições anatômicas e fisiológicas plenas de que necessitará para gerar um filho.

A Organização Mundial de Saúde considera precoce a gravidez que ocorre entre os 10 e os 19 anos.

Estima-se que no Brasil mais de um milhão de bebês nascidos a cada ano (20% do total de nascimentos) procedem de mães com idade entre 10 e 19 anos.

A gravidez precoce pode ocorrer em todas as camadas sociais, mas no Brasil o maior índice delas ocorre no estrato social mais pobre.

A gravidez precoce, especialmente antes dos 16 anos de idade, pode apresentar altos riscos físicos, psicológicos e sociais. Do ponto de vista físico, as mulheres que gestam precocemente têm maior probabilidade de dar à luz a filhos prematuros, fazendo com que seus bebês corram um risco elevado de problemas de saúde, aborto espontâneo, parto prematuro, diminuição do peso e malformações.

As mães podem ainda ter rompimento precoce da bolsa d’água, mais complicações durante o parto, maior risco de toxemia gravídica, pré-eclâmpsia, anemia, desproporção céfalo-pélvica, hemorragia, parto prolongado e morte.

A mortalidade materna e fetal é tanto maior quanto menor for a idade da grávida. A probabilidade das mães adolescentes morrerem devido a complicações durante a gravidez é o dobro daquela das demais mulheres.

Além disso, as mães muito jovens geralmente não têm bons hábitos alimentares, muitas vezes fumam, bebem ou consomem drogas.

Ainda devido às situações extraordinárias em que acontecem essas gravidezes, elas nem sempre são seguidas por exames pré-natais regulares e as gestantes podem incorrer em anemia, pressão arterial elevada e outros transtornos orgânicos, bem como não serem aconselhadas adequadamente sobres os cuidados que devem observar durante a gravidez ou ainda manterem ativas as doenças sexualmente transmissíveis que por ventura tenham adquirido em suas atividades sexuais.

Algumas dessas doenças podem inclusive ser transmitidas ao filho, como por exemplo a sífilis.

Do ponto de vista psicológico essas gravidezes quase sempre se desenvolvem num clima muito desfavorável de ansiedade, depressão ou revolta.

Frequentemente essas gravidezes não são desejadas e muitas vezes contam com a reprovação hostil das pessoas próximas à gestante. A revelação delas pode ser difícil e podem ter sido escondidas por um bom tempo.

Socialmente, a gravidez precoce interfere negativamente na formação escolar ou profissional da mulher, perturba suas relações com a família e com as demais pessoas e impõe-lhe responsabilidades laborais e econômicas para as quais ela ainda não está preparada.

Muitas vezes o bebê recém-nascido acaba rejeitado ou sob o comando de outros diferentes dos pais da criança. Como muitas dessas gravidezes acontecem a mulheres ainda não casadas, pode haver um aumento da pressão para realizar um casamento, muitas vezes não desejado por ambas as partes.

Devido a todas essas implicações, a gravidez precoce deve ser considerada como uma gravidez de alto risco e deve ser acompanhada por profissionais de saúde qualificados.

Depois de confirmada uma gravidez indesejada, a revolta da adolescente ou de seus pais só piora as coisas.

A questão de como encarar positivamente a gravidez pode ser considerada do ponto de vista da jovem grávida e de sua família.

Do ponto de vista da jovem, o ideal teria sido tomar cuidados para evitar a gravidez não desejada, mas, uma vez confirmada, a gestação deve ser encarada com responsabilidade perante si e perante a sociedade em geral.

Do ponto de vista da sua família, diante da gravidez já consumada a atitude mais adequada é de apoio e aconselhamento para que a gestante tenha o acompanhamento médico adequado durante o pré-natal e após o nascimento do bebê.

No entanto, apoio não deve significar transferência de responsabilidades.

Ou seja, é a adolescente quem tem de cuidar da criança, bem como tornar-se responsável pelo sustento financeiro dela e o ideal é que isso seja feito em comum acordo com o pai da criança, caso o mesmo assuma a paternidade.

O aborto só deve ser pensado nas condições previstas na lei, mas, mesmo assim, o número de abortos clandestinos é alarmante e crescente, já sendo mais de um milhão por ano no Brasil.

A melhor maneira de prevenir a gravidez precoce indesejada é instruir as jovens sobre o uso dos métodos contraceptivos, porque muitas vezes o método contraceptivo está disponível, mas a jovem pode não saber como usá-lo corretamente.

Meninas muito novas e ainda sem um conhecimento completo da sexualidade, mas que já tenham uma vida sexual ativa, devem ser advertidas quanto aos perigos da gravidez.

Nenhum comentário: