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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Apendicite em crianças


Apendicite é uma inflamação do apêndice. O apêndice é uma bolsa longa e fina que tem o formato de um dedo, localizada no início do intestino grosso, onde ele faz transição com o intestino delgado.

A apendicite em crianças é bem mais rara que em adultos, sendo excepcional antes dos três anos de idade.

Em geral a apendicite, em adultos ou em crianças, ocorre como consequência de uma obstrução do apêndice por fezes, por corpo estranho (semente de fruta, por exemplo), por um parasita ou, em raras ocasiões, por um tumor.

A apendicite pode ser do tipo crônico, com uma evolução mais lenta, ou do tipo agudo. Ela pode ocorrer em crianças, adolescentes ou adultos, mas na infância é mais provável que afete crianças mais velhas do que bebês ou crianças pequenas.

Nas crianças, os sintomas são menos típicos que nos adultos e variam muito, confundindo os pediatras, e são diferentes em cada caso, dependendo da idade da criança. Muitas vezes os sintomas, que de início são inespecíficos, podem fazer pensar em enfermidades da bexiga ou da vesícula.

Os sintomas mais comuns são dor de barriga, que pode começar ao redor do umbigo e depois passar para o lado direito do baixo ventre e que piora com a caminhada e a tosse, vômitos, febre moderada, calafrios ou tremores, prisão de ventre ou diarreia e perda de apetite.

Se acontecer a ruptura do apêndice, a dor pode diminuir por um tempo, mas uma vez que a peritonite começa, a dor aumenta muito. Portanto, um eventual alívio dos sintomas não significa uma melhora do quadro clínico, mas, ao contrário, um agravamento dele.

Uma das coisas que dificulta o diagnóstico nas crianças é que algumas delas ainda não sabem verbalizar o que sentem. Contudo, um exame físico bem feito por um médico experiente permite uma suspeita bem fundamentada de apendicite.

Mas ele pode ser complementado com exames de sangue (para observação do número de glóbulos brancos) e urina e exames de imagens, como uma ultrassonografia ou uma tomografia computadorizada.

Na verdade, nenhum teste pode dizer com certeza absoluta se uma criança tem ou não apendicite, mas o médico pode usar os resultados do exame físico, dos sintomas e dos exames complementares para estabelecer a probabilidade dela estar ocorrendo.

O tratamento da apendicite consiste na cirurgia para remover o apêndice. Ela pode ser feita por uma cirurgia aberta, durante a qual o médico faz um corte na barriga perto do apêndice e através dele remove o apêndice inflamado, ou por meio da cirurgia videolaparoscópica, em que o médico faz alguns pequenos cortes na barriga, pelos quais introduz ferramentas cirúrgicas finas e um "laparoscópio", instrumento que leva em sua extremidade uma câmera de TV, a qual envia imagens para a tela de um monitor.

Através dessas imagens, o médico pode saber onde cortar e o que remover. Se o apêndice tiver se rompido, o médico fará, além da cirurgia para removê-lo, uma lavagem para limpar a área em torno do apêndice e as secreções que tenham saído dele. A apendicite aguda necessita intervenção cirúrgica imediata, porque pode levar à gangrena e à morte, por expansão da infecção ao restante da cavidade abdominal, podendo mesmo ocorrer o rompimento do apêndice.

A apendicite aguda se desenvolve rapidamente, entre 48 e 72 horas. Se o diagnóstico for tardio, as chances de ocorrer uma ruptura do apêndice se multiplicam. Em geral a apendicite é facilmente solucionável, mas pode tornar-se uma ocorrência grave, porque o apêndice pode se romper e causar uma infecção abdominal.

A principal e mais temível complicação da apendicite é a ruptura do apêndice inflamado, com um quadro consequente de peritonite. Além disso, há a possibilidade das complicações (raras) de qualquer cirurgia.

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