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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sudorese excessiva: simpatectomia


O sistema nervoso simpático faz parte do sistema nervoso autônomo, responsável pelo controle involuntário dos músculos lisos e das vísceras.

O sistema nervoso autônomo é constituído por fibras nervosas localizadas perto das vértebras e das costelas e por uma cadeia de 23 pares de gânglios, dos quais partem fibras que se dirigem aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração.

A outra parte do sistema nervoso autônomo é chamado parassimpático. O sistema nervoso autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia e o sistema nervoso autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes.

A simpatectomia consiste na remoção cirúrgica de partes específicas do nervo simpático principal, geralmente realizada para tratamento da hiperidrose (sudorese excessiva) nas mãos, axilas e/ou planta dos pés, mas também com outros objetivos terapêuticos, como tratar o rubor facial, algumas dores crônicas e a síndrome de Raynaud.

Trata-se de uma cirurgia simples, de médio porte, feita sob anestesia geral.



O nível da cadeia simpática em que a intervenção se dará depende do resultado visado.

Os gânglios que controlam o suor das mãos e axilas estão localizados no tórax, enquanto os que controlam o suor nos pés estão localizados na região lombar.

O efeito da cirurgia é imediato e já pode ser observado ao despertar da anestesia: as mãos, axilas ou pés já se apresentam quentes e secos.

Inicialmente, os pacientes devem ser orientados quanto a qual é a sua probabilidade de sucesso, possíveis complicações, ocorrência de dor pós-operatória e da sudorese compensatória tardia.

O paciente deve informar ao médico sobre todos os medicamentos que esteja tomando e seguir as orientações quanto a dever suspendê-los ou não.

Há várias técnicas cirúrgicas à disposição do cirurgião, mas hoje em dia geralmente a cirurgia é feita por via endoscópica e deve ser realizada sob anestesia geral.

No pós-operatório das cirurgias de simpatectomia torácica deve ser realizada uma radiografia de tórax, pois ela é útil no diagnóstico de possíveis aderências pulmonares.

Normalmente, não havendo complicações, o paciente deixa o hospital dentro de menos de 24 horas após a cirurgia.

Na maioria dos casos, há um pouco de dor pós-operatória que necessita do uso de medicação por alguns dias.

No início, a simpatectomia lombar era utilizada apenas para tratar as alterações isquêmicas e dolorosas dos membros inferiores, porém atualmente tem sido empregada também no tratamento da hiperidrose plantar e na hiperidrose severa das mãos ou das axilas.

A simpatectomia de parte da cadeia simpática é uma terapêutica radical para tratar a hiperidrose, indicada para pessoas que suam excessivamente, sobretudo nas mãos ou nas axilas.

Para esse problema existem terapêuticas não-invasivas, mas o resultado delas não é satisfatório.

Essa cirurgia também pode ser usada para tratar outras situações clínicas, como síndrome dolorosa regional complexa e fenômenos vasculares isquêmicos do membro superior ou inferior, por exemplo, e pode ser feita por via endoscópica com bons resultados e poucas complicações.

A simpatectomia possui eficácia em mais de 95% dos casos. Quanto mais alto se intervir na cadeia ganglionar, maiores serão as chances de ocorrer uma hiperidrose reflexa, compensatória, que é aquela que aparece no pós-operatório e que é muito desagradável.

Além dos riscos implicados em qualquer cirurgia (sangramentos, infecções, dor etc.), a simpatectomia implica em alguns raros riscos específicos, mas se realizada pela técnica adequada e por um cirurgião experiente é um procedimento bastante seguro.

Uma das complicações da simpatectomia é a já citada hiperidrose compensatória, com aumento da sudorese em outras áreas do corpo, como dorso, nádegas e coxas.

No entanto, isso não deve ser creditado a qualquer deficiência do processo porque se trata de um fenômeno fisiológico praticamente inevitável. A razão desta hiperidrose compensatória ainda não está integralmente esclarecida, mas talvez se deva à função termorregulatória que tem o suor.

Contudo, a hiperidrose compensatória costuma ser bem mais leve e menos incomodativa que a original.

Outros problemas que podem ocorrer na simpatectomia torácica, embora sejam raros, é a queda irreversível da pálpebra, o colabamento pulmonar e a perfuração do pulmão.

As complicações pós-operatórias podem ser o pneumotórax ou o hemotórax residual.

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