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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Abacate


Um dos grandes interesses da ciência da nutrição no campo bioquímico é o estudo dos fitosteróis, conhecidos também como “hormônios vegetais”.

São os fitoestrógenos presentes na soja, cuja ingestão colabora para o equilíbrio hormonal feminino dado pela capacidade que estes fitormônios têm de imitar os estrogênios produzidos por nós, atuando de forma semelhante a eles no organismo. Da mesma forma, existe um hormônio vegetal de estrutura química similar ao colesterol especialmente interessante para desportistas.

É o beta-sitosterol, um composto encontrado no arroz, no germe de trigo, no milho, na soja e, em sua concentração máxima, no abacate. Além de um potente antiinflamatório, o beta-sitosterol tem atividade moduladora do sistema imunológico, reforçando o organismo no combate a fungos, bactérias e vírus através da sua ação positiva no aumento da proliferação e da atividade das
nossas células de defesa.

Desta forma, ele constitui também um agente supressor do câncer e do HIV. Obviamente, a estabilidade imunológica é essencial no rendimento de um atleta, mas não é ela o mecanismo de atuação do beta-sitosterol de maior interesse para atletas. Este composto vegetal é também responsável pelo aumento dos níveis de testosterona endógena, sendo o princípio ativo do Saw palmeto e do Pygeum
africanum, por exemplo, vendidos em casas de produtos naturais como ergogênicos eficazes para desportistas.

Ele atua especificamente sobre o fígado, inibindo a enzima que converte a testosterona a dihidrotestosterona (DHT). O DHT age promovendo efeitos indesejados como calvície e acne, além de se ligar ao mesmo receptor hormonal da testosterona, impedindo, assim, que ela se uma a ele e atue satisfatoriamente no organismo.

Disponibilizam-se, desta forma, mais receptores para a testosterona se ligar e agir, otimizando seus efeitos da mesma.

Estudos demonstram, da mesma forma, o efeito antiestrogênico do beta-sitosterol, especialmente aplicável a atletas que desejam reduzir os malefícios típicos doa ação dos hormônios femininos, tais como retenção hídrica, aumento de peso e ginecomastia.

Este mesmo efeito é benéfico em casos de câncer de mama e útero, cuja proliferação das células do tumor é alimentada pelo estrogênio.

Além disto, o beta-sitosterol também se mostra interessante no combate ao câncer de próstata quando reduz os níveis de DHT,
uma vez que este hormônio, ao se ligar aos receptores androgênicos, causa hiperplasia prostática (aumento do número de células na próstata) e possibilita o aparecimento do tumor.

As aplicações do beta-sitosterol no organismo são muitas.

O consumo de abacate, além disto, não é benéfico apenas na manutenção dos bons níveis hormonais ena prevenção da carcinogênese.

Este fruto, dentre todos, é também o mais rico em glutationa, um antioxidante que exerce inúmeras funções fisiológicas como o metabolismo da vitamina C e a proteção do fígado.

Ele contém quantidades significantes das vitaminas A e E, também antioxidantes e conhecidas pelo seu poder antienvelhecimento. As gorduras monoinsaturadas do abacate, em conjunto com o beta-sitosterol, atuam, por sua vez, na proteção cardiovascular, uma vez que conseguem equilibrar eficientemente os níveis de colesterol plasmático.

Tantos benefícios em um único alimento mostram que o consumo regular do abacate certamente contribui para a saúde do atleta. Por conter alto valor energético, ele é indicado especialmente em dietas de ganho de peso, quando o consumo de calorias precisa ser
aumentado.

Pode, no entanto, ser usado com moderação em dietas hipocalóricas, já que é capaz também de promover a saciedade.

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