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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Cardiopatias Congênitas


Cardiopatias congênitas (doenças cardíacas congênitas - veja o esquema de uma delas, a comunicação inter-ventricular, ou CIV, acima) são uma forma genérica de referir-se às anormalidades na estrutura física ou funcional do coração que se formam durante a gestação e que, portanto, já estão presentes antes mesmo do nascimento.

Costuma-se classificar também como cardiopatia congênita os defeitos das raízes dos grandes vasos sanguíneos que partem do coração.

Segundo a American Heart Association, esse defeito afeta cerca de uma em cada cem crianças, sendo uma das principais causas de óbito entre as malformações em recém-nascidos.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil nascem por ano cerca de 24 mil crianças com cardiopatias congênitas e 19 mil delas necessitam de tratamento cirúrgico.

O coração normal é uma estrutura muscular, constituído por quatro câmaras, sendo duas delas do lado direito e duas do lado esquerdo, uma superior e uma inferior de cada lado.

As câmaras superiores de cada lado são chamadas, respectivamente, átrio direito e átrio esquerdo e as inferiores chamadas ventrículo direito e ventrículo esquerdo.

Cada átrio é separado do ventrículo do mesmo lado por válvulas, chamadas de tricúspide e mitral, respectivamente à direita e à esquerda.

O átrio direito recebe o sangue venoso oriundo da periferia do corpo e o repassa, através da válvula tricúspide, ao ventrículo direito que, mediante contração de sua musculatura o impulsiona para os pulmões, onde ele recebe o oxigênio da respiração e se torna, então, sangue arterial.

Esse sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo do coração que o repassa ao ventrículo esquerdo através da válvula mitral, donde é bombeado no sentido da circulação periférica.

O coração começa a ser formado já nas primeiras semanas de gestação.

Durante o primeiro mês de formação do feto o coração é apenas um tubo, mas já começa a bater, impulsionando o sangue. Os defeitos de formação do coração ocorrem, pois, ainda no útero.

As cardiopatias congênitas mais comuns são: defeitos na formação das válvulas cardíacas, defeitos nas paredes entre os átrios e os ventrículos, gerando comunicações entre eles ou dos átrios e ventrículos entre si, persistência do canal arterial e formação de um ventrículo único.

Pode haver também a combinação, num mesmo paciente, de mais de um defeito.

As cardiopatias congênitas podem ter várias causas.

Entre elas, alterações genéticas ou cromossômicas, uso de certos medicamentos, drogas ou álcool durante a gravidez e infecção viral materna, sobretudo a rubéola, no período de formação anatômica do coração do feto.

Os sinais e sintomas de cardiopatia congênita variam muito, segundo a especificidade dela, mas como quase todas alteram igualmente a circulação e a separação entre o sangue venoso e o arterial, há muitos sintomas comuns: cianose (pele azulada), falta de ar, pneumonia de repetição, tosse, sudorese, cansaço rápido, tonteiras ou desmaios, inchaço de tecidos ou órgãos, por disfunção do músculo cardíaco e modificações no formato do tórax.

Algumas cardiopatias congênitas podem gerar sintomas já ao nascer ou só mais tarde, na infância, ou mesmo só na idade adulta, como as coarctações da aorta.

Algumas cardiopatias congênitas podem, inclusive, nem gerar sintomas e passar despercebidas a vida toda, como certos desvios do septo ventricular.

É importante que o diagnóstico seja feito precocemente, ainda no útero, porque isso permite um adequado planejamento e medidas terapêuticas imediatas, após o nascimento.

Além dos sinais e sintomas, exames de imagens podem ser de muita ajuda no diagnóstico.

O tratamento ideal é a correção cirúrgica do defeito estrutural. Conforme o caso, essa cirurgia precisa ser imediata; outras podem aguardar meses ou mesmo anos.

Há, mesmo, aquelas que se curam sozinhas, com o tempo.

Em alguns casos, a intervenção pode ser realizada ainda no útero.

Algumas vezes os sintomas podem ser provisórios ou permanentemente controlados por medicamentos ou outras medidas não cirúrgicas.

Um pré-natal bem feito, com estrita observância das indicações e contraindicações relativas à gestação e à manutenção de uma boa saúde durante a gravidez pode prevenir algumas cardiopatias.

Para aquelas genéticas ou cromossômicas, nenhuma prevenção é possível.

A evolução das cardiopatias congênitas é muito variável.

Algumas não alteram a qualidade de vida com o tempo, mas existem outras nas quais a vida extrauterina é impossível.

Entre estes dois extremos há uma grande variação possível, contudo, há chances reais de correção para os mais complexos defeitos nas estruturas do coração.

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