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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Perfuração intestinal


Perfuração intestinal é um rompimento da parede do intestino grosso ou delgado, geralmente com extravasamento do conteúdo intestinal para dentro da cavidade abdominal.

Trata-se de uma eventualidade rara, mas grave, ocorrendo apenas em 1% a 3% dos pacientes com doenças inflamatórias do intestino.

A perfuração intestinal pode ser a primeira manifestação de uma doença e ocorrer antes que o paciente saiba que a tem.

A perfuração intestinal pode ser causada por muitas doenças diferentes, tais como diverticulite, apendicite, doença de Crohn, colite ulcerativa, cálculo ou infecção biliar, outras infecções, úlcera gastrointestinal, isquemias, ingestão de corpos estranhos, câncer, trauma, lesões de radiação, etc.

A perfuração do intestino pode também ter causa iatrogênica, causada por um procedimento médico endoscópico como colonoscopias, enemas ou inserção de corpo estranho, mas esse é um evento raro.

Havendo perfuração intestinal, o conteúdo do intestino pode extravasar para a cavidade abdominal, o que possibilita que bactérias do interior dos intestinos causem uma peritonite, abscessos ou até uma septicemia (infecção generalizada) e, eventualmente, a morte.

Pode, ainda, causar complicações em outros órgãos e diminuição da absorção dos nutrientes.

Mesmo se vazar apenas ar, o problema já pode ser muito sério.

Na perfuração duodenal os sintomas podem se estabelecer mais lentamente, porque a maior parte do duodeno é retroperitoneal e o conteúdo intestinal, por conseguinte, não vaza diretamente para a cavidade abdominal.

Em geral, a perfuração intestinal apresenta sintomas agudos muito severos que incluem dor abdominal intensa à palpação, que se agrava rapidamente, distensão abdominal, febre alta, náuseas e vômitos, calafrios, hemorragia e taquicardia.

A dor das perfurações intestinais também pode se localizar no quadril ou na virilha.

O extravasamento de conteúdo intestinal pode levar à peritonite, à formação de um abscesso intra-abdominal ou a uma grave septicemia.

Se esta condição não for tratada, pode causar danos graves e até a morte.

A história clínica e o exame físico podem levantar a suspeita de perfuração intestinal.

Uma radiografia contrastada ou tomografia computadorizada de abdômen pode ajudar no diagnóstico e determinar o local da perfuração.

Ambas permitem ver ar livre na cavidade abdominal ou peritoneal e extravasamento do contraste.

Haverá necessidade de uma cirurgia, para fazer-se a sutura ou ressecção da parte perfurada, mas ela dependerá da gravidade da situação e do estado do paciente.

Uma perfuração duodenal retroperitoneal pode ser conservadora e não requerer cirurgia, caso seja de pequena monta e não houver extravasamento de fezes.

O tratamento consiste de terapia de suporte, nutrição parenteral, drenagem do assoalho pélvico e, se necessário, antibioticoterapia de largo espectro.

Em alguns casos pode ser necessário criar temporariamente, por algumas semanas, uma ostomia (abertura do tubo digestivo para o meio externo, através de uma fístula), permitindo que o conteúdo intestinal possa esvaziar-se dentro de um saco ligado à pele.

Quase sempre as cirurgias terão caráter emergencial, mas em alguns casos elas poderão ser planejadas com algum tempo.

A infecção é sempre uma situação grave e a formação de peritonite, abscesso intra-abdominal e septicemia são as complicações principais da perfuração intestinal.

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