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sábado, 1 de novembro de 2014

Miocardiopatia


A miocardiopatia refere-se a alterações no músculo cardíaco que impedem uma parte ou a totalidade do coração de se contrair normalmente. Existem três tipos de miocardiopatia, com base nas alterações físicas que ocorrem no coração.

Miocardiopatia dilatada – Nesta forma de miocardiopatia, o músculo cardíaco lesado distende-se excessivamente, o coração aumenta de tamanho e perde a sua capacidade para bombear o sangue eficazmente, conduzindo, em última análise, a uma insuficiência cardíaca. As doenças cardíacas mais comuns que levam ao aparecimento de uma miocardiopatia dilatada são a doença coronária e a pressão arterial elevada prolongada e não tratada. O consumo excessivo de álcool durante períodos prolongados pode igualmente conduzir a esta patologia. Outras causas incluem a miocardite (inflamação do músculo cardíaco, que começa frequentemente como uma infecção viral ou surge depois de uma mulher dar à luz), as doenças da tiroideia não tratadas, doenças genéticas hereditárias e as doenças nas quais o músculo cardíaco é sobrecarregado com ferro ou com uma proteína denominada amilóide. Os tratamentos de radioterapia e de quimioterapia podem igualmente provocar esta situação.

Miocardiopatia hipertrófica – Nesta forma de miocardiopatia, a parede muscular do coração aumenta anormalmente de espessura e o músculo cardíaco não consegue relaxar normalmente durante a fase de enchimento. Em determinados tipos de miocardiopatia hipertrófica, o músculo pode tornar-se tão espessado que pode bloquear o fluxo de sangue para fora do coração.

Miocardiopatia restritiva – Nesta forma de miocardiopatia, as paredes musculares do coração tornam-se tão rígidas que o coração não consegue encher apropriadamente.

Sintomas

Os sintomas de miocardiopatia variam, dependendo das alterações físicas que esta doença causa no coração:

Miocardiopatia dilatada – Os sintomas podem incluir falta de ar (especialmente durante o esforço), fadiga, dificuldade em respirar em posição deitada (especialmente de noite durante o sono), edemas nas pernas, palpitações e dor no peito.

Miocardiopatia hipertrófica – Os sintomas, quando ocorrem, são geralmente os mesmos da miocardiopatia dilatada. Na miocardiopatia hipertrófica idiopática sem obstrução, o primeiro sintoma pode ser um desmaio ou mesmo a morte súbita. Esta doença pode igualmente causar dor no peito, geralmente durante o exercício.

Miocardiopatia restritiva – Os sintomas predominantes estão relacionados com o edema, verificando-se uma acumulação de líquidos nas pernas e no abdómen (chamada ascite). Esta situação causa igualmente falta de ar, especialmente durante o esforço.

Diagnóstico

O médico irá rever a sua história clínica e irá fazer-lhe perguntas sobre a sua história familiar de doenças cardíacas e sobre familiares cuja morte tenha sido súbita ou inexplicada, bem como sobre as circunstâncias específicas que desencadeiam os sintomas relacionados com o coração.

O médico irá examiná-lo, prestando especial atenção ao coração, e provavelmente pedirá um electrocardiograma (ECG), uma radiografia do tórax, análises de sangue e um ecocardiograma. Podem ainda ser necessários outros exames, incluindo um cateterismo cardíaco, exames com radionuclidos ou uma biópsia endomiocárdica, na qual é obtida uma amostra de músculo cardíaco para ser examinada num laboratório.

Duração esperada

A miocardiopatia dilatada pode por vezes ser revertida quando é causada por um consumo excessivo de álcool, uma deficiente circulação cardíaca passível de ser tratada (com uma angioplastia ou uma cirurgia de pontagem coronária – bypass) ou uma miocardite. A maior parte dos casos de miocardiopatia hipertrófica e restritiva são persistentes e podem agravar-se ao longo do tempo.

Prevenção

A melhor forma de prevenir a miocardiopatia consiste em prevenir as doenças que mais frequentemente causam este problema. Conheça os seus factores de risco para doença coronária e modifique-os numa fase precoce da vida.

Mantenha a pressão arterial normal através da ingestão de uma dieta rica em vegetais e fruta e tomando os medicamentos regularmente, quando necessário. Não beba mais de duas bebidas alcoólicas por dia e não beba álcool se apresentar um risco elevado de miocardiopatia dilatada. Os familiares de pessoas com formas hereditárias de miocardiopatia devem ser avaliados pelos seus médicos.

Tratamento

O tratamento da miocardiopatia depende da causa. Eis alguns dos tratamentos mais frequentemente aconselhados:

Medicamentos que prolongam a vida nas pessoas com miocardiopatia dilatada – inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECAs), bloqueadores dos receptores da angiotensina, beta-bloqueantes, espironolactona

Medicamentos que melhoram os sintomas de insuficiência cardíaca na miocardiopatia dilatada, incluindo os diuréticos, os IECAs, os bloqueadores dos receptores da angiotensina e a digoxina

Medicamentos que ajudam a relaxar o músculo cardíaco na miocardiopatia hipertrófica, incluindo os beta-bloqueantes e o verapamil

Medicamentos antiarrítmicos para corrigir ritmos cardíacos anormais

Um pacemaker (marca-passo) ou um desfibrilhador implantável para prevenir as arritmias fatais

Nos doentes com uma miocardiopatia hipertrófica obstrutiva, o bloqueio do fluxo de saída de sangue do coração pode por vezes ser reduzido pela lesão intencional da parte do músculo cardíaco que se situa entre os dois ventrículos (câmaras de bombeamento inferiores). Esta lesão pode ser criada através de uma intervenção cirúrgica ou da administração de álcool no músculo cardíaco por meio de um cateter nas artérias do coração.

Pode ser necessário um transplante cardíaco nos doentes cuja má função cardíaca se tornou totalmente incapacitante ou potencialmente fatal.

Prognóstico

O prognóstico varia, dependendo da causa específica e da gravidade da miocardiopatia. A taxa de sobrevivência das pessoas com a maior parte dos tipos de miocardiopatia melhorou dramaticamente nos últimos 10 anos devido ao maior número de tratamentos disponíveis.

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