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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Tracoma
Tracoma é uma doença oftalmológica infecciosa, de etiologia bacteriana, altamente contagiosa, que compromete a córnea e a conjuntiva, podendo levar à cegueira.
O tracoma é causado pela Chlamydia trachomatis, uma bactéria gram-negativa, que vive obrigatoriamente no interior das células, com tropismo especial pelas células epiteliais, transmitida por moscas caseiras, a partir de sujeiras.
A transmissão é feita pelo contato direto com as secreções oculares, nasais ou bucais de uma pessoa afetada, através de objetos em contato com essas secreções e até mesmo por meio de insetos.
Depois de uma incubação da bactéria, de cinco a doze dias, o indivíduo apresenta uma secreção mucopurulenta, corrimento ocular, pálpebras edemaciadas, fotofobia, dor e lacrimejamento.
Em sua fase inicial, o tracoma pode ter a aparência de uma ceratoconjuntivite bilateral.
Os pacientes que apresentam triquíase (crescimento das pestanas para dentro, em direção ao globo ocular), entrópio (a extremidade da pálpebra dobra para dentro e os cílios tocam a superfície do olho) ou ulceração corneana manifestam dor constante pois os cílios tocam a córnea.
Se a doença está mais avançada, pode haver a presença de cicatrizes na córnea e na conjuntiva, prejudicando a visão. Pode haver inchaço dos nódulos linfáticos que se localizam próximos aos ouvidos.
A maior ou menor gravidade da doença decorre principalmente da reincidência dos episódios e pelas conjuntivites bacterianas associadas.
O diagnóstico do tracoma pode ser feito clinicamente por meio de seus sinais e sintomas e complementado por meio de material coletado por raspagem da conjuntiva e corado para saber se há inclusões citoplasmáticas típicas das clamídias.
Pode-se também fazer uma sorologia com pesquisa da presença de anticorpos específicos.
Conforme o caso, a doença pode ser tratada com antibióticos ou sulfas de uso no local da lesão, sob a forma de colírios, cremes e pomadas ou de administração oral.
Se não for tratado a tempo e adequadamente, os sintomas se agravarão, podendo causar cegueira, em virtude da ulceração e cicatrização extensas da córnea.
A prevenção desta doença pode ser feita através da adoção de hábitos adequados de higiene, como lavar o rosto das crianças com frequência, não compartilhar objetos de uso pessoal e boas condições sanitárias.
Em virtude do alto grau de contágio da doença, as pessoas em contato com o paciente devem ser tratadas profilaticamente.
Indivíduos com tracoma grave têm maior probabilidade de desenvolverem entrópio, triquíase e opacificação de córnea.
Casos mais graves ou que evoluam sem tratamento podem levar à cegueira.
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