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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

TCC para esquizofrenia


Os medicamentos antipsicóticos são geralmente a primeira linha de tratamento para a esquizofrenia, no entanto, muitos pacientes recusam ou interrompem o tratamento farmacológico.

O objetivo do presente trabalho foi verificar se a terapia cognitiva foi efetiva na redução dos sintomas psiquiátricos em pessoas com transtornos do espectro da esquizofrenia que tinham escolhido não tomar drogas antipsicóticas.

Foi realizado um ensaio clínico simples cego randomizado e controlado em dois centros do Reino Unido entre 15 de fevereiro de 2010 e 30 de Maio de 2013.

Os participantes com idades entre 16 e 65 anos, com transtornos do espectro da esquizofrenia, que escolheram não tomar medicamentos antipsicóticos para a psicose, foram distribuídos aleatoriamente (1:1) por um sistema informatizado, com tamanhos de blocos permutados de quatro ou seis anos, para receber a terapia cognitiva mais o tratamento como é habitual ou o tratamento usual sozinho.

O resultado primário foi a pontuação na escala Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS), que foi avaliada no início do estudo e nos meses 3, 6, 9, 12, 15 e 18.

A análise foi por intenção de tratamento, com um modelo ANCOVA ajustado para local, idade, sexo e os sintomas iniciais.

Os 74 indivíduos foram aleatoriamente designados para receber a terapia cognitiva mais tratamento usual ou o tratamento como de costume sozinho.

Escores médios da PANSS foram consistentemente mais baixos no grupo da terapia cognitiva do que no grupo que recebeu tratamento como de costume.

Foram registrados oito eventos adversos graves: dois em pacientes no grupo da terapia cognitiva (uma tentativa de overdose e um paciente que representa risco para os outros pacientes, ambos após a terapia) e seis naqueles do grupo em tratamento habitual (dois óbitos, sendo que ambos eram considerados alheios à participação no estudo ou à saúde mental; três internações compulsórias em hospital para tratamento sob a Lei de Saúde Mental e uma tentativa de overdose).

A terapia cognitiva reduziu significativamente os sintomas psiquiátricos e parece ser uma alternativa segura e aceitável para pessoas com transtornos do espectro da esquizofrenia que optaram por não fazer uso de medicações antipsicóticas.

Tratamentos baseados em evidências devem estar disponíveis para estes indivíduos. É necessário que um estudo maior e definitivo seja realizado.

Fonte: The Lancet, publicação online de 6 de fevereiro de 2014

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