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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Inibidores da bomba de prótons! (IBP)


Não! Não estou falando de nada ligado a artefatos de guerra!

Trata-se, por exemplo, do "famoso" omeprazol e seus parentes utilizados para o tratamento de doenças do aparelho digestório.

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) – omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol – suprimem a secreção de ácido gástrico por meio de inibição específica da enzima H+/K+-ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica.

Embora haja diferenças farmacocinéticas, todos os representantes dessa classe são similares entre si, reduzindo em até 95% a produção diária de ácido gástrico.

A supressão ácida exerce papel essencial no manejo de doenças pépticas relacionadas à acidez gástrica.

Os IBP apresentam eficácia definida no tratamento de manifestações e complicações de doença péptica, doença do refluxo gastresofágico (tratamento de escolha), tratamento sintomático e cicatrização de úlceras pépticas induzidas por uso crônico de anti-inflamatórios não-esteróides (AINE), prevenção de lesões gastrintestinais induzidas por uso crônico de AINE e coadjuvante na redução de recorrência de úlceras pépticas induzidas por Helicobacter pylori.

Os IBP são especialmente indicados em pacientes com hipergastrinemia, síndrome de Zollinger-Ellison, úlceras pépticas duodenais refratárias a antagonistas H2e no tratamento prolongado de Esôfago de Barrett.

Apesar das controvérsias, há benefício provável no tratamento de dispepsia que se manifesta com pirose e regurgitação.

Porém, não há evidência de eficácia em tratamento e prevenção secundária de sangramento digestivo alto (SDA) e em prevenção primária de sangramento digestivo alto por úlcera de estresse.

Há situações crônicas que justificam o uso contínuo de IBP.

Porém, para a maioria dos pacientes cujos sintomas gastrintestinais são persistentes, é possível o tratamento intermitente com IBP, ou seja, toma um período, descansa e volta a tomar.

Algumas indicações para o uso de IBP

Doença do Refluxo Gastresofágico

É um dos distúrbios gastrintestinais mais prevalentes.

Estudos populacionais mostram que até 15% dos indivíduos apresentam pirose e/ou regurgitação pelo menos uma vez
por semana e 7%, diariamente. Os sintomas são causados por refluxo retrógrado de ácido e conteúdo gástrico para o esôfago por incompetência das estruturas de restrição mecânica na junção gastresofágica.

Os IBP são mais eficazes no alívio dos sintomas e mais comumente usados.

O tratamento durante oito semanas promove cicatrização da esofagite erosiva em 90% dos casos.

Os pacientes refratários podem dobrar a dose do IBP e administrá-lo duas vezes ao dia, antes das refeições.

Esôfago de Barrett

Trata-se de uma complicação grave da esofagite por refluxo e fator de risco para adenocarcinoma esofágico.

Recomenda-se o uso contínuo de um IBP em dose única diária.

Pacientes que não respondem clinicamente ao tratamento podem tomar o IBP em duas doses diárias.

No entanto, não há provas de que o tratamento de supressão ácida com IBP promova regressão do Esôfago de Barrett
ou impeça a progressão da doença para adenocarcinoma do esôfago.

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