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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Diverticulite: atualidades


A diverticulite é uma doença comum. Mudanças recentes na compreensão de sua história natural modificaram substancialmente os paradigmas de tratamento desta patologia.

Com o objetivo de rever a etiologia e a história natural da diverticulite e as recentes mudanças nas diretrizes de tratamento desta condição, foi realizada uma revisão sistemática publicada pelo periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA).

Os pesquisadores procuraram dados no MEDLINE e Cochrane para artigos em língua inglesa relativos ao diagnóstico e tratamento da diverticulite, publicados entre 1º de janeiro de 2000 e 31 de março de 2013.

Os termos de pesquisa foram aplicados a quatro tópicos: fisiopatologia, história natural, tratamento e indicações para a cirurgia.

Foram excluídas pequenas séries de casos e artigos baseados em dados acumulados antes de 2000.

Oitenta artigos preencheram os critérios para análise.

A fisiopatologia da diverticulite está associada à alteração da motilidade intestinal, aumento da pressão luminal e um microambiente desordenado no cólon.

Vários estudos examinaram semelhanças histológicas com doença inflamatória intestinal e síndrome do intestino irritável, mas se concentraram em associações ao invés de causas.

A história natural da diverticulite não complicada é muitas vezes benigna, por exemplo, em um estudo de coorte 2.366 de 3.165 pacientes hospitalizados por diverticulite aguda e acompanhados por 8,9 anos; apenas 13,3 % dos pacientes tiveram uma recorrência e 3,9% tiveram um segundo episódio de recorrência.

Em contraste com o que se pensava anteriormente, o risco de peritonite séptica é reduzido e não é aumentado a cada episódio de recorrência.

Os resultados de relatos de pacientes mostram 20% a 35% dos pacientes tratados conservadoramente para dor abdominal crônica em comparação com 5 % a 25 % dos pacientes tratados com cirurgia.

Ensaios clínicos randomizados e estudos de coorte mostraram que os antibióticos e as fibras não são tão benéficos como se pensava anteriormente e que a mesalamina pode ser útil. O tratamento cirúrgico para a doença crônica não é sempre garantia de sucesso.

As conclusões dos estudos recentes demonstram menor papel para uma intervenção agressiva com antibiótico ou cirurgia para tratar a diverticulite crônica ou recorrente do que se pensava ser necessário anteriormente.

Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 311, número 3, de 15 de janeiro de 2014


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