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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Crianças com dores de cabeça crônicas


Queixas frequentes de dor de cabeça em crianças devem ser levadas a sério.

Um estudo recente concluiu que 7,9% das crianças brasileiras de 5 a 12 anos têm enxaqueca.

Terapia cognitivo-comportamental associada à amitriptilina para enxaqueca crônica em crianças e adolescentes

Até o momento, não existem intervenções seguras, eficazes e duradouras baseadas em evidências para o tratamento de crianças e adolescentes com enxaqueca crônica.

Com o objetivo de determinar os benefícios da terapia cognitivo-comportamental (TCC), quando combinada à amitriptilina, versus a educação sobre dor de cabeça mais o uso de amitriptilina, em um grupo de crianças e adolescentes com cefaleia crônica, foi realizado um estudo clínico randomizado (aleatório) com 135 jovens (79% do sexo feminino), com idades entre 10 e 17 anos, com diagnóstico de enxaqueca crônica (≥ 15 dias com dor de cabeça/mês) e um Índice de Avaliação de Incapacidade Pediátrica com a Enxaqueca (PedMIDAS), do inglês Pediatric Migraine Disability Assessment Score, maior do que 20 pontos.

Eles foram distribuídos em grupos para receber TCC mais amitriptilina ou educação sobre dor de cabeça mais amitriptilina.

O estudo foi realizado no Headache Center do Cincinnati Children’s Hospital, entre Outubro de 2006 e Setembro de 2012; 129 completaram 20 semanas de acompanhamento e 124 completaram 12 meses de acompanhamento.

Dez sessões de TCC versus dez sessões de educação sobre dor de cabeça envolvendo tempo equivalente e atenção do terapeuta fizeram parte das intervenções realizadas.

Cada grupo recebeu 1 mg/kg/dia de amitriptilina e uma visita ao final de 20 semanas. Além disso, as visitas de acompanhamento foram realizadas em 3, 6, 9 e 12 meses.

Os principais resultados foram os dias com dor de cabeça, como desfecho primário, e a pontuação no PedMIDAS (faixa de pontuação de incapacidade: 0-240 pontos; 0-10 para pouco ou nenhuma, 11-30 para leve, 31-50 para moderada, maior que 50 para grave) como desfecho secundário; ambos determinados em 20 semanas de acompanhamento.

O significado clínico foi medido por uma redução de 50% ou mais nos dias com dor de cabeça e uma pontuação de incapacidade na faixa de leve a nenhuma (< 20 pontos).

No início do estudo, houve uma média de 21 dias com dor de cabeça em um período de 28 dias e a média no índice PedMIDAS foi de 68 pontos.

Ao final de 20 semanas, os dias com dor de cabeça foram reduzidos em 11,5 dias a menos para o grupo de TCC mais amitriptilina versus 6,8 dias a menos para o grupo da educação sobre dor de cabeça e amitriptilina.

Os valores do índice PedMIDAS diminuíram 52,7 pontos para o grupo TCC versus 38,6 pontos para o grupo da educação.

No grupo TCC, 66% tiveram uma redução de 50% ou mais em dias de dor de cabeça versus 36% no grupo de educação sobre cefaleia.

Aos 12 meses de acompanhamento, 86% do grupo TCC tiveram uma redução de 50% ou mais em dias de dor de cabeça contra 69% do grupo da educação em dor de cabeça, 88% do grupo TCC tinham um PedMIDAS de menos de 20 pontos versus 76% do grupo da educação.

A credibilidade das medidas de tratamento e a integridade do tratamento foram altas para ambos os grupos.

Concluiu-se que entre os jovens com enxaqueca crônica, o uso de TCC mais amitriptilina resultou em maiores reduções nos dias com dor de cabeça e na incapacidade relacionada à enxaqueca em comparação ao uso da educação sobre dor de cabeça mais amitriptilina.

Estes resultados suportam a eficácia da TCC no tratamento de enxaqueca crônica em crianças e adolescentes.


Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 310, número 24, de 25 de dezembro de 2013

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