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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Vitiligo


foto: psicoblog

A principal característica do vitiligo é a despigmentação da pele por falta de melanina. O distúrbio pode manifestar-se em adultos e crianças de todas as etnias.

Costuma provocar lesões isoladas ou que se espalham pelo corpo.

A evolução da doença é absolutamente imprevisível. Em alguns casos, fica estável; noutros regride, e há casos em que progride com rapidez.

Lesões de vitiligo podem estar relacionadas com um tipo de câncer de pele, o melanoma, com o diabetes e a miastenia.

Segundo a teoria neural, o vitiligo segmentar incide normalmente sobre a região de um nervo e é provocado pela liberação de neuropeptídeos, substâncias que inibem ou até destroem os melanócitos, ou seja, as células que produzem melanina, pigmento escuro que dá cor à pele.

Ele se chama segmentar porque acompanha o trajeto do nervo, respeita a linha média do corpo e não avança para outro lado.

A teoria citotóxica defende que certas substâncias derivadas da hidroquinona podem provocar a despigmentação da pele própria do vitiligo.

Elas estão presentes em alguns materiais como a borracha e os tecidos emborrachados que contêm derivados da hidroquinona.

É o que se diz ter acontecido com Michael Jackson.

Parece que tinha vitiligo e despigmentou a área do corpo que não havia perdido a cor.

Esse tipo de conduta terapêutica é indicado para pacientes em que a área despigmentada é maior do que a sadia.

Como resultado do tratamento, a pessoa fica branca por inteiro e não com o aspecto malhado característico da doença.

Existe o vitiligo autoimune, o mais frequente de todos, que consiste na formação de anticorpos que atacam o melanócito e o destroem, ou inibem a produção de melanina.

É muito comum estar associado a outras doenças autoimunes como diabetes tipo I, que é insulinodependente, tireoidites e, eventualmente, lúpus e miastenia.

Em 20% a 30% dos casos de vitiligo autoimune, observa-se que existe uma tendência genética para a doença.

Pai, irmão, tio, algum membro da família também tem vitiligo.

Embora ainda não se tenha isolado o gene específico da enfermidade, neles a destruição dos melanócitos provoca o aparecimento de áreas com despigmentação.

Nos 70%, 80% restantes, não se tem conhecimento de parentes com a doença.

Sabe-se que alguns fatores associados desencadeiam ou pioram o quadro.

Entre eles, destacam-se traumas e distúrbios emocionais importantes.

Em vista disso, o acompanhamento psicoterápico pode ajudar no tratamento.

As primeiras lesões podem aparecer em qualquer idade.

Podem surgir na infância até os cinco ou sete anos ou na adolescência.

No total, 50% dos casos aparecem até os 20 anos.

Em alguns casos, a doença fica estável; noutros regride e até se consegue a cura definitiva do paciente, mas há aqueles que progridem com rapidez.

Com frequência aparece uma lesão que não aumenta na pálpebra ou ao redor da boca, mas podem aparecer outras gradativamente, de acordo com a gravidade do caso, e que vão se disseminando pelas mãos, cotovelos, pernas, etc.

Pode ocorrer repigmentação espontânea da pele.

No entanto, há casos associados a doenças neoplásicas.

Sabe-se que 10% dos pacientes com melanoma metastático (tumor maligno que começa nas pintas do corpo) têm lesões vitiligoides por causa da formação de anticorpos que atacam o melanócito na tentativa de defender o organismo das células malignas e, como consequência, surgem lesões de vitiligo, que, neste caso, é secundário ao melanoma e não uma lesão primária como pode acontecer, por exemplo, na forma auto-imune.

Depois do diagnóstico, o paciente precisa receber orientações gerais a respeito da doença, de sua possível evolução, instituir o tratamento e observar a resposta que produziu.

O paciente com vitiligo precisa tomar sol (faz parte do tratamento) com bastante cuidado, por períodos curtos, nos horários estipulados pelo médico e usar protetor solar.

Relembrando o fenômeno de Koebner, uma queimadura solar seria um estímulo importante para formar nova lesão de vitiligo.

É altamente indicado o uso de fator de proteção do filtro solar, que deve ser pelo menos 30 e o paciente precisa reaplicá-lo a cada duas ou três horas, especialmente se estiver na praia ou na piscina.

É importante lembrar que mesmo com protetor não pode expor a pele nua ao sol.

Usar camisetas pode ser uma boa medida.

Não existe nenhuma teoria médica em relação aos alimentos.

Alguns trabalhos mostram que antioxidantes, como vitamina E, vitamina C, betacaroteno e ácido fólico, podem eventualmente melhorar as lesões de vitiligo.

Quanto aos medicamentos, não se sabe de nenhum que seja contraindicado para esses pacientes.

O tratamento cubano, de que se falou muito a respeito, era à base de melagenina.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia considera que o aspecto emocional e psicológico pesava mais na resposta clínica do paciente, porque os resultados do tratamento realizado em Cuba não foram superiores aos obtidos pela fototerapia convencional.

ão inúmeros os tratamentos, porque não existe o tratamento ideal. Depende de cada caso. Lesões pequenas podem ser tratadas com pomadas de uso tópico à base de corticoides.

Recentemente, substâncias imunossupressoras de ação e uso semelhantes aos do corticoide mostraram bons resultados em alguns casos. A brasileira se chama pinecrolimus e a americana, tacrolimus.

Quando a progressão das lesões vitiligoides é muito rápida, podem ser receitados corticoides por via oral, mas antes é bom afastar a possibilidade de uma doença sistêmica (diabetes, tireoidite, lúpus ou até neoplasias) estar associada ao vitiligo.

Outro tratamento bastante utilizado, talvez o mais utilizado para o vitiligo, é a fototerapia. O paciente é orientado para expor-se ao sol após usar substâncias fotossensibilizantes.

Aplicadas sob a forma de cremes e loções, tornam a pele mais sensível à ação do sol, estimulando sua pigmentação. Para usá-las, no entanto, é preciso seguir rigorosamente a orientação médica.

Se o tempo de exposição exceder ao que foi recomendado, pode ocorrer queimadura que leva à formação de nova lesão ou, ainda, queimaduras mais graves, se elas foram passadas em áreas mais extensas.

Quando o vitiligo é extenso e há lesões espalhadas pelo corpo, o ultravioleta A pode ser associado a drogas de uso tópico e por via oral, os psoralenos que são fotossensibilizantes.

É o método PUVA.

O paciente toma remédio e depois de duas horas entra numa cabine e se submete à exposição aos raios ultravioleta A.

Posteriormente, deixa de tomar a droga e recebe banhos de luz de ultravioleta B de banda estreita.

A despigmentação é um recurso para os pacientes que têm 70% do corpo despigmentado.

Embora existam alguns trabalhos recentes afirmando que áreas de vitiligo submetidas ao ultravioleta não teriam mais tendência a desenvolver câncer de pele, o paciente precisa ter cuidado com o sol, não só por causa do câncer, mas pelo perigo que as queimaduras podem representar para a pele despigmentada.






fonte: site do Dr. Dráuzio Varella

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