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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pericardite


Pericardite é uma inflamação do pericárdio.

O pericárdio é uma bolsa que envolve o coração e a raiz dos grandes vasos, composta por duas estruturas pouco distensíveis, uma externa, fibrosa (pericárdio fibroso), em contato com as estruturas mediastinais, e outra interna, serosa (pericárdio seroso), constituída por duas lâminas (parietal e visceral).

Entre o pericárdio fibroso e o seroso e entre as duas lâminas do pericárdio seroso há a formação de espaços virtuais preenchidos por finas camadas de líquido lubrificante.

O pericárdio tem como função manter o coração em sua posição fisiológica, impedir que ele se encha de sangue além de sua capacidade de ser uma barreira contra infecções.

Muitas vezes não se consegue determinar a causa da pericardite e ela então é chamada de pericardite idiopática. Dentre as causas conhecidas estão as infecções por vírus, fungos ou bactérias.

A pericardite pode estar associada a distúrbios autoimunes como o lúpus, por exemplo; metástases adjacentes de cânceres; hipotireoidismo; uremia que acompanha a insuficiência renal; febre reumática; tuberculose; infarto do miocárdio; lesão ou trauma no tórax; miocardite; radioterapia no tórax e mesmo efeito colateral de alguns medicamentos.

A pericardite pode ser aguda ou crônica. A pericardite aguda é a inflamação repentina do pericárdio e dura, em média, duas semanas. A forma crônica tem início gradual e persiste durante um tempo maior. Os principais sinais e sintomas da pericardite são:

•Dor aguda e continuada.

•Dificuldade de respirar ao se deitar, a qual se alivia ao assentar-se com o tórax inclinado para frente.

•Ansiedade.

•Tosse seca.

•Cansaço.

•Febre.

Na ausculta cardíaca pode-se ouvir um som anômalo, chamado atrito pericárdico, resultante da fricção entre si das camadas do pericárdio.

Os sons normais do coração podem estar pouco audíveis, em virtude do acúmulo de líquidos entre as membranas e lâminas pericárdicas.

Na ausculta pulmonar os sons podem estar enfraquecidos e podem-se ouvir estalidos nos pulmões. A dor, localizada no centro ou no lado esquerdo do tórax, pode irradiar-se para o ombro esquerdo e o pescoço.

O diagnóstico da pericardite deve ser feito pela história clínica do paciente e pelo exame físico, levando-se em conta sobretudo os sons anormais das auscultas cardíaca e pulmonar.

Alguns exames complementares como a radiografia do tórax, o eletrocardiograma, a ecografia cardíaca e os exames laboratoriais tais como hemograma, VHS (velocidade de hemossedimentação) e dosagem de enzimas cardíacas podem complementar o diagnóstico. A ressonância magnética pode detectar um derrame líquido no pericárdio.

Os sintomas da pericardite devem ser diferenciados daqueles de outras doenças relacionadas como pneumonia, embolia pulmonar, refluxo gastroesofágico, infarto agudo do miocárdico, etc.

Os casos leves são tratados com medicamentos anti-inflamatórios e medicações que visem amenizar a dor.

Se o paciente não apresentar complicações pode fazer tratamento oral em casa devendo, contudo, evitar esforços.

Pacientes com pericardite e derrame pericárdico de moderada gravidade ou aqueles que apresentam alguma doença grave associada devem ser internados.

Quando se conhece as causas da pericardite elas devem ser tratadas pelos meios próprios. Se a função cardíaca estiver alterada, também deve ser tratada; se for normal, o médico pode adotar uma atitude expectante.

Em casos mais graves, em que ocorre uma constrição do pericárdio após uma pericardite de qualquer etiologia, em virtude da proliferação de tecido fibroso cicatricial, pode ser indicado o tratamento cirúrgico.

Essa constrição pode ser o estágio final da inflamação do pericárdio, prejudicando o seu funcionamento normal.

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