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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

TDAH


O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica de causa genética que acomete as crianças e que geralmente acompanha a pessoa por toda a vida.

ATENÇÃO: NÃO É "FRESCURA" OU "PREGUIÇA"! É UMA CONDIÇÃO NEUROBIOLÓGICA, QUER DIZER, "UM DEFEITINHO DE FABRICAÇÃO" QUE TEM COMO TRATAR COM AUXÍLIO DE ORIENTAÇÃO PSICO-PEDAGÓGICA E MEDICAÇÃO!

Suas manifestações são mais frequentes – ou mais nítidas – nos meninos que nas meninas.

Alguns autores acham que essa é uma doença “inventada” pela indústria farmacêutica, interessada em vender remédios, outros a descrevem como uma entidade nosográfica nítida e defendem sua existencial real.

Na verdade, a enfermidade não tem uma “marca registrada”, seja no sentido sintomático, seja no etiológico, que assegure a sua existência, mas a mesma coisa acontece com enfermidades que hoje já têm a sua existência consagrada, como as depressões, a esquizofrenia ou a ansiedade, por exemplo.

A verdade é que as pessoas que sofrem de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), seja ela meramente “um jeito diferente de ser” ou não, têm maior taxa de abandono escolar, reprovação, desemprego, divórcio e acidentes automobilísticos que as outras e melhoram substancialmente quando adequadamente tratadas.

A Organização Mundial de Saúde reconhece a sua efetiva existência e na sua Classificação Internacional de Doenças, lista essa condição como um transtorno mental, sob o número F90 (transtornos hipercinéticos).

O fator causal principal parece ser uma susceptibilidade genética.

Estima-se em 70% a concordância para o problema entre gêmeos idênticos e quando um dos pais tem o problema, a chance do filho também tê-lo é o dobro do normal.

Se ambos os pais têm, a chance dos filhos é oito vezes maior.

Essa maior ocorrência familiar pode, contudo, estar relacionada também ao aprendizado de um padrão de comportamento desatento e hiperativo.

Afora isso, tem-se apontado maior incidência relacionada com problemas da gravidez e do parto e à exposição a determinadas substâncias (chumbo).

Danos cerebrais perinatais no lobo frontal, por meio de alteração de neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) podem afetar processos de atenção, motivação e planejamento, relacionando-se indiretamente com a doença.

Problemas familiares, embora não sejam as causas únicas da doença, parecem torná-la mais aparente, como grande número de filhos, alto grau de brigas entre os pais, baixa instrução educacional, famílias com baixo nível socioeconômico, criminalidade dos pais, colocação em lar adotivo e/ou pais com transtornos psiquiátricos.

Por outro lado, a idêntica prevalência do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em diversas regiões do globo parece indicar que as diferenças de estilo de educação ou das relações pais/filhos têm pouca ou nenhuma influência na geração do problema.

Deve-se falar, então, no máximo, de predisposição genética e não de determinação genética.

Os principais sinais e sintomas do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são: desatenção, inquietude e impulsividade.

Em geral, as crianças afetadas são irrequietas e desatentas, apresentando dificuldades escolares e no relacionamento com os pais e com as demais crianças, e são etiquetadas com expressões como “bicho carpinteiro”, “avoadas”, “estabanadas”, “vivendo no mundo da lua”, etc.

Geralmente têm problemas de comportamento, porque têm dificuldades de absorver regras e limites.

Quando adultas essas pessoas têm desatenção para os problemas cotidianos bem como deficiências de memória.

Geralmente são inquietos, vivem “inventado coisas”, “passam o carro na frente dos bois” e não conseguem relaxar, a não ser quando dormem.

Frequentemente são considerados egoístas porque têm dificuldades de avaliar o próprio comportamento em função dos outros e costumam envolver-se com álcool e drogas.

Nas provas escolares as crianças atingidas cometem frequentes erros não por falta de conhecimento, mas por distração e em geral mostram-se muito esquecidas (esquecem recados, material escolar, compromissos, etc.).

Têm dificuldades de planejar as coisas ou de seguir o que tenha sido planejado para elas.

O diagnóstico do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é eminentemente clínico e não há nenhum exame capaz de “selar” o diagnóstico.

Por isso, ele somente deve ser feito por profissional que conheça profundamente o assunto.

O termo hiperatividade tem sido indevidamente empregado e muitas crianças têm sido rotuladas erroneamente como hiperativas.

A primeira suspeita diagnóstica geralmente parte de educadores como psicopedagogos ou fonoaudiólogos, mas deve ser confirmada por um médico (preferencialmente psiquiatra infantil ou um profissional especializado em neuropsicologia), juntamente com um psicólogo ou terapeuta ocupacional.

Hoje em dia já existem testes e questionários que ajudam no diagnóstico clínico e sabe-se que a área do cérebro envolvida nesse processo é a região orbital frontal, responsável pela inibição do comportamento e pela atenção sustentada.

O diagnóstico neuropsicológico, portanto, é feito através da aplicação destes testes, que são a única maneira de se avaliar a existência ou não de TDAH.

O diagnóstico diferencial deve ser feito com o transtorno bipolar, a depressão, outros problemas de conduta, etc.

Além disso, na avaliação neuropsicológica, é possível, através dos testes, observar se há algum outro componete físico que chame atenção e que justifique, por exemplo, o baixo rendimento escolar, como no caso de limitações na audição ou na visão, como, por exemplo também, no caso da dislexia, que é um dos diagnósticos diferenciais para esta situação.

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