Pesquisar este blog

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Intolerância à lactose


A lactose é um dissacarídeo presente no leite e seus derivados, formado por dois carboidratos menores, a glicose e a galactose e que deve ser adequadamente digerida para ser absorvida.

O leite humano contém de 6 a 8% dessa substância e o leite de vaca de 4 a 6%.

Na maioria dos mamíferos a digestão da lactose (hidrólise) depende da enzima lactase, que é sintetizada pelo intestino durante o período de amamentação e que ajuda no processo de digestão e absorção do leite.

Se faltar a lactase, a lactose não pode ser digerida, originando sintomas.

Essa deficiência afeta até 15% das pessoas de descendência europeia, até 80% dos latinos e afro-descendentes e até 100% dos índios americanos e asiáticos.

Essa crucial ausência de lactase pode existir desde a infância ou começar mais tarde, em razão de determinadas enfermidades.

Acredita-se que os antigos neandertais não tinham a capacidade de processar a lactose e que essa capacidade se desenvolveu por mutação após a domesticação do gado, sendo ainda falha em alguns indivíduos.

Mas há também a possibilidade de falta ou insuficiência de outras enzimas digestivas, porque há três tipos de intolerância à lactose (alergia ao leite), que se devem a processos diversos:

•Intolerância congênita: provavelmente hereditária, que acontece logo após o nascimento.

•Intolerância que ocorre depois de diarreias: comuns no primeiro ano de vida. Geralmente manifesta-se após episódio de diarreia infecciosa.

•Diminuição progressiva da capacidade de digestão da lactose: frequente a partir dos dois anos de idade até a idade adulta.

Crianças maiores e adultos podem não precisar de uma dieta que exclua totalmente a lactose e são capazes de tolerar pequenas quantidades das substâncias. Algumas, por exemplo, são capazes de tolerar alguns derivados do leite, outras não.

As causas principais da intolerância à lactose são: doenças e cirurgias intestinais e quadros de infecções do intestino delgado que podem afetar as células do revestimento do intestino ou uma falta congênita (genética) de lactase.

A concentração normal da lactase nas células intestinais é farta no nascimento e decresce com a idade.

A lactose não digerida torna-se uma fonte abundante de alimento para a flora intestinal, que então começa a crescer descontroladamente e gerar sintomas.

Os bebês prematuros têm intolerância à lactose com maior frequência que aqueles que nascem de gestação a termo.

Alguns desses últimos podem também mostrar sinais de intolerância à lactose, mas isso só ocorre após os três anos de idade, pelo menos.

Os principais sinais e sintomas da intolerância à lactose são: diarreia (por afetar a osmolaridade do intestino), cólicas e presença de gases intestinais, inchaço na barriga, náuseas e vômitos.

Esses sintomas se agravam de trinta minutos a duas horas após a ingestão de produtos lácteos e se aliviam se a ingestão de produtos lácteos for suprimida.

Em bebês o transtorno pode ocasionar perda de peso e um crescimento mais lento.

Em primeiro lugar, a intolerância à lactose poder ser sugerida pela história clínica.

Ela é parecida com a alergia à proteína, porém, têm causas e sintomas diferentes.

A primeira medida para distinguir uma da outra é tomar uma história clínica detalhada.

O exame laboratorial utilizado é o teste de tolerância à lactose, que consiste em medir os níveis sanguíneos de glicose após uma dose oral de lactose.

A diminuição de sintomas após a abstinência de lactose serve como mais um teste diagnóstico.

Outros exames para ajudar a diagnosticar a intolerância à lactose incluem a endoscopia intestinal, o teste do hidrogênio no ar expirado com lactose e o do pH das fezes.

É importante atentar-se para o diagnóstico diferencial porque outros problemas intestinais podem causar sintomas idênticos.

Nenhum comentário: