Pesquisar este blog

sábado, 25 de maio de 2013

Alucinações: vamos aprender um pouco.



Alucinações são distúrbios da sensopercepção que consistem na percepção de objetos inexistentes, acompanhados da convicção inabalável na existência dos mesmos. As alucinações guardam as mesmas características das percepções verdadeiras:

•Constância: o objeto percebido mantém invariável sua forma.

•Contornos nítidos: os objetos aparecem com bordas nítidas.

•Exterioridade: os objetos são percebidos como exteriores ao indivíduo.

•Corporeidade: o objeto aparece em três dimensões e não como projetado sobre uma superfície.

•Opacidade: o objeto “encobre” aquilo a que se sobrepõe.

Costuma-se chamar de pseudoalucinações aqueles fenômenos perceptivos, patológicos ou não, que não observam essas características. Por exemplo: imagens produzidas pelos sonhos, por certas intoxicações e por certos tipos psicóticos.

Geralmente os doentes atribuem um sentido delirante às suas alucinações. As vozes que escuta, por exemplo, são interpretadas como sendo a voz do demônio, de Deus, dos espíritos, etc.

•Alucinações auditivas: podem aparecer sob forma de sons, vozes que transmitem ordens, diálogos, comentários sobre atos do paciente, críticas, injúrias e difamações sobre a pessoa que alucina ou sonorizar o pensamento do próprio paciente. Na maioria das vezes o conteúdo das vozes é desabonador, acusatório, infame e caluniador. Quando elas sonorizam seu pensamento, o paciente costuma alegar que pensa em voz alta. Outras vezes tem a impressão de que as vozes comentam seus atos: "ele levantou-se da cadeira", "ele ligou a televisão", etc. Algumas vezes as vozes podem dar ordens ao paciente, o qual as obedece mesmo contra sua vontade, situação de certo perigo, já que, em geral, essas ordens são eticamente condenáveis.

•Alucinações visuais: são percepções visuais errôneas, não corrigíveis pela argumentação lógica. O objeto alucinado pode ou não ter uma forma definida: clarões, chamas, raios, vultos, sombras ou pessoas, monstros, demônios, animais, santos, anjos, bruxas ou constituírem uma cena, como, por exemplo, ver palhaços dançando no meio da rua, etc. Em alguns casos, como no delirium tremens dos alcoólatras, elas em geral representam pequenos animais andando sobre o corpo, dando origem à grande ansiedade. Uma situação especial ocorre quando o paciente se vê fora de seu próprio corpo. Chama-se a isso de alucinação autoscópica.

•Alucinações táteis: as alucinações táteis se dão principalmente nas psicoses tóxicas e nas delirantes crônicas. No delirium tremens ou na dependência de cocaína, o paciente sente que pequenos animais caminham sobre sua pele, bem como tem a impressão de experimentar pancadas, alfinetadas, queimaduras, etc. Chama-se de alucinações cinestésicas quando se referem a sensações sobre a corporalidade (o corpo está aumentando ou diminuindo de tamanho ou se deformando, o fígado está se desfazendo, seus intestinos estão apodrecidos, o cérebro está esvaziado e assim por diante) e de cenestésicas, quando se referem a movimentos (o corpo está oscilando, o braço levantou-se, a parede está se movendo, etc.).

•Alucinações olfativas e gustativas: em geral as alucinações olfativas e gustativas estão associadas e são raras. Estados delirantes cujo tema diz respeito à putrefação podem estar associados a gostos e odores desagradáveis. Elas podem também ocorrer em algumas auras epilépticas.

Nenhum comentário: