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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Parar de Fumar




Um amigo disse para o outro: "Parar de fumar é muito fácil. Eu já consegui parar 19 vezes..." Realmente, muitas pessoas que de uma forma bem intencionada tentam abandonar o vício, voltam a ele. Parar definitivamente de fumar não é coisa fácil. Embora seja impossível quantificar com exatidão as recaídas, estima-se que apenas ¼ dos pacientes que se submeteram a tratamento anti-tabagístico continuam sem fumar ao cabo de um ano.

A nicotina é uma substância que cria uma dependência semelhante ao das drogas entorpecentes. Mais sério ainda é o fato de que fumar pode não gerar qualquer reação desagradável ou malefício orgânico imediato, embora mais tarde possa motivar complicações graves e até mortais. Os primeiros cigarros podem ocasionar uma leve tontura ou um ligeiro enjoo, que cedem rapidamente com a continuidade deles e o fumante pode seguir por longo tempo sem sintomas aparentes. Mas, se fizer uma análise de sangue, avaliações respiratórias, provas de esforço e exame do estado das artérias, entre outras, o fumante constatará alterações em todas elas.

O uso continuado do cigarro por um longo período de tempo pode levar a graves enfermidades pulmonares, a infarto do miocárdio, a acidente vascular cerebral e ao câncer, entre outras enfermidades.

A dependência do cigarro e a possibilidade de vencê-la tem graus diferentes de gravidade e depende também de estilos pessoais. Assim, um fumante, ao tentar acender seu cigarro, constatou que seu isqueiro não acendia e, irritado, atirou fora a peça e o restante do maço de cigarros e nunca mais voltou a fumar. Ao contrário, um segundo, já de pijamas e deitado, numa noite fria de inverno, tem de levantar, trocar de roupa, retirar o carro da garagem e dirigir até um bar para comprar o cigarro que acabara. Um terceiro deixou definitivamente de fumar ante uma dor no peito que julgou ser sinal de uma angina pectoris, enquanto outro, embora tenha interrompido os cigarros, para efeito público, após um infarte do miocárdio, continuou fumando às escondidas. É difícil julgar, em cada caso, o grau de dependência à nicotina, mas alguns dados são indicadores da grande intensidade dela: fumar ao acordar, antes do café da manhã; fumar um grande número de cigarros por dia; fumar mesmo estando doente, de cama.

Quem fuma é dependente da nicotina e a interrupção dela gera sintomas de abstinência, como irritação, mudança de humor, insônia, falta de concentração, etc. Esses sintomas podem ser minimizados por certas técnicas de interrupção e por certas medicações, mas sempre restará uma dose transitória deles, a qual deverá ser tolerada pelo abstinente.

O cigarro pode causar ou agravar vários males orgânicos, como:

• Enfisema e outras doenças pulmonares.

• Tromboembolismo arterial.

• Infarto do miocárdio.

• Acidente vascular cerebral.

• Maior tendência ao câncer.

• Impotência sexual.

• Em mulheres, fumar prejudica a gravidez.

Prejuízos sociais de fumar:

• Danos causados à limpeza pública ou doméstica pelas cinzas e tocos de cigarro.

• Incêndios em habitações e em vias públicas, causados pelos cigarros.

• Poluição que o cigarro acarreta.


• Mau hálito.

• Gastos que acarretam para si e para os poderes públicos.

• Exemplo transmitido aos filhos e netos.

• Prejuízo causado às demais pessoas pelos “fumantes passivos” à sua volta, etc.

Benefícios de parar de fumar?

• Sua pressão sanguínea e pulsação voltam rapidamente ao normal.

• Em curto espaço de tempo, desaparecem o frio de suas mãos e pés.

• Depois de algumas poucas horas a nicotina desaparece do seu sangue.

• Depois de algumas horas o oxigênio no sangue se normaliza.

• Depois de dois dias seu olfato melhora.

• Depois de algumas semanas sua respiração e sua circulação melhoram.

• A tosse e a expectoração diminuem.

• Fica mais fácil caminhar por longos percursos.

• Depois de 5 a 10 anos o risco do infarto torna-se igual ao dos não fumantes.
estratégias para parar de fumar?

Muitos fumantes (a maioria, certamente) preferem não procurar programas profissionais antitabagismo e tentam parar de fumar sozinhos. De qualquer forma, seguir algumas regras é importante.

• Você deve decidir se deseja parar abruptamente ou progressivamente e fazer um planejamento para alcançar a sua meta.

• Determinar uma data para parar definitivamente.

• Nunca dê a primeira tragada. Ela inevitavelmente leva a outras.

• Não guarde maços com restos de cigarros, isqueiros ou cinzeiros.

• Mantenha suas mãos sempre ocupadas.

• Visite o dentista para retirar dos dentes todos os resíduos de cigarros.

O que eu faço quando tiver vontade de fumar?

• Procure ler coisas leves, fazer quebra-cabeça, etc.

• Faça exercícios de respiração profunda.

• Beba um copo de água.

• Coma algum alimento saudável.

• Escove os dentes.

• Masque um chiclete.

• Mude de ambiente.

• Saia para caminhar.

• Tome um banho.

• Faça exercícios físicos.

Não se preocupe com a ideia de que parar de fumar engorda. Isso de fato acontece com algumas pessoas, mas não com todas. O fato de engordar pode ser controlado por meio de dietas e exercícios, além de que, embora o ganho de peso seja danoso à saúde, o cigarro o é no mesmo nível ou ainda mais.

Existem tratamentos para parar de fumar?

Pode-se tratar o tabagismo com métodos diretos e indiretos.

• Métodos diretos são os que visam pessoalmente o fumante. Envolvem a utilização de aconselhamento, técnicas pessoais, medicamentos e psicoterapia.

• Métodos indiretos são as leis e as campanhas educacionais e de saúde pública antifumo e a aplicação de altos impostos sobre o cigarro.

Os tratamentos clínicos geralmente são necessários para fumantes com alto grau de dependência, os quais, em geral, estão sob risco maior de doenças relacionadas ao tabaco.

Hoje em dia existem medicações de eficácia para quem deseja parar de fumar. Esses medicamentos são divididos em duas categorias: medicamentos nicotínicos, também chamados de Terapia de Reposição de Nicotina, e medicamentos não-nicotínicos. Os primeiros se apresentam principalmente sob a forma de adesivos. Os medicamentos não-nicotínicos são antidepressivos. Um deles, a bupropiona, é o medicamento de eleição desse grupo, por ser um medicamento que em geral não apresenta efeitos colaterais importantes.

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