Pesquisar este blog

sábado, 12 de maio de 2012

Lúpus eritematoso





O que é lúpus eritematoso?

O lúpus eritematoso sistêmico (LES ou lúpus, simplesmente) é uma doença autoimune de causa desconhecida, que pode afetar qualquer parte do corpo e que resulta em inflamação e dano tecidual.

A doença é bem mais frequente em mulheres do que em homens (9 para 1) e surge geralmente entre os 15 e os 50 anos de idade, sendo mais comum na raça negra. Predomina nos países tropicais, onde a luz solar é mais forte.

Há duas formas da doença: a discoide e a sistêmica. A forma discoide sempre é limitada à pele e a forma sistêmica pode afetar também órgãos internos e, por isso, costuma ser mais grave. Em alguns casos (cerca de 10%), o lúpus discoide pode evoluir para o lúpus sistêmico.

O lúpus cursa com períodos de inatividade, que podem durar anos. Ele não é transmissível de uma pessoa para outra. Suas manifestações variam muito em diferentes doentes. Há casos simples, que exigem intervenções médicas mínimas e outros, graves, com danos a órgãos vitais.

Quais são as causas do lúpus eritematoso?

O aparecimento e a evolução da doença estão ligados à predisposição genética e a certos fatores ambientais, como a exposição à luz ultravioleta, o uso de alguns medicamentos, presença de vírus, bactérias e ao hormônio estrogênico. Com o passar do tempo, as reações imunológicas causam a formação de complexos antígeno-anticorpos e a fixação de complementos que causam lesões teciduais, além da citotoxicidade mediada por anticorpos diversos.

Quais são os sinais e sintomas do lúpus eritematoso?

Os sinais e sintomas do lúpus eritematoso são muito variáveis e dependem da gravidade e localização das lesões. Em geral, eles são intermitentes, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Os sintomas mais comuns são febre, mal-estar, inflamação nas articulações, nos pulmões e nos gânglios linfáticos, dores pelo corpo, manchas avermelhadas na pele e aftas.

Cerca de 30% dos pacientes sofrem de sintomas dermatológicos permanentes, enquanto 65% deles apenas sentem estas manifestações em momentos determinados. Alguns pacientes apresentam espessamento da pele ou manchas vermelhas. A mancha que atinge o nariz e as bochechas, em forma de asa de borboleta, é típica do lúpus.

Quais são os transtornos associados ao lúpus?

Manifestações musculoesqueléticas, sob a forma de dores articulares, atingem cerca de 80% dos pacientes. Contudo, a artrite lúpica apresenta menor risco de incapacidade motora que a artrite reumatoide e geralmente não causa graves danos às articulações. As manifestações hematológicas mais comuns são anemia e baixa de leucócitos e de plaquetas. Podem ocorrer infecções cardíacas, como pericardites, endocardites e miocardites. A aterosclerose parece ser mais frequente nas pessoas com lúpus do que na população geral. Além desses sintomas, podem também ocorrer problemas neuropsiquiátricos como ansiedade, depressão, somatização e/ou distúrbios cognitivos.

São raros os casos de confusão mental, psicoses ou convulsões, mas são frequentes os comprometimentos renais. Podem ocorrer também fotossensibilidade e úlceras de mucosa.

Como o médico diagnostica o lúpus eritematoso?

Além da história da doença, que pode criar uma primeira suspeita, há exames de anticorpos altamente específicos, que selam o diagnóstico. Alguns sinais clínicos também sugerem a doença: vermelhidão característica no nariz e face, geralmente em forma de "asa de borboleta", lesões cutâneas discoides, dor, edema, serosites, etc.

Como é feito o tratamento do lúpus eritematoso?

O lúpus eritematoso não tem cura, mas seus sintomas podem ser controlados ou diminuídos por intermédio de medicações. É possível também tratar as complicações da doença. As infecções podem requerer antibióticos, a febre isolada pode ser tratada com aspirina ou anti-inflamatórios não-hormonais. Corticoides e imunossupressores podem ser indicados nos casos mais graves ou em fases de recrudescimento da doença. No caso de lesões cutâneas disseminadas é recomendado o uso de antimaláricos como a cloroquina.

As gestantes portadoras de lúpus necessitam de um acompanhamento médico rigoroso durante a gravidez, visto que a doença pode atingir também o feto em gestação.

Vacinas com vírus vivos não devem ser prescritas a pacientes com lúpus, já as vacinas contra pneumonia e gripes são comprovadamente seguras.

Como evolui o lúpus eritematoso?

Atualmente ainda não há cura para o lúpus eritematoso, mas ele é tratável sintomaticamente com corticoides, imunossupressores e outras medicações. O lúpus pode apresentar complicações fatais que, no entanto, são cada vez mais raras. A taxa de sobrevivência para pessoas com lúpus é de aproximadamente 95% em cinco anos, 90% em 10 anos e 78% em 20 anos.

Quais são as recomendações básicas para um paciente com lúpus?

• Usar protetores solares durante todo o dia.

• Não tomar anticoncepcionais. Os estrógenos podem agravar a doença.

• Se desejarem engravidar, as pacientes com lúpus precisam manter acompanhamento médico estrito.

• Não usar álcool, cigarro ou outras drogas.

• Manter atividades físicas regulares.

Nenhum comentário: