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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Bom humor faz bem para a saúde?




Não fumar, alimentar-se equilibradamente, evitar carnes vermelhas e gordurosas, praticar exercícios físicos regularmente, dormir número satisfatório de horas, ter a vida regrada, não cometer exageros nem excessos, e outras tantas recomendações espartanas já está provado: talvez você não viva mais, mas sua vida vai parecer uma eternidade.

Essa brincadeira sugere, singelamente, que as atitudes necessárias para um modo de vida politicamente correto, podem ser medidas que fazem viver mais, mas nem sempre, melhor. Viver mais, não significa viver melhor, automaticamente, ou seja, quantidade não é sinônimo de qualidade.

Há alguns anos, afirmar que existia um vínculo direto entre o humor e a boa saúde era quase uma heresia para a ciência. Hoje em dia, a medicina em geral e a psiquiatria, em particular, estudam muito a importância do bom humor, dos bons sentimentos e da afetividade sadia na qualidade de vida e na saúde global da pessoa, sobretudo na prevenção de doenças e como fator de melhor recuperação de moléstias graves, entre as quais o câncer.

Patch Adams é o nome de um filme, protagonizado por Robin Williams, que conta a história de um estudante de medicina esforçado, de todas as maneiras possíveis, em mostrar a importância de humanizar a profissão médica, bem como a importância do humor como meio para atingir o bem-estar dos doentes.

Afortunadamente, salvo infelizes exceções, parece que hoje já não existe dúvida nenhuma sobre a relação que existe entre o estresse, seja ele físico ou emocional, e a saúde orgânica, incluindo o funcionamento do sistema imunológico e o desenvolvimento de alguns tipos de câncer.

Da pesquisa dessas questões, dedica-se uma parte bastante nova da medicina que é a psiconeuroimunologia, ou seja, o estudo da maneira pela qual as emoções influem no sistema imunológico das pessoas. É o estudo dos mecanismos de interação e comunicação entre a mente e os três sistemas responsáveis de manter o organismo equilibrado: o sistema nervoso, o imune e o endócrino.

A comunicação entre esses três sistemas se produz através de substâncias químicas geradas por eles, como os hormônios, os neurotransmissores e as citoquinas. Segundo as descobertas, os acontecimentos estressantes processados através da cognição da pessoa, ou seja, através do sistema de crenças e valores próprio de cada indivíduo, podem originar sentimentos negativos de cólera, raiva, depressão, falta de defesas e desesperança. As pessoas com esses sentimentos são consideradas possuidoras de índice emocional negativo.

As investigações sobre as contribuições do bom humor para a saúde são mais recentes e menos numerosas que os estudos sobre os efeitos danosos da tristeza, da angústia e da raiva (veja Raiva e Ódio, Emoções Negativas na seção Temas Livres).

Um recente estudo sobre os Linfócitos T “natural Killer”, importantes na imunidade contra tumores, mostrou os efeitos de programas que estimulam o riso e o bom humor no aumento da atividade dessas células do sistema imunológico, ao mesmo tempo em que os estados depressivos enfraqueciam esse aspecto da defesa orgânica.

Os efeitos do bom humor sobre a saúde física são tão evidentes que uma boa e sincera risada pode ter a importância de uma sessão de ginástica. Na psicossomática a medicina se preocupou, até agora, em mostrar os mesmos resultados de maneira inversa, ou seja, mostrando as relações entre determinadas emoções e a ocorrência de doenças cardíacas.

Na década de 1940, Flanders Dumbar já descrevia algumas características de humor e comportamento do paciente coronariano. Dizia que existia, entre os pacientes coronarianos, grande número de pessoas compulsivas, com tendência ao trabalho contínuo, hiperativos, que desprezavam as férias e não dividiam responsabilidades, além de negarem estar eventualmente emocionadas ou depressivas.

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