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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Diarreias





As diarreias consistem no aumento do número de evacuações, geralmente com fezes amolecidas, de consistência pastosa ou líquida. As diarreias podem ser classificadas em aguda (quando dura até 14 dias), persistente (duração superior a 14 dias) e crônica (quando ultrapassa três semanas).

Elas podem ter causas infecciosas (vírus ou bactérias), parasitárias, alérgicas, medicamentosas ou inflamatórias intestinais. Diarreias episódicas e passageiras podem ocorrer por excesso de ingestão de gordura ou de outras substâncias não absorvíveis.

O sinal capital de uma diarreia é o número aumentado de evacuações de consistência amolecida, pastosa ou mesmo líquida.

Nas diarreias por infecção, geralmente as fezes assumem um odor fétido e normalmente há febre, perda de energia e do apetite. Se a causa da diarreia for um vírus, pode também haver cãibras, náuseas, vômitos, dor de cabeça e febre. Algumas diarreias acompanham-se de cólicas, mais ou menos intensas. Menos frequentemente pode haver a presença de pus ou de sangue nas fezes.

Uma diarreia pode conduzir à desidratação, devido à perda acentuada de água e sais minerais, o que é acentuado pela presença frequente de vômitos. A desidratação pode provocar olhos encovados, rachadura dos lábios, secura da boca e da pele, saliva espessa, sede excessiva, pulso fino, letargia, depressão sensorial, sonolência e confusão mental, na dependência da sua intensidade.

Nas crianças, pode-se observar que a fralda fica seca por mais de três horas e que há um intervalo de mais de seis horas sem urinar, bem como fraqueza geral, choro fraco, irritabilidade e indisposição para brincar.

Grande número de diarreias não chega a demandar intervenção médica. No entanto, quando elas são mais intensas e duradouras ou quando se acompanham de determinados sintomas como cólicas, vômitos intensos e desidratação, o médico se valerá dos relatos do paciente sobre a duração da diarreia, a frequência e o volume das evacuações, o odor das fezes, o aspecto e cor delas, a presença ou não de muco, pus ou sangue, etc.

Quais são as recomendações e os cuidados úteis em caso de diarreia?

• Beber 2 a 3 litros de líquidos por dia. Repor a perda de sódio e potássio com soro caseiro.
• Preferir arroz, caldos de carne magra, bananas, maçãs e torradas.
• Evitar saladas, bagaço de frutas e fibras.
• Chás de camomila, erva-doce e hortelã podem ajudar a aliviar os sintomas e melhoram a hidratação. Evite café, leite, sucos de frutas e álcool.
• Evitar alimentos com alto teor de gordura (frituras, carnes, embutidos, chocolate, etc.) e açúcar.
• Não fazer uso de adoçantes à base de sorbitol.
• Lavar bem as mãos, especialmente antes das refeições e após cada evacuação.
• Usar copos e utensílios limpos.
• Se precisar, faça gelo com água tratada ou fervida.
• Evitar leite e derivados.

Você deve procurar um médico em casos de diarreia quando:

• Os sintomas não cederem em um ou dois dias.
• Quando há sinais de desidratação.
• Houver presença de sangue nas fezes ou se elas adquirirem coloração preta.
• As fezes mostrarem traços evidentes de muco, de pus ou de gordura.
• As evacuações forem repetidas muitas vezes por dia.
• As evacuações se alternarem com crises de prisão de ventre.
• Como é o tratamento das diarreias?
• O tratamento das diarreias depende da causa. Alguns cuidados com a alimentação são importantes.
• No caso dos bebês, deve-se diminuir a ingestão de leite e oferecer papas com água fervida, a não ser quando o bebê ainda se alimenta exclusivamente de leite materno.
• Para as crianças mais velhas e os adultos, são permitidos alimentos sólidos e secos (arroz, batatas, cereais sem açúcar, etc.), bolachas salgadas e torradas. Alimentos ricos em amido auxiliam na redução do distúrbio (sopa de arroz ou cenoura e canja de galinha). Também podem ser consumidos banana, maçã sem a casca, frango, iogurte, água de coco, etc.
• Deve-se evitar frituras, alimentos gordurosos e bebidas muito doces como sucos industrializados e aumentar a ingestão de água.
• Na maioria dos casos, o único tratamento necessário é a reposição de líquidos para evitar a desidratação. Alguns probióticos podem proporcionar um alívio sintomático e restabelecer o equilíbrio da flora intestinal.
• Medicamentos frequentemente usados sem supervisão médica para diminuir os movimentos intestinais não devem ser tomados. Nos casos de diarreias infecciosas eles dificultam ou impedem a eliminação dos microrganismos e das toxinas e podem levar ao agravamento e complicação do quadro. O uso de antibióticos pode ser necessário, mas só deve ser iniciado por prescrição médica.

Alguns cuidados podem ajudar a evitar as diarreias:

• Não beber e não se expor à água não tratada.
• Manter os depósitos de água limpos e bem fechados.
• Não tomar banho em rios, lagoas ou açudes contaminados.
• Lavar bem as mãos e os utensílios.
• Executar com cuidados a higiene pessoal.
• Não ingerir alimentos de procedência duvidosa.
• Armazenar os alimentos adequadamente.
• Evitar alimentos sem cozimento.

Como evolui a diarreia?

Embora possam ser muito incômodas, as diarreias são tratáveis e, em geral, cedem espontaneamente. Uma das piores complicações possíveis de uma diarreia é a desidratação.
Bebês, crianças pequenas, idosos e pessoas debilitadas tendem a se desidratar com mais facilidade, o que exige cuidados rápidos para a contenção da crise de diarreia. Uma diarreia que não ceda dentro de poucos dias (dois ou três, em geral), é sinal de uma doença mais grave.

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