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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Icterícia em adultos





A icterícia, popularmente conhecida como "amarelão", é uma síndrome em que a pele, as mucosas e a conjuntiva adquirem uma coloração amarelo-alaranjada em decorrência do acúmulo de pigmentos biliares no organismo. Ela ocorre fisiologicamente em um grande número de recém-nascidos, mas em adultos é sinal de alguma patologia.

Em sua maior parte a bilirrubina provém da hemoglobina liberada pela destruição das hemácias velhas. Existem dois tipos: a bilirrubina conjugada ou direta e a não conjugada ou indireta. A bilirrubina conjugada ou direta é resultante da metabolização hepática da bilirrubina não conjugada ou indireta e geralmente é liberada no intestino pela bile e degradada em urobilinogênio pelas bactérias intestinais, a qual é parcialmente reabsorvida no intestino e excretada pela urina.

Ela ocorre pelo acúmulo no sangue de bilirrubina direta (conjugada) ou indireta (não conjugada).

O acúmulo da bilirrubina direta (conjugada) deve-se a uma colestase (acumulação de bile), por algum impedimento do fluxo natural da bile do fígado ao intestino pelo colédoco. Isso pode ocorrer com os cálculos biliares, os tumores ou os processos inflamatórios.

A acumulação da bilirrubina indireta (não conjugada) pode dever-se a várias causas, como déficit de conjugação hepática (hepatites, cirroses etc.) ou aumento da produção de bilirrubina (hemólise, eritropoiese excessiva), por exemplo.

Os sintomas da icterícia em adultos podem aparecer de modo repentino ou paulatinamente, dependendo da causa. O mais chamativo deles é a cor amarelada da pele, mucosas e conjuntivas.

Além desta alteração na coloração, podem ocorrer também, dependendo do tipo da icterícia, uma cor de coca-cola característica na urina e embranquecimento das fezes, devido à ausência de urobilinogênio (produto da degradação da bilirrubina) nessas excreções.

Os sais biliares que se acumulam no sangue também provocam pruridos (coceiras) e bradicardia (diminuição do ritmo cardíaco). Nas icterícias por acúmulo de bilirrubina indireta, as fezes usualmente são bastante escuras.

Juntamente com os sintomas da icterícia, ocorrem os da enfermidade de base que a causou e que são muito variáveis.

Não há um tratamento específico para a icterícia. As medicações usadas são apenas sintomáticas, assim como as que visam combater o prurido, pois ela tende a ter um curso paralelo ao da enfermidade de base, a qual deve ser tratada de maneira específica.

• Alguns pacientes ictéricos podem apresentar também deficiências de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K), as quais devem ser repostas após exames laboratoriais comprobatórios.

• Também podem ocorrer dores devido a xantomas múltiplos, as quais devem ser tratadas apropriadamente.

• A xeroftalmia (olho seco) melhora com colírios que simulam as lágrimas.

• O fenômeno de Raynaud tende a ceder com a administração de bloqueadores dos canais de cálcio.

As icterícias tendem a desaparecer quando as suas causas são removidas. Os tratamentos podem ser simples e realizados em domicílio (hepatite viral, por exemplo) ou mais complexos e envolver cirurgias ou outros procedimentos que exijam internação (tumores, por exemplo).

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