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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ansiedade no Paciente com Câncer





Na trajetória do câncer, a ansiedade se manifesta precocemente, mesmo durante os diversos momentos do diagnóstico. Depois, continua durante o tratamento e pós-tratamento. E, ao contrário do que possam pensar clínicos menos sensíveis, não se trata de um "problema do paciente" se ele estiver demasiadamente ansioso. Isso porque a ansiedade pode comprometer significativamente o sucesso do tratamento e, conseqüentemente, comprometer o sucesso do médico.

Portanto, atender às questões emocionais do paciente corresponde a melhorar substancialmente o tratamento clínico.

Os pacientes podem começar a experimentar ansiedade moderada ou severa enquanto esperam os resultados dos exames de diagnóstico.

Para os pacientes que estão recebendo o tratamento, a ansiedade também pode aumentar a possibilidade de sofrer mais dor, bem como uma série de outros sintomas, desde a angústia e depressão, até as incoercíveis náusea e vômitos agravados pelas emoções.

Tem-se demonstrado que a ansiedade, independentemente de seu grau, pode reduzir substancialmente a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias, podendo ainda favorecer a morte prematura do paciente. Assim sendo, a atenção terapêutica da ansiedade é uma das medidas fundamentais durante o tratamento do câncer.

É extremamente variável o grau de ansiedade em pacientes com câncer, podendo aumentar segundo a evolução da doença ou conforme a agressividade do tratamento oncológico. Os investigadores têm descoberto que 44% desses pacientes têm declarado experimentar alguma ansiedade. Deles, 23% experimentam um grau de ansiedade mais significativo.

A ansiedade, como atitude psico-fisiológica, pode ser parte da adaptação normal da pessoa à sua doença. Na maioria dos casos, as reações de ansiedade mais intensas são limitadas no tempo (circunstanciais) e acabam sendo até benéficas, no sentido de motivar pacientes e familiares a procurar medidas de alívio, como por exemplo, obter mais informação sobre os benefícios do tratamento, novas atitudes diante da vida, etc. Entretanto, as reações de ansiedade que se prolongam por muito tempo ou são muito intensas podem comprometer a adaptação. Nesses casos elas se classificam como Transtornos de Ajustamento.

Estes transtornos podem comprometer a qualidade de vida e dificultar a capacidade de funcionamento social e emocional do paciente com câncer. Nessa fase a ansiedade requer intervenção terapêutica (Razavi, 1994). Outros transtornos específicos da ansiedade, tais como a Ansiedade Generalizada, a Fobia e o Transtorno do Pânico, podem ser comuns entre estes pacientes e costumam preceder o diagnóstico da doença. O estresse causado por um diagnóstico de câncer e seu tratamento pode precipitar a recaída de um Transtorno de Ansiedade preexistente. Estes transtornos podem incapacitar e dificultar até o tratamento, motivo pelo qual requerem um diagnóstico imediato e um controle eficaz.

Alguns outros fatores podem aumentar a probabilidade de Transtornos de Ansiedade durante o tratamento de câncer. Entre eles se incluem os antecedentes pessoais de Transtornos de Ansiedade, concomitância de quadros dolorosos intensos, concomitância de limitações funcionais ou de carência de apoio social e consciência do avanço da doença.

Observa-se que certos fatores demográficos e sociais também parecem influir no grau da ansiedade do paciente oncológico, como por exemplo, ser mulher, desenvolver câncer em idade precoce, pacientes com problemas de relacionamento com suas famílias, pacientes problemas de relacionamento com amigos e médicos.

Os pacientes da oncologia costumam apresentar ansiedade patológica tanto na época do diagnóstico quanto (e principalmente) durante o tratamento. Outros, já possuidores de Transtorno Específico da Ansiedade antes de adoeceram, muito possivelmente terão recorrência do quadro. Os sintomas somáticos da ansiedade podem incluir dispnéia, transpiração, enjôo e palpitações.
Dentro do espectro da ansiedade os pacientes com câncer podem manifestar qualquer um dos seguintes Transtornos da Ansiedade:

Transtornos de Ajustamento,
Transtorno de Pânico,
Transtorno Fóbico-Ansioso,
Transtorno Obsessivo-Compulsivo,
Transtornos por Estresse Pós-Traumático,
Transtornos da Ansiedade Generalizada e;
Transtornos da Ansiedade Causados por Outras Afecções Médicas Gerais.

Mas isso tudo é caso para se estudar ítem a ítem em outra oportunidade.

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