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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Exames de imagens podem mostrar alterações no cérebro antes do surgimento de doenças.




Exame identificou alterações neurais profundas em militares um ano após sofrerem trauma; recurso é capaz de explicar desenvolvimento tardio de transtornos mentais.

Pesquisadores da faculdade de medicina da Universidade de Washington em Saint Louis descobriram que o tensor de difusão (DTI, sigla em inglês), uma variação avançada da ressonância magnética (MRI), pode detectar lesões cerebrais de forma mais eficiente que as técnicas de imageamento hoje utilizadas. O DTI identifica mudanças no padrão de movimento de moléculas de água nos tecidos cerebrais, indicando traumas. O recurso ajuda a explicar por que muitos soldados feridos na cabeça em conflitos armados apresentam sintomas de transtornos mentais e psíquicos apenas meses ou anos após sofrerem o impacto.

No estudo, conduzido entre 2008 e 2009 e publicado este ano na New England Journal of Medicine, o grupo acompanhou 63 soldados americanos com traumatismo cranioencefálico, vítimas de explosões em conflitos armados no Iraque e no Afeganistão, levados para um hospital em Landstuhl, na Alemanha. O diagnóstico é baseado em sintomas como confusão mental, perda de consciência e dores de cabeça. Os militares passaram por exames de MRI, tomografia e DTI 90 dias depois da internação e, novamente, 6 e 12 meses mais tarde. Enquanto as duas primeiras técnicas não detectaram nenhuma alteração no cérebro da maioria dos pacientes, o DTI identificou anormalidades na substância branca em duas ou mais regiões neurais de 18 voluntários. Outros 20 apresentaram mudanças em apenas uma área.

As alterações detectadas coincidiram com simulações em computador de prováveis efeitos dos impactos das explosões sobre o cérebro. Os pesquisadores pretendem continuar a acompanhar os soldados, mapeando possíveis mudanças. De acordo com os estujdos, 15% dos militares americanos que estiveram em frentes de batalha nos últimos anos tiveram danos cerebrais leves.

As anormalidades na substância branca mapeadas pela técnica de DTI um ano depois do ferimento sugerem que as lesões podem ser extensas e estar associadas a diferentes fatores, como alterações na estrutura do cérebro, desequilíbrio químico e traumas psicológicos.

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