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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Memórias




A organização do corpo humano é, realmente, fascinante e mostra isso cada vez mais conforme a ciência avança em seus estudos e entendimentos sobre nossa própria natureza.

A evolução, por exemplo, foi "construindo" um organismo escalar, isto é, progressivo em evolução, em camadas cada vez mais complexas, em função da necessidade que a própria Natureza cobra para a sobrevivência.

Os sistemas cerebrais são, talvez, o mais importante exemplo disso, pois nota-se claramente que são "módulos" sobrepostos evolutivamente e capazes de registrar e utilizar informações progressivamente mais complicadas.

A memória, como é entendida atualmente, mostra isso com evidências. Vamos dar um esboço para compreender as várias "faces" da memória humana:

Memória de longa duração é a percepção de alguns instantes a vários anos; ela se desdobra em duas, a saber:

1. Memória declarativa, ou explícita, que tem a ver com o "saber que" e que se desdobra em:

a. fatos, como passar em um exame;
b. eventos, como por exemplo, o ato terrorista de 11 de setembro de 2001;

2. Memória não declarativa, ou implícita, que implica em "saber como" e se desdobra em:

a. memória procedural, como "saber" andar de bicicleta;
b. memória de início, como a influência da apresentação inconsciente de elementos;
c. condicionamento clássico pavloviano [Ivan Petrovich Pavlov (em russo: Иван Петрович Павлов) (Ryazan, 14 de Setembro de 1849 — Leningrado, 27 de Fevereiro de 1936) foi um fisiólogo russo. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov veio, no entanto, a entrar para a história por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado)], que se desdobra em duas formas de memória:

c1. resposta emocional, como, por exemplo, medo de cobra;
c2. resposta muscular, como, por exemplo, piscar os olhos;

d. aprendizado não associativo, ou hábito e sensibilização, por vias reflexas.

Como se vê, as estruturas são complexas e muito bem adaptadas para as nossas necessidades e atividades.

Mais algumas coisas sobre memória, que são interessantes:

é incontestável que a memória é intensificada pela atenção; portanto, faça um esforço consciente para pensar sobre o que você faz, até mesmo dizendo em voz alta suas atitudes, para registrar o que faz e não esquecer, por exemplo, onde deixou as chaves de casa...

memórias são como correspondência, isto é, é necessário pouco esforço para abri-las e jogar sobre a mesa, entretanto, para recuperar as informações, já não é tão simples, por isso, é necessário fazer "conexões" com algo "forte" para que se possa recordar do fato em si; por conta disso, os fatos ligados a emoções mais intensas, são aqueles que não "conseguimos" esquecer...

assim o estímulo emocional intensifica as memórias, por isso situações são marcantes quando associadas a circunstâncias emocionantes... eu não consigo me esquecer do dia da morte de Ayrton Sena, por exemplo, pois foi um fato de muita emoção para mim...

recuperar ítens da memória aumenta a chance de se recordar deles no futuro e impedir que sejam removidos e substituídos por novas memórias, já que registramos seletivamente os fatos, nos nomes, as imagens, em termos de "prioridade", assim como, também, em termos de interesse, isto é, aquilo que é de nosso interesse, tem mais facilidade de ficar registrado do que qualquer coisa pela qual não guardemos interesse...

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