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terça-feira, 29 de junho de 2010

Automedicação

É uma forma comum de terapêutica leiga, consistindo em consumo de droga com objetivo de tratar e/ou aliviar sintomas de doenças supostamente diagnosticadas pelo paciente ou ainda de promover o bem-estar psíquico, mesmo que ele não esteja comprometido por alguma doença oficialmente conhecida. Para o desenrolar dessa prática, pode-se utilizar duas classes: industrializadas e homeopáticas.
As formas de automedicação são utilizadas: adquirir o medicamento sem receita, compartilhar medicamentos com membros da família ou do círculo social, desviar unidades de receitas destinadas a outra terapêutica, reutilizar antigas prescrições e descumprir orientação profissional, prolongando ou interrompendo precocemente a posologia e o período de tempo indicados na receita. Nesses casos, a eficiência terapêutica pode ser comprometida devido a uma provável compreensão das bases patológicas da doença e do real mecanismo de ação da droga por parte de leigos que utilizam a automedicação.
É sabido também que o risco dessa prática está relacionado com o grau de instrução dos potenciais pacientes, bem como com a exclusão ou inclusão deles no sistema de saúde. Fatores econômicos, políticos e culturais têm contribuído para o crescimento e a difusão da automedicação no mundo, tornando-a um problema de saúde pública. Mas disponibilidade de produtos no mercado gera maior familiaridade do usuário leigo com determinadas drogas. Segundo a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, o mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos. No entanto, sabe-se que, para tratar uma ampla gama de doenças, cerca de 420 produtos seriam suficientes.
Os brasileiros estão consumindo, em média, 11 caixas de medicamentos/ano, sendo 8 delas sem orientação médica. No Brasil são comercializadas quase 2 bilhões de caixas de remédios, o que o torna o quarto na lista dos países que mais consomem produtos farmacêuticos, precedido pelos Estados Unidos, França e Alemanha. Nessas nações, contudo, o rígido controle estabelecido pelas agências reguladoras e o crescente envolvimento dos farmacêuticos no desestímulo dessa prática tornam menos crítica a situação.
Já no Brasil, que segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) possui cerca de 80 milhões de indivíduos adeptos da automedicação, o não-cumprimento da obrigatoriedade da apresentação da receita médica e a carência de informação por parte da sociedade justificam a endemia do problema. O estudo do mercado global da automedicação, em 1997, apontou que o consumo de medicamentos de venda livre na América do Norte foi de 30%, na Europa 27%, no Japão 15% e na América Latina 11%; mas, mesmo na América Latina apresentando índices menores, teve o maior crescimento do índice.
...

É crível que seria muito importante o controle de prescrições de medicamentos para qualquer uso, através do Ato Médico, isto é, somente o médico deveria estar habilitado para a prescrição de medicamentos.

Com relação aos demais profissionais da área da saúde, seria interessante regular uma proposta que inferisse em que um médico supervisionasse eventuais usos de medicamentos para sua prática diária de atendimento a pacientes.

Para o leigo, o uso de medicamentos deveria ser restrito aos minimamente indispensáveis, com rígido controle da venda em balcão de farmácia.

Mas, ah! A Indústria Farmacêutica certamente iria interferir nesse processo de controle...

obs.: a base do texto foi copiada da Revista Diagnóstico & Tratamento de junho de 2010

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